Astrônomos calculam o tamanho das estrelas de nêutrons

by Diário do Vale

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Astrofísicos da Alemanha conseguiram calcular o tamanho das duas estrelas de nêutrons que colidiram na galáxia NGC 4993, a 130 milhões de anos-luz da Terra. A colisão produziu ondas gravitacionais que foram detectadas pelo observatório LIGO, de interferometria a laser. Elas foram previstas pela Teoria da Relatividade de Einstein, mas até o ano passado nunca tinham sido detectadas. Além das ondas gravitacionais a fusão de estrelas produziu lampejos de luz que foram observados por telescópios convencionais. O que foi saudado como o início de uma era de astronomia multiespectral.

As estrelas de nêutrons são o resultado do colapso gravitacional de astros um pouco mais pesados do que o nosso Sol. Geralmente uma típica estrela de nêutrons tem de 1,1 a 3 massas solares. Quando essas estrelas implodem sua matéria é comprimida até que os átomos são completamente esmagados e só restam partículas atômicas chamadas nêutrons. Por isso elas são chamadas de estrelas de nêutrons.

Uma colher da substância dessas estrelas pesaria mais do que uma montanha. Mas não existem montanhas na superfície das estrelas de nêutrons. A gravidade delas achata tudo até que só resta uma planície fosforescente. Algumas estrelas de nêutrons emitem feixes de ondas de rádio que são captados pelas antenas aqui da Terra como pulsações muito precisas. Por isso elas são chamadas de pulsares. Os sinais de rádio dessas estrelas são usados para acertar os relógios atômicos dos observatórios.

Os astrônomos já sabiam que as estrelas de nêutrons eram pequenas, do tamanho de uma cidade, mas não tinham um número preciso. Agora, graças as informações obtidas pelo LIGO, os pesquisadores puderam criar modelos de computador, que simularam o choque dos dois astros, que juntos tinham a massa de 2,74 sóis. A conclusão é de que o tamanho de cada uma das estrelas era em torno de 21 quilômetros. Que é o tamanho de uma cidade pequena.

Esse número ainda não é totalmente preciso e essa precisão vai melhorar com novas observações feitas pelo LIGO e seu observatório gêmeo, o Virgo. O estudo foi liderado pelo cientista Andreas Bauswein, do Instituto Heidelberg na Alemanha.

As estrelas de nêutrons são muito úteis para acertar nossos relógios, mas ficam muito distantes para que possamos visitá-las ou observá-las com nossas naves espaciais. O que é muito bom já que a gravidade dessas estrelas destrói qualquer coisa que se aproxime muito delas. Uma nave que passasse muito perto de um desses astros seria esticada e amassada até ficar parecendo um pedaço de chiclete muito mastigado.

Mais densos e perigosos do que as estrelas de nêutrons são os buracos negros, que se formam devido ao colapso de estrelas com dezenas de vezes a massa do Sol. Na semana passada os astrônomos do observatório de Las Campanas, no Chile, descobriram um gigantesco buraco negro com a massa de 800 milhões de estrelas iguais ao Sol. Ele se formou quando o universo era mais jovem e só tinha 5% da idade atual. E só pode ser observado porque está associado a um quasar, conhecido pela sigla J 1120+0641 que fica a 13 bilhões de anos-luz.

Os quasares só foram descobertos na década de 1960, há pouco mais de 50 anos. O nome quer dizer objeto quase estelar, porque vistos com os telescópios comuns eles parecem estrelas. Mas estão tão distantes que não seriam visíveis se fossem estrelas comuns. Um quasar é mais brilhante do que milhões de estrelas juntas.

Durante anos os cientistas especularam sobre qual seria a fonte de energia desses astros fantásticos. Hoje sabemos que eles são produzidos por jatos de matéria emitidos por buracos negros gigantescos, situados no centro de galáxias muito distantes.

Distante: O quasar fica a 13 bilhões de anos-luz

Distante: O quasar fica a 13 bilhões de anos-luz

 

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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1 comment

Anderson 18 de dezembro de 2017, 22:57h - 22:57

Fantásticos os segredos da natureza revelados pela ciência. Essas matérias dariam um bom novo livro, hein Calife?

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