Crise brasileira é capa da revista The Economist

by Diário do Vale

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Não é preciso ser místico para prever que a crise atual vai piorar em 2016. Basta entender de economia e acompanhar a evolução dos acontecimentos. É o que faz a revista inglesa The Economist, uma das mais importantes publicações do mundo na área econômica. A revista escolheu a crise brasileira para ser a matéria de capa de sua primeira edição de 2016. Em cima de uma foto da Presidente da República, a manchete em inglês diz: “A queda do Brasil e o ano desastroso que se inicia”.

Em 2008, quando a economia brasileira parecia ir de vento em popa, a The Economist fez uma capa onde o Cristo Redentor aparecia subindo como um foguete. Naquela época o Brasil era o destaque no bloco dos países emergentes, os Brics, e o futuro parecia glorioso. A Petrobrás tinha encontrado petróleo na camada do pré-sal e o governo acenava com a prosperidade dos petrodólares. Que iam gerar empregos e prosperidade, aqui na região sudeste.

Em 2015 o sonho começou a desmoronar e a revista britânica mudou suas previsões. Com uma capa onde um destaque de escola de samba aparecia afundando em um atoleiro e falava da estagnação da nossa economia. Agora as previsões dos editores da revista são ainda mais sinistras.

A matéria fala na perda pelo Brasil do grau de investimento nas agências Fitch e Standard and Poors e a saída do ministro da fazenda, Joaquim Levi, menos de um ano depois de assumir o cargo. E que deve afastar ainda mais os investidores estrangeiros. Pelos cálculos da The Economist a economia brasileira pode encolher uns 3% neste ano de 2016 e seu desempenho deve ficar atrás até da Rússia, outro membro importante dos Brics.

Crise

No lugar de estar na ponta do crescimento, o Brasil enfrenta a possibilidade de um retorno da hiperinflação e uma crise política sem precedentes, diz o artigo. Como um navio no meio de uma tormenta nosso país perdeu o rumo e seriam necessárias medidas drásticas para recuperar a credibilidade e o crescimento. Coisas como cortes nos gastos do governo como uma redução naqueles 39 ministérios que servem de cabide de empregos para os aliados do atual governo. Para os editores da revista, Dilma Rousseff “não tem estômago para isso” e a crise deve piorar com desemprego em massa e o colapso da indústria.

Para a revista os problemas internos do Brasil se somaram a queda dos preços das commodities globais, o que reduziu as exportações e fez o déficit fiscal aumentar de 2% do PIB em 2010 para 10% no ano passado. O resultado, conclui a matéria, será “um desastre político e econômico no ano de 2016”, o ano em que o país vai sediar as Olimpíadas. A revista Veja concorda e alguns jornalistas já batizaram de “Dilmalândia” aquela imagem do Brasil rico e próspero que o governo criou antes da reeleição da presidente. Uma fantasia que só levou um ano para desmoronar como um castelo de cartas.

Esta semana a economia andou turbulenta devido a uma retração na economia chinesa. País que importava minérios e aço do Brasil. O dólar já passou dos quatro reais enquanto o foguetório do Réveillon ainda atormentava os nossos ouvidos. Como eu disse na semana passada a época pede redução de despesas e extremo cuidado. Cuidado para não ficar doente, porque os hospitais estão sem médicos e sem remédios. Cuidado para manter o emprego e cuidado de fazer uma poupança e se preparar para os dias difíceis que virão.

Os políticos procuram bodes expiatórios e recorrem a soluções desastrosas, como aumento dos impostos, coisa que só vai piorar a situação. Esta semana um jornal carioca publicou uma matéria de capa sobre a crise no Rio de Janeiro. O governador teria tirado de seu gabinete uma pintura retratando a morte do Estácio de Sá, que estaria “dando azar” para sua administração.

Quem dera a solução fosse tão fácil assim.

Desastre: O atoleiro brasileiro na visão dos britânicos (Fotos: Divulgação)

Desastre: O atoleiro brasileiro na visão dos britânicos (Fotos: Divulgação)

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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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3 comments

Al Fatah 10 de janeiro de 2016, 09:07h - 09:07

O mundo fica estupefato com a crise num país que aparentemente vinha crescendo mas que, de repente e do nada, empaca e volta algumas “casinhas”, sem mais nem menos… Eu cada vez mais me convenço de que o pior do Brasil é o brasileiro. Culpar Dilma e o PT é chover no molhado, são brasileiros iguais qualquer outro dos mais de 200 milhões, na maioria adeptos da “lei de gerson”…

Acreditar em mudança pelo voto é simplismo míope, este país precisa é de melhor educação e leis mais severas, talvez uma nova constituição…

Mahatma Glande 9 de janeiro de 2016, 09:07h - 09:07

No nosso Pais a corrupção campeou tanto , que até parece que nossa Presidenta* não escolheu seus ministros e auxiliares . Escolheu foi cúmplices isso é uma vergonha e não temos saída (*) Não seria a Presidente? Presidenta é ridículo

Pagador de impostos 8 de janeiro de 2016, 09:31h - 09:31

Pois é. Lembram da marolinha ? Pois é. Chegou e não tem nada de marola. Parece um tsunami. E o melhor. Adivinhem quem pagará de novo a conta ? Bingo. Um doce para quem disse a população. Eles, as “incelências” continuam em berço esplêndido. No governo do Rio de Janeiro, cuja capital sediará os jogos olímpicos, os salários estão sendo pagos com atraso, menos os das “incelências”, por supuesto. Até quando, vamos assistir a tudo isso inertes ? E a “presidanta” continua com o palavrório sem sentido. Estamos voltando à mesma situação da década de 80. Todo o esforço e o preço que pagamos (alto, diga-se) para que a economia fosse estabilizada está sendo perdido.

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