Astrônomos detectam galáxia feita de matéria escura

by Diário do Vale

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Astrônomos da universidade de Stanford, na Califórnia, usaram um radiotelescópio situado no deserto de Atacama, no Chile, para detectar uma galáxia feita de matéria escura. A matéria escura compõe mais de três quartos do universo, mas não pode ser vista através da luz visível ou da radiação eletromagnética. Para detectar esta matéria fantasma, os astrônomos se valem do efeito que a gravidade dela produz em outros objetos.

Observar objetos situados nos limites do espaço é um desafio mesmo para os telescópios modernos. Para ver mais longe, os astrônomos usam de um fenômeno natural, a chamada lente gravitacional. A gravidade de uma grande galáxia desvia a luz que passa por ela, como foi previsto pela Teoria da Relatividade de Einstein. E, ao desviar a luz, a galáxia age como uma lente de aumento natural, ampliando a imagem de objetos que estão atrás dela. O efeito, visto na foto aí ao lado, é conhecido como “Anel de Einstein”.

Ao examinar um desses anéis de Einstein, a equipe do astrônomo Yashar Hezaveh, da universidade de Stanford, encontrou uma estranha distorção em sua borda. A imagem foi processada em milhares de computadores que mostraram que a anomalia era real. Ela é produzida por um objeto invisível com um milésimo da massa de nossa galáxia, a Via Láctea. A conclusão é que se trata de uma galáxia anã, feita de matéria invisível, e situada a 4 bilhões de anos luz da Terra.

A descoberta pode ajudar os astrônomos a desvendar um antigo mistério. A teoria da formação das galáxias prevê que elas devem ter milhares de galáxias anãs em seus halos. Mas poucas dessas mini-galáxias foram realmente observadas. No caso da Via Láctea, nossa galáxia, só 40 foram encontradas. A explicação é que elas estão lá, mas são feitas de matéria escura invisível.

O método usado pelos astrônomos de Stanford lembra uma cena do episódio 2 de Star Wars: “O Ataque dos Clones”, quando o jedi Obi wan kenobi detecta o planeta oculto de Kamino pelo efeito que sua gravidade produz nos mundos vizinhos. Entrevistado pelo site Space.com, Yashar Hezaveh disse que a descoberta foi possível graças à potência do observatório ALMA, um radiotelescópio milimétrico e submilimétrico, situado no deserto de Atacama, no Chile. Ele acredita que outras mini galáxias invisíveis poderão ser detectadas pelo mesmo método.

“Podemos encontrar esses objetos do mesmo modo como conseguimos ver as gotas de chuva em uma janela de vidro”. Embora as gotas sejam transparentes, elas agem como uma lente, provocando uma distorção na luz que conseguimos perceber.

Na imagem colorida, aí ao lado, a mancha central é a galáxia distante conhecida como SDP-81. O círculo vermelho ao redor dela é o anel de Einstein criado pela luz ao atravessar a torção espacial gerada pela gravidade da SDP-81. Repare no ponto de luz perto do anel, à esquerda. Ele mostra a localização da galáxia escura. A imagem foi produzida combinando os dados do ALMA com uma imagem do telescópio espacial Hubble, da Nasa.

Se existem galáxias invisíveis, feitas de matéria escura, elas devem ter estrelas e planetas, também invisíveis. E, se a vida evoluiu em algum desses mundos, deve ter produzido criaturas que nossos olhos não poderiam ver. Como o Predador invisível dos filmes de Hollywood. Seres feitos de matéria escura poderiam visitar nosso planeta e andar entre nós, invisíveis e indetectáveis. A ciência moderna abre possibilidades tão instigantes quanto a ficção científica.

Qualquer objeto de grande massa no universo produz o efeito de lente do anel de Einstein. Além de galáxias, poderíamos encontrar esses belos fenômenos em torno de buracos negros e na entrada dos túneis dimensionais conhecidos como wormholes. Uma ideia que foi mostrada no filme de ficção “Interestelar”.

 

Oculta: O anel de Einstein revelou a galáxia fantasma (Foto 5: Divulgação)

Oculta: O anel de Einstein revelou a galáxia fantasma
(Foto 5: Divulgação)

 

 

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3 comments

GUEVARA 21 de maio de 2016, 10:06h - 10:06

Até que tenhamos uma resposta definitiva para a existência do Universo, se é que a teremos, iremos confrontar-nos com novas e belíssimas descobertas científico-cosmológicas. Vale a pena acompanhar o que virá por aí!

Minha opinião 20 de maio de 2016, 16:50h - 16:50

Boa matéria gosto muito desse tema.
E a pollítica parou por que???

Cristina 23 de maio de 2016, 10:05h - 10:05

Porque é melhor assim…

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