Coisas estranhas no céu

by Diário do Vale

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O biólogo britânico J.D.Bernal disse uma vez que o Universo não é apenas mais estranho do que imaginamos, ele é mais estranho do que podemos imaginar. Recentes descobertas na área da astronomia mostram que ele tinha razão. Nas últimas semanas descobrimos que a lua Io, de Júpiter, tem uma atmosfera desmontável, que a estrela Tabby está perdendo seu brilho e um novo asteroide, o Niku, que tem uma órbita perpendicular ao plano da eclíptica.

Nem os escritores de ficção científica conseguiram imaginar os cenários revelados pela astronomia moderna. Coisas como buracos negros que devoram estrelas e estrelas de nêutrons que se unem para lançar espadas de luz através do céu estrelado.

Mas vamos às notícias. A primeira delas vem de Júpiter, o maior planeta do sistema solar e suas luas. Uma das maiores descobertas das missões Voyager, da Nasa, no século passado, foram os vulcões da lua Io. No lugar de uma lua gelada e inerte as fotos da Voyager revelaram lagos de enxofre e vulcões em constante erupção. Os gases lançados por esses vulcões criam uma atmosfera de dióxido de enxofre. Novas observações mostram que essa atmosfera se congela e cai na superfície, cada vez que Io mergulha na sombra projetada por Júpiter. Quando a lua sai do eclipse a temperatura aumenta e o dióxido de enxofre volta ao estado gasoso, voltando a envolver a lua vulcânica.

Indo mais longe do Sol tivemos a descoberta de um novo asteroide, o Niku, além da órbita de Netuno. O Niku tem apenas 200 quilômetros de diâmetro. O mais interessante é que ele percorre uma órbita inclinada 110 graus em relação a eclíptica. Ou seja, o plano das órbitas dos outros planetas do sistema solar. Existem vários asteroides com órbitas desse tipo além de Netuno, o que levou alguns pesquisadores a postularem a existência de um décimo planeta, além de Plutão. A força gravitacional desse planeta X estaria desviando asteroides como Niku, e enviando-os para órbitas exóticas, acima e abaixo do nosso sistema solar.

Mas existe uma explicação mais simples. É possível que Niku (o nome vem de “rebelde” em chinês) tenha sido desviado por algum planeta anão, como Plutão ou Ceres, que ainda não foi descoberto.

Além do sistema solar os astrônomos continuam a observar a misteriosa estrela Kepler KIC 8462852, que passou a ser chamada de Estrela Tabby em homenagem a astrônoma Tabetha S. Boyadjian que descobriu suas características bizarras. Observada pelo telescópio espacial Kepler, que procura planetas extra-solares, a Tabby revelou uma mudança bizarra em seu brilho. Que aumenta e diminui como se alguma coisa enorme estivesse passando em sua frente.

A princípio os astrônomos imaginaram que uma nuvem de cometas estivesse orbitando a estrela e eclipsando seu brilho. Mas uma varredura feita com o telescópio infravermelho IRTF, da agência espacial Nasa, não encontrou as partículas capazes de formar um anel de detritos. O que levou alguns pesquisadores de vida extraterrestre a sugerir uma megaestrutura, criada por extraterrestres inteligentes. Algo como uma esfera de Dyson ou um anel de Niven. Agora, um novo estudo mostrou que a luminosidade intrínseca da estrela de Tabby vem diminuindo seu brilho. Nos últimos quatro anos ela perdeu 3,5% de sua luminosidade segundo a pesquisa feita por Ben Montet (do Caltech) e Joshua Simon do Instituto Carnegie.

O que levou os entusiastas da ficção científica a nova especulação. Se a estrela está perdendo seu brilho isso poderia levar os hipotéticos alienígenas a construírem uma estrutura ao seu redor, para captar e conservar sua energia.

O fato é que a luminosidade variável da estrela Tabby ainda não tem uma explicação científica convincente. Mas as observações continuam.

 Bizarra: Atmosfera de Io desaparece de noite


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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

 

 

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