A nova moda no espaço sideral

Por Diário do Vale
Novo: Traje pressurizado é todo azul
Novidade: Gorro de tecido substitui o capacete

O visual dos astronautas americanos vai mudar nas próximas missões. Os antigos capacetes de plástico branco e as roupas cor de laranja do antigo ônibus espacial estão fora de moda. Os homens e mulheres que vão pilotar as naves comerciais, como a Dragon da Space X e a Boeing Starliner, vestirão azul e usarão gorros de tecido flexível da mesma cor. O objetivo desses trajes é proteger os espaçonautas de uma perda de pressão na cabine, durante as decolagens e os pousos. Por isso basta uma roupa de pressão leve.

Embora seja moderna e bonita, a nova roupa espacial não serve para passeios fora da nave. Na superfície da Lua ou do lado de fora da estação espacial internacional. Para isso é preciso usar o tradicional traje branco, que reflete a luz intensa do sol no espaço. E um capacete mais resistente para o caso de uma queda ou uma colisão com o casco da nave.

Os primeiros cosmonautas russos, que orbitaram a Terra no início dos anos 60, usaram um traje vermelho. Que também não servia para passear no espaço. A cor vermelha se destinava a facilitar a localização dos homens do espaço no caso de um pouso nas vastidões geladas da Sibéria. Onde o vermelho se destacaria na paisagem nevada. Quando Alexei Leonov saiu pela comporta de sua nave Voskhod 2, em 1965, para dar o primeiro passeio espacial, ele usou um traje todo branco com capacete de plástico também branco. Os cientistas soviéticos já sabiam que uma roupa de qualquer outra cor esquentaria demais na luz intensa do Sol.  Meses depois o americano Edward White seguiu os passos de Leonov e se tornou o primeiro americano a caminhar no espaço. Também usando um traje branco com capacete da mesma cor.

Não importa a nacionalidade do viajante espacial. Seja americano, russo, europeu ou chinês, ele tem que usar o branco nos passeios fora da nave. Já dentro da espaçonave o branco não é imperativo e pode-se usar o azul dos americanos ou o laranja e vermelho dos primeiros cosmonautas.

A ideia de substituir o capacete tradicional, rígido, por um gorro de pano é antiga. E foi testada pela primeira vez pelo famoso herói da Apollo 13, James Lovell, durante a missão Gemini 7 em dezembro de 1965. Na época a novidade não deu certo. A nova roupa com o capuz de pano se revelou quente e desconfortável dentro da cabine estreita da nave Gemini. Cujo espaço não era maior do que o de um antigo fusca. O problema se agravou porque a Gemini 7 tentou bater o recorde de permanência no espaço ficando 14 dias em órbita. Na missão seguinte, da Gemini 8, Neil Armstrong e seu colega David Scott voltaram a usar os trajes tradicionais, com capacetes rígidos.

Os soviéticos tentaram abolir os trajes espaciais nas missões que não envolviam caminhadas no espaço. Sua nave Soyuz tinha uma atmosfera de oxigênio e nitrogênio semelhante a da Terra. E os cosmonautas podiam usar roupas comuns, como os pilotos dos aviões comerciais. Infelizmente a novidade terminou em tragédia. Em junho de 1971 a equipe da Soyuz 11 passou um mês a bordo da primeira estação espacial russa, a Salyut 1. Mas quando tentaram voltar a Terra, no dia 29 de junho, a capsula despressurizou devido a um defeito em uma válvula e os três cosmonautas, Vladislav Volkov, Viktor Patsayev e Giorgy Dobrovolsky morreram asfixiados porque não tinham trajes espaciais.

A partir desse acidente qualquer tripulante de espaçonave russa ou americana usa trajes de pressão durante a subida e a descida. Na estação espacial internacional eles podem ficar a vontade e usar até short e camiseta, mas dentro das naves a roupa pressurizada é obrigatória.

O novo traje azul deve ser testado até o final do ano, nas primeiras missões das naves comerciais da Boeing e da Space X. Que vão substituir as antigas Soyuz russas, do tempo da corrida espacial.

Por: Jorge Calife

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1 Comentário

Anderson 4 de julho de 2019, 09:47h - 09:47

Muito legal! Quem venham os vôos espaciais comerciais, que vão abrir o caminho para Marte e além.

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