Carrapatos: o que precisamos saber sobre eles?

by Diário do Vale

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O verão está chegando e com ele também os carrapatos. Esses parasitas também existem no inverno, mas o calor e a umidade, típicos da estação do sol, criam o ambiente ideal para a sua reprodução.
A presença desses bichinhos trazem muitos problemas, por isso é muito importante conhecê-los para sabermos como preveni-los e eliminá-los.
Os carrapatos são parasitas, isto é, para viver e se reproduzir dependem de outro ser vivo. São parasitas sugadores de sangue que perfuram a pele do hospedeiro e se fixam de uma forma que é muito difícil de ser retirada. Cães, gatos, cavalos, entre outros animais e até mesmo pessoas podem ser suas vítimas. Eles são artrópodes aracnídeos, parentes das aranhas e dos escorpiões, e sua forma varia dependendo da espécie e da etapa de vida em que se encontra. No Brasil, há inúmeras espécies de carrapatos, onde o clima tropical favorece sua reprodução.
O carrapato que mais acomete os cães é da espécie Rhipicephalus sanguineus, conhecido popularmente como carrapato marrom (ou vermelho) do cão. Esse carrapato, originário da África, é muito comum e ocorre em todas as regiões do Brasil. Ele raramente ataca outros mamíferos, ocorrendo predominantemente em cães.
No ciclo de vida desses carrapatos, os ovos eclodem no ambiente. Deles surgem as larvas que precisam se alimentar logo que nascem, indo direto procurar um hospedeiro, no caso o cão. Ao se alimentarem no cão, essas larvas crescem, e precisam fazer uma muda, sendo assim, elas saem do cão e vão para o ambiente, onde se transformam em ninfas. Já transformadas em ninfas, elas voltam para o animal para também se alimentarem. Logo após, essas ninfas já alimentadas voltam ao ambiente para fazer mais uma muda, transformando-se em adultos. Esses adultos também precisam se alimentar e para isso voltam ao cão. Nessa fase, as fêmeas ficam no animal por um período de 4 a 10 dias, depois elas voltam ao ambiente, já bem ingurgitada (cheia de ovos), para poder colocar seus ovos em locais como frestas de parede e piso, plantas e gramas. Uma fêmea pode colocar cerca de 200 a 3 mil ovos e depois morre.
Alguns carrapatos chegam a triplicar de tamanho ao se alimentarem do sangue de seu hospedeiro. Por essa razão, é mais fácil visualizá-lo quando ele já está a algum tempo se aproveitando de sua vítima. Nesse ciclo de vida, fica claro que essa espécie de carrapato fica no cachorro somente para se alimentar, ou seja, passa pouco tempo da sua vida ali, sendo a maior parte no ambiente. Eles são extremamente resistentes, podem ficar semanas escondidos sem se alimentar, aguardando uma condição de clima mais favorável para saírem em busca de alimento. Eles também são resistentes a produtos de limpeza, por isso infestação não é sinônimo de sujeira.
Dessa forma, para saber se o seu cãozinho está ou não com carrapatos, basta procurá-lo pelo corpo todo dele. Eles costumam ficar em locais mais protegidos, como nas orelhas, entre os dedos, na virilha e axila. Mas podem estar em qualquer lugar do corpo.
No ambiente, estes carrapatos estão adaptados às áreas urbanas, preferindo sempre lugares secos, com baixa luminosidade e altos, podendo ser encontrado até no interior das residências, em frestas, rodapés, contos de paredes e tetos, batentes de porta, atrás de quadros e embaixo de estrados de camas.
Muitas pessoas não entendem de onde vem o carrapato encontrado nos seus animais. O que elas não sabem é que basta dar uma volta com o seu cão no quarteirão ou em uma praça que tenha carrapatos, para ele acabar pegando. Sem falar, que mesmo que você nunca leve o seu cachorro à rua, pode ser que seu vizinho passeie com o cachorro dele, e assim traga o carrapato com ele, o qual acaba indo para sua casa, pois eles são capazes de subir muros. Então, se você mora no térreo ou no primeiro andar, eles podem chegar até o seu cachorro com facilidade.
Pessoas que moram ao lado de terrenos baldios, beira de rios, área rural, morros, praças, ou onde haja a presença de outros animais como cavalos e capivaras, têm grandes chances de encontrar carrapatos em suas residências, principalmente em seu cãozinho. Esses fatores tornam ainda mais difíceis o controle do carrapato, mas não impossível. Por isso é importante saber onde está o foco da infestação, pois se o foco estiver na casa do seu vizinho, por exemplo, e não propriamente na sua casa, você nunca vai estar com o seu ambiente 100% livre dos carrapatos, sendo preciso planejar melhor a estratégia para combatê-los.

Doenças

O Rhipicephalus sanguineus é causador de diversos problemas, além de provocar um incômodo muito grande ao cão pela coceira que provoca (reação alérgica), pode causar anemia e transmitir doenças potencialmente fatais, como a babesiose e a erliquiose.
A anemia pode ocorrer nas grandes infestações, uma vez que a presença de muitos carrapatos sugando o sangue de um cão pode fazer com que ele fique anêmico. Além da anemia, existem doenças muito perigosas que são transmitidas aos cães por esses carrapatos que podem ser mortais; é o caso da babesiose e a erliquisiose. Duas doenças que afetam o sangue e são vulgarmente conhecidas como doença do carrapato. Bastando um ou dois carrapatos que estejam carregando formas infectantes dos protozoários causadores dessas enfermidades, para que o cão contraia uma dessas doenças.
Elas geram problemas sanguíneos graves e, a maioria dos sintomas são bastante gerais e muito parecidos com os de outras doenças, o que dificulta muito um diagnóstico. Assim, o controle do carrapato deve ser constante e qualquer sinal de apatia, febre, falta de apetite e mucosas (gengivas ou conjuntiva) pálidas em cães que costumam ter carrapatos, é motivo de uma visita ao veterinário e um exame de sangue, para detecção da Babesia ou da Erlichia. Elas são tratáveis quando diagnosticadas a tempo.
Agora que conhecemos um pouco sobre esse carrapato comumente encontrado nos cães, precisamos saber o que fazer para prevenir e combatê-los, mas esse será o assunto da matéria do próximo sábado, por isso não percam!

 

Preciso de um lar

O Moreno tem porte médio, dois anos e é muito dócil. Ele se comporta super bem com outros cães e gatos.

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Cantinho do leitor

Essa coisinha mais linda se chama Charlotte. Ela é a filhinha da Priscila e do Régis, de Volta Redonda. Eu a acompanho desde bebezinha.

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GLAYCE CASSARO PEREIRA | [email protected]

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