Brasileiro é tão bonzinho…

Por Paulo Moreira

Adélio Bispo é a prova de que brasileiro ‘bonzinho’ é lenda

A facada dada por Adélio Bispo de Oliveira no candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro não teve a mesma eficácia dos tiros disparados por Sirhan Bishara Sirhan no candidato a presidente dos Estados Unidos Bob Kennedy, mas mostra que a americana Kate Lyra estava errada quando dizia o bordão de seu personagem: “Brasileiro é tão bonzinho…”
Não é, não. O “brasileiro”, no caso do personagem da Kate Lyra (mulher do cantor e compositor Calos Lyra), era um sujeito querendo tirar proveito sexual de alguma necessidade da americana. A personagem era loura, burra e se comunicava mal em português. Diga-se de passagem, não era o caso da atriz, tão inteligente quanto bonita.
Brasileiro não é bonzinho porque é, sim, capaz de matar por divergência política. E não se trata só de Adélio, que está sendo apontado como deficiente mental pela sua defesa.
A repercussão da facada fez com que um monte de gente se revelasse tão assassina quanto ele. Tanto entre os adversários de Bolsonaro quanto entre seus apoiadores. Aliás, o próprio candidato se assume um “profissional da violência” e não tem a menor dificuldade em falar em provocar 30 mil mortes numa suposta cruzada contra o comunismo que ele tanto odeia.
A balela de que “brasileiro” é um povo pacífico também é desafiada pela história. O Brasil não tem nem duzentos anos de independência e já passou por guerras internas como a Revolução Farroupilha, a Revolução Constitucionalista de 1932 e a Guerra de Canudos, para parar em três exemplos.
Brasileiro só posa de pacífico. Quando helicópteros mostraram imagens de bandidos fugindo de uma favela ocupada pela polícia, há alguns anos, as pessoas imediatamente perguntaram o motivo de os fugitivos não terem sido metralhados como se aquilo fosse uma cena de “Apocalypse now”, em que, depois do “take”, os atores se levantam, batendo a poeira da roupa.
A greve dos caminhoneiros trouxe novamente a possibilidade de o país ver atos de violência. Alguns foram expostos nas redes sociais, mostrando que as “estratégias de convencimento” usadas pelos grevistas para fazer colegas pararem tinham uns argumentos “do cacete”, se é que o leitor me entende.

O perigo da eleição presidencial

O clima de “fla-flu” que assola o país por causa da disputa presidencial pode se transformar em algo bem mais perigoso do que troca de xingamentos pelas redes sociais. O episódio de Juiz de Fora pode marcar o início de uma escalada, principalmente se houver segundo turno.
O risco de uma campanha com dois candidatos – muito provavelmente Bolsonaro e alguém de centro ou de esquerda – vai ser a polarização ir do campo das ideias para o das pedras, paus, coquetéis molotov e talvez até balas (e não do tipo doce).
Não é tão negativo assim o fato de o “brasileiro” não ser “bonzinho”, no sentido de “mosca-morta”. Mas indignação, revolta ou seja lá o que for é muito mais eficiente se for manifestada na urna e em seu discurso. Violência só gera mais violência.

A violência diária

Além de mostrar que pode matar por política, “brasileiro” mata por causa de fechada no trânsito, som alto tarde da noite e discussão sobre futebol, para citar três motivos ridículos de assassinato.
Então, pare de acreditar naquela história de gigante pacífico. O “brasileiro” está mais para carcará que pega mata e come do que para Zé Carioca, que resolve tudo na conversa e na malandragem.

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10 Comentários

Severino 26 de setembro de 2018, 18:18h - 18:18

Bolsonaro vai ganhar, não porque é ótimo, porém é o menos ruim. Pode ter defeitos, como todo mundo tem, porém até o presente momento, NINGUÉM o acusa de LADRÃO. Os adversários ficam só falando que ele é violento com as mulheres e os gays, vai liberar as armas, etc. PORÉM LADRÃO ninguém o acusa , Voto nele sem medo de errar.CHEGA DE LADRÃO.

Catilina 21 de setembro de 2018, 22:52h - 22:52

Se é bonzinho, não sei. Mas depois que vi bolsomínions “refutando” (aprenderam essa palavra, e agora abusam) o site da Embaixada da Alemanha que tentava explicar que é absurdo dizer que “o nazismo é de esquerda”, parece que é um povo burrinho. E do jeito que compartilha fake news em redes sociais, vai permanecer burrinho por muito tempo.
Como passar vergonha nas redes sociais é de graça, bolsominion esbanja.
Agora, vem cá… esse tal de “atentado” também tem uma pinta de fake…

.+.+.+. 19 de setembro de 2018, 13:01h - 13:01

Brasileiro povo bonzinho? vai nessa ! além de ignorante,é um povo que mata por banalidades…pegando um gancho,nesta semana saiu uma pesquisa,no ranking de ignorância,ficamos em segundo lugar,a nossa frente ficou África do Sul.

Paulo Elias 18 de setembro de 2018, 11:24h - 11:24

Eu sinceramente não creio que as coisas podem caminhar para algo muito violento ou até (como alguns chegam a dizer) uma “guerra civil”.

E tomara que não chegue a esse ponto, pois estava assistindo uma análise de William Waack que esteve com diversos chefes de comando militares e eles disseram que as forças armadas não vão tomar nenhuma providência em relação a qualquer coisa política, disseram que isso foi um problema criado pela classe política e que deve ser resolvido por ela. E disse mais, que as forças armadas não tem condições e nem aparato para resolver um problema de uma eventual quebra da lei e da ordem, ou seja, se houver caos social, os cidadãos não poderão contar com ninguém.

Ozzy 17 de setembro de 2018, 16:28h - 16:28

Se os mais de 100 milhões de mortos pelo socialismo (que continua matando a olhos vistos, vide Venezuela, Síria, Coréia do Norte e Cuba) não for um motivo válido para lutar contra sua implantação, eu não sei o que pode ser.

Nico 17 de setembro de 2018, 11:45h - 11:45

Concordo com o autor , mas oq vemos, não só no Brasil mas em outros países é a banalidade do mal. Narrado com maestria pela filósofa politica Hannah Arendt em seu livro Eichmann em Jerusalém. O mal pode extravasar de um pacato cidadão quando tem seu carro fechado num cruzamento, de um vizinho simpático que tem seu sono perturbado pelo som alto vindo do apartamento ao lado. Da esquerda da direita. Do centro. A questão é, o mal pode ser questionado, posto em dúvida quando afeta a integridade individual ou coletiva. Brasileiro é bonzinho, é o tipico exemplo de cliché barato, raso e superficial.

Smilodon Tacinus 16 de setembro de 2018, 19:54h - 19:54

Brasileiro é igual a qualquer outro povo. Tem os bons, os maus e os omissos… Qualquer coisa que se diga para além disso é demagogia barata…

Golias 16 de setembro de 2018, 15:14h - 15:14

A esquerdopatia vem criando a violência há muitos anos.
São uns vagabundos,violentos e mamadores de teta.
Estão com medo da mamata acabar

guto 16 de setembro de 2018, 11:53h - 11:53

No Brasil há mais de 60000 assassinatos por ano, número esse superior às mortes no Iraque e na Síria, ou seja, o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, tanto que políticos com discursos violentos e anti-pacíficos como Ciro Gomes e Bolsonaro atraem a maior parte do eleitorado, que identificam no candidato um irmão, um pai, um tio ou um avô!
José Dirceu que disse que ia dar paulada no ex-governador Mário Covas “nas urnas e nas ruas”, mesmo que Covas fosse velho e com cancer, cumpriu sua promessa quando seus capangas deram uma paulada na cabeça do Covas, que foi levado ao hospital e faleceu algum tempo depois!!!
O pior de tudo é que o terrorista José Dirceu, que foi preso por ter ajudado o Lula no Mensalão e Petrolão, está agora solto, pois seu ex-advogado Dias Toffoli assumiu a presidencia do STF (mesmo não tendo passado duas vezes num teste para juíz no Estado de São Paulo!!!).

E se o poste de Lula for eleito, a maior violência vai ocorrer no Brasil: a jararaca vai ser solta nas ruas do Brasil, envenenando o ambiente político e levando à insegurança política, jurídica e financeira do país inteiro!
Como diria o jornalista Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”…

VAI VENDO 16 de setembro de 2018, 09:22h - 09:22

Gostei! Precisamos acabar com esse mito de que brasileiro é bonzinho. Enquanto alimentarmos isso, o brasileiro continuará enganado e de cabeça baixa (Observe eles pelas ruas como zumbis ou amebas).

Tenho o costume de, ao passar por um ponto de ônibus, jogar papel de bala ou embalagem no chão para provocá-los. I N C R I V E L M E N T E nenhum deles me chama a atenção. Daí pego o papel no chão e jogo na lixeira à frente deles (isso para eles tomarem coragem e aprenderem como se pega um papel no chão e coloca na lixeira). Às vezes ainda uso a prática de basquete para chamar mais a atenção. rsrsr

Precisamos aprender a ser guerreiros e parar de aceitar tudo o que nos é imposto. Os pilantras e bandidos precisam saber que encontrarão um guerreiro pela frente.

Esse guerreiro que falo é no sentido do conquistador. Lutador é o destruidor como a esquerda se refere: “vamos a luta!”

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