A longa viagem de volta da Rússia

Por Diário do Vale

Sonho: O transporte hipersônico da Boeing

A Copa do Mundo acabou e eu fico pensando na longa viagem de volta das pessoas que foram até a Rússia assistir aos jogos. São poucos os voos diretos de Moscou para o Brasil. A maioria dos brasileiros vai ter que pegar um avião para Londres ou Frankfurt, e de lá fazer uma conexão num voo para o Brasil. Em qualquer dos dois casos são mais de dezesseis horas trancado dentro de um avião, que não é dos meios de transporte mais confortáveis. Quem viaja pela classe turista ou econômica enfrenta espaços estreitos entre as poltronas, alimentação ruim e impossibilidade de exercitar as pernas. As vezes ocorrem até casos de embolia nessas viagens longas, devido a imobilidade a que as pessoas são submetidas.

É claro que no caso das celebridades e dos comentaristas de TV a situação é bem melhor. Eles viajam de primeira classe, com poltronas reclináveis, champanhe e comida da melhor qualidade, mas a maioria não tem essa mordomia toda não. O fato é que já faz mais de cem anos que o avião foi inventado e o meio de transporte mais rápido do mundo ainda é terrivelmente lento e desconfortável.

Quem quer conforto vá de navio ou de trem. São meios de transporte onde você faz as refeições num restaurante adequado e tem uma cama confortável para dormir. Na Europa, por exemplo, os trens de luxo marcaram época, como é o caso do Expresso do Oriente, que até hoje é lembrado em filmes. E os cruzeiros em transatlânticos são conhecidos pelo conforto e a sofisticação da vida a bordo.

As viagens aéreas chegaram perto disso na década de 1930, durante o curto reinado dos zepelins. Os dirigíveis, como o Graf Zepelim que voava para o Brasil, eram lentos, mas ofereciam o conforto de um hotel de luxo. Infelizmente os dirigíveis estavam muito a frente do seu tempo. Naquela época não existia um gás seguro e não inflamável que fizesse flutuar os navios do céu o que levou a tragédias como o incêndio do Hindenburg em Nova Iorque. E não havia um sistema de monitoração de tempestade que permitisse que os capitães dos dirigíveis evitassem o mal tempo como os navegadores modernos fazem.

Se você não pode viajar com conforto a solução é aumentar a velocidade do meio de transporte. Assim a viagem desconfortável fica curta. Dos anos 40 para cá a aviação deu saltos de velocidade, dos aviões com motores a hélice, como o Constellation, que voavam com uma velocidade de 600 quilômetros horários, aos jatos atuais que fazem 870 quilômetros por hora em voo de cruzeiro.

O salto seguinte foi o voo supersônico, com o Concorde que começou a voar na década de 1970. O Concorde voava a Mach2, cerca de 2600 quilômetros horários, e reduziu o tempo das viagens aéreas pela metade. Infelizmente era um avião caro, que consumia muito combustível e foi esnobado pela maioria das linhas aéreas. O projeto americano de criar um jumbo supersônico, o Boeing 2707, sucumbiu diante da escalada de custos e a crise do petróleo nos anos 70. O que condenou os seres humanos a passarem décadas mofando dentro de aviões subsônicos lentos e desconfortáveis.

No futuro isso pode mudar. A NASA americana retomou as pesquisas para criar um avião supersônico econômico e silencioso. Empresas aeroespaciais, como a Boeing sonham em ir além com um avião hipersônico, capaz de voar a Mach 5, ou 5400 quilômetros horários. Na ultima conferencia da Associação Internacional do Transporte Aéreo, realizada este ano, os engenheiros da Boeing apresentaram o projeto de um avião hipersônico de passageiros capaz de cruzar o Atlântico em duas horas ou o Pacífico em três horas de voo.

E além do hipersônico entramos no campo do transporte foguete suborbital. Sonho do bilionário Ellon Musk. Talvez na Copa de 2026 ele já esteja disponível.

 

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1 Comentário

Smilodon Tacinus 22 de julho de 2018, 13:46h - 13:46

Dezesseis horas ainda é menos que em viagens de ônibus de médio curso no Brasil, que não são mais confortáveis, na maioria das vezes, que os aviões intercontinentais… A menos que vc tenha medo de avião…

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