A nova corrida armamentista

by Diário do Vale

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Depois de décadas de distensão e políticas de desarmamento, o mundo parece estar entrando em uma nova corrida armamentista. Semelhante a que ocorreu nas décadas de 1950 e 1960. Do lado americano o presidente Donald Trump anunciou que pretende aumentar em 7,2% o orçamento de defesa dos Estados Unidos. E desenvolver novas armas nucleares que tornem os Estados Unidos “tão forte e poderoso que impeça qualquer tentativa de agressão ao país”. Detalhe, os americanos já têm o exército mais poderoso do mundo e gastam um trilhão de dólares com armamentos.

Do lado oposto, o governo russo anunciou o projeto do “torpedo do juízo final”. A arma definitiva capaz de arrasar outros países em caso de guerra nuclear. Conhecido oficialmente como Sistema Oceânico Multipropósito Status 6 o “torpedo do juízo final” é um submarino robô capaz de atravessar todo o oceano Pacífico e lançar um ataque radioativo mortal contra a costa oeste dos Estados Unidos. Ao contrário dos submarinos tripulados ele poderia viajar a grandes profundidades, sem ser detectado. E levar bombas de hidrogênio de alta potência que provocariam um tsunami de água radioativa se forem detonadas perto da costa.

O projeto foi mostrado ao presidente Vladimir Putin durante um encontro que ele teve com seus generais na cidade de Sochi. Durante o encontro a TV estatal russa captou uma imagem do projeto quando era mostrado para Putin. É claro que a divulgação do plano dessa super arma foi preparada como uma advertência aos americanos. Mas ninguém sabe se os russos pretendem realmente desenvolver esse projeto.

O fato é que a simples existência do Status 6 já está servindo de desculpa para os almirantes e generais americanos justificarem o desenvolvimento de novas armas de destruição em massa. É a velha política da Guerra Fria. Um lado ameaça desenvolver uma nova arma e seu oponente usa essa ameaça como desculpa para gastar bilhões em novos armamentos totalmente desnecessários.

Revelação: General russo observa o projeto do Status 6

Revelação: General russo observa o projeto do Status 6

O problema é que essa busca pela supremacia militar consome bilhões de dólares que poderiam ser gastos na saúde, nos programas sociais e no desenvolvimento de tecnologias pacíficas. Como formas de geração de energia não poluidoras. E aumenta o risco de uma dessas armas apocalípticas ser disparada por acidente, matando milhões de pessoas. O Status 6 será carregado por submarinos nucleares adaptados e disparado contra a costa dos Estados Unidos como resposta a um ataque nuclear americano.

Atualmente a defesa estratégica da Rússia e dos Estados Unidos se baseia na chamada tríade nuclear. Ela é formada por bombas atômicas transportadas por foguetes lançados de terra, foguetes lançados de submarinos e aviões de bombardeio tripulados. Todos esses três sistemas permitem que o adversário detecte um ataque inimigo e possa reagir no espaço de 30 minutos. Esse é o tempo que um míssil nuclear leva para ir da Rússia aos Estados Unidos e vice-versa. Radares situados em Terra e em satélites em órbita vigiam as bases de mísseis para detectar um lançamento.

O problema com o “torpedo do juízo final” é que ele permitiria um ataque de surpresa. Sem ser detectado por radares e outros sistemas de alerta. O que abalaria o equilíbrio de forças entre as superpotências. Como no passado, se os russos desenvolverem esta nova arma os americanos serão obrigados e criar uma equivalente. E o mundo de tornará um lugar muito mais perigoso.

 

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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7 comments

Mimi 17 de fevereiro de 2018, 21:28h - 21:28

Comprar logo um jazigo e um caixão de primeira antes q fique mais caro…………

Anderson 17 de fevereiro de 2018, 10:05h - 10:05

Paradoxalmente, as armas nucleares impediram a terceira guerra mundial. Elas tornaram inviável uma guerra entre as grandes potências como EUA, China e Rússia, por um motivo simples: aquele que atacasse com armas nucleares, seria revidado com armas nucleares. Devemos ficar desconfortáveis com o fato de armas com potencial de destruição global estarem por aí, mas uma ameaça muito maior é o desenvolvimento delas por regimes totalitários tirânicos como a Coréia do Norte ou Irã.

Mimi 17 de fevereiro de 2018, 21:25h - 21:25

É mesmo ? Poxa, vc é genial, que ‘ vasto’ conhecimento kkkkkkkkk

Recruta Zero 18 de fevereiro de 2018, 10:00h - 10:00

Vc é idiota , no seu primeiro parágrafo já está respondido pq Coréia do Norte tem que possuir um arsenal nuclear.

Anderson 18 de fevereiro de 2018, 11:25h - 11:25

Os petistas sempre ficam ofendidos quando alguém fala mal do PT ou dos regimes totalitários amigos como Coréia do Norte, Cuba ou Venezuela.

Provas cabais! 16 de fevereiro de 2018, 16:39h - 16:39

Parabéns pelo artigo! Acredito que seja bastante interessante que os jovens leiam este conteúdo, pois a guerra fria ao meu ver, nunca teve fim infelizmente. Vejo que a natureza destrutiva do “PREDADOR” homem, possa em algum momento, colocar um ponto final na existência de todos aqui nessa terra. Faço votos que eu esteja errado, mas enfim, o que podemos fazer quanto a isso?

Mimi 17 de fevereiro de 2018, 21:31h - 21:31

Comprar um jazigo no Retiro, e um caixão de primeira em Barra Mansa, antes q aumente de preço.

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