Apertem os cintos, o piloto sumiu

Por Diário do Vale

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FOGUETE

Futuro: O Boeing X-37B já voa sozinho, controlado por computadores (Foto: Divulgação )

 

Na semana passada, como bem se recordam, comentei aqui sobre o desastre com o Airbus da empresa alemã Germanwings. Que foi derrubado por um copiloto com problemas mentais. Naquela crônica sugeri que o número de tripulantes, no cockpit dos aviões comerciais, devia aumentar. Passando das duas pessoas atualmente para os três ou quatro tripulantes usados na década de 1950. Infelizmente parece que a tecnologia está caminhando na direção oposta. Para acabar com a possibilidade de erro humano querem tirar os seres humanos da cabine de comando dos aviões.

É o que sugere uma reportagem do jornal The New York Times que foi traduzida pela Folha de São Paulo. Segundo os especialistas ouvidos pelo jornal americano, a maior parte dos jatos comerciais modernos já voa sozinha, a maior parte do tempo. A tripulação de um típico jato comercial, como o Boeing 777, só pilota o avião durante sete minutos, durante os pousos e decolagens. A maior parte do tempo a aeronave é guiada por um piloto automático, um computador que se guia por sinais de GPS, sensores de movimento e outros instrumentos eletrônicos. No caso dos aviões da série Airbus, mais informatizados, o tempo real de pilotagem humana cai pela metade.

 Nave espacial X-37B

Criar uma aeronave capaz de voar sozinha, sem precisar de piloto humano não é ficção científica. Uma aeronave assim já existe hoje em dia. É a nave espacial X-37B, operada pela Força Aérea dos Estados Unidos. O X-37B é um pequeno ônibus espacial robô usado em missões de espionagem. Lançado ao espaço por um foguete Atlas, o X-37 já passou um ano orbitando a Terra. Terminada a missão o computador de bordo faz a reentrada na atmosfera e guia a aeronave para um pouso seguro na pista da base aérea de Vandenberg, na Califórnia. E é interessante notar que pilotar um ônibus espacial, em uma reentrada na atmosfera, é bem mais difícil do que fazer descer um avião de carreira.

 Copiloto robô

A Força Aérea dos Estados Unidos também está testando um copiloto robô para seus aviões de combate. É o sistema alias, sigla de sistema de automação do trabalho para tripulações de cabine. Ele vai se comunicar com o piloto através de um sistema de reconhecimento de voz e tem sido comparado ao robô R2D2 dos filmes de “Guerra nas Estrelas”. Que ajuda o herói Luke Skywalker a pilotar o caça X-wing durante as batalhas espaciais.

A maioria dos especialistas acredita que as pessoas não vão aceitar voar em um avião totalmente controlado por computador. Elas não se sentirão seguras sem um capitão humano lá na frente. O problema é que o desastre da Germanwing mostrou que isso nem sempre é um fator de segurança. Outra possibilidade é um sistema de controle remoto, semelhante ao usado nos aviões drones de combate, que permitiria que a torre de controle assumisse o comando. Caso a tripulação fique incapacitada. Um sistema desse tipo poderia ter salvo as 150 pessoas a bordo do Airbus da Germanwings. Naquele acidente a torre de controle percebeu que o avião estava fora de rota e tentou se comunicar com o copiloto suicida.

 Airbus a330 da Air France

Com robôs ou seres humanos, é totalmente impossível criar uma aeronave a prova de acidente. É o que mostra, por exemplo, a queda do Airbus a330 da Air France no oceano Atlântico em junho de 2009. Durante uma tempestade os tubos pitot congelaram e o computador de bordo ficou sem dados de velocidade. O piloto automático se desligou e os pilotos, confusos com a falta de informações, levaram o avião a uma perda de velocidade fatal. Se aquele avião estivesse voando apenas pelo computador é provável que a queda também tivesse acontecido, já que a máquina ficou sem os dados essenciais de velocidade.

De qualquer forma, no futuro próximo, a solução para tornar a aviação ainda mais segura é investir mais no treinamento e nos exames de saúde das tripulações de voo.

Jorge Luiz Calife/ [email protected]

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