Dicas para sobreviver no Rio de Janeiro

by Diário do Vale

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Falta pouco mais de um mês para os Jogos Olímpicos e a matança continua no Rio de Janeiro. A última vítima foi a médica Giselle Gouvêa, fuzilada por bandidos em um dos acessos da Linha Vermelha. Como vocês se recordam, há pouco mais de um mês aconteceu o mesmo com a jovem Ana Beatriz Fraga, baleada no dia 7 de maio em um dos acessos ao aeroporto Tom Jobim. Na ocasião o prefeito prometeu que ia reforçar a segurança. Ficou só na promessa. Como disse o pai da dermatologista, durante o enterro: “De que adianta ter Olimpíada se a gente não pode nem andar em segurança pela Linha Vermelha?”.

O problema é antigo. Em 1996 uma de minhas ex-colegas da redação do Jornal do Brasil foi baleada em uma tentativa de assalto no Leblon. Teve o pulmão perfurado por um tiro, mas conseguiu dirigir até o hospital Miguel Couto e sobreviveu. Hoje ela mora nos Estados Unidos e não quer vir ao Rio de Janeiro nem para passar férias. Faz vinte anos e a segurança na ex-cidade maravilhosa não melhorou nem um pouco.

Morei 33 anos no Rio de Janeiro e saí de lá depois que as quadrilhas tomaram conta da cidade, durante o governo do finado Leonel Brizola. Brizola não queria que a polícia agisse nos morros, achava que “intimidava os cidadãos de bem”. Foi o início do domínio das favelas por bandos armados com fuzis automáticos e até bazucas. Hoje evito ir ao Rio sempre que posso e quem for assistir aos Jogos Olímpicos deve ter a consciência que está entrando em uma zona de guerra. Como disse um amigo internauta: “O Rio é como a Faixa de Gaza, só que com praias e biquínis”.

Sobrevivendo

Para sobreviver no Rio de Janeiro é preciso seguir algumas dicas de segurança. Uma delas é não usar a orientação pelo sistema de satélites GPS, acessório de muitos carros modernos. O sistema GPS foi feito para as cidades do mundo normal, onde você não corre o risco de ser fuzilado se entrar em uma comunidade dominada pelo tráfico. Vários motoristas já foram baleados no Rio de Janeiro ao seguir as indicações do GPS e terminar entrando por engano nessas zonas dominadas pelo poder paralelo.

Outra dica é não usar joias nem aparelhos caros como notebooks e tablets de alta tecnologia. Eles são como aqueles relógios Rolex, que eram um dos acessórios favoritos de profissionais liberais como médicos e empresários. Coloque um Rolex no pulso e você não conseguirá andar dois quarteirões no centro do Rio sem ser atacado. O mesmo vale para smartphones e tablets. Tente escondê-los dentro de uma bolsa.

A médica morta no último fim de semana dirigia um Land Rover. Um carro caro, que sinaliza aos bandidos que o proprietário é uma pessoa de alto poder aquisitivo. Quando trabalhei no Jornal do Brasil, na década de 1980, a criminalidade carioca ainda não tinha chegado aos níveis atuais. Mesmo assim eu tinha um fusca, e só andava pela cidade naquele carrinho barato, que não desperta a cobiça de criminosos. Nunca tive problema com assaltos ou bloqueios feitos por bandidos.

Portanto, se você for ao Rio para as Olimpíadas evite andar pelos acessos a cidade pilotando um carrão de luxo com GPS e outros acessórios. Suas chances de sobrevivência diminuem na proporção do preço do carro que você dirige. O ideal é deixar o carro na garagem e ir de ônibus. Ou pegar um táxi para ir do aeroporto até os estádios Olímpicos. Os motoristas profissionais conhecem bem a cidade e não vão entrar em áreas perigosas.

O governo do Rio prometeu que vai colocar o Exército e a Força Nacional de Segurança nas ruas durante os jogos. Como foi feito durante a Copa do Mundo. A diferença é que durante a Copa de 2014 os bandidos estavam na defensiva devido a invasão dos morros pelos militares. Agora eles estão invadindo até hospitais no centro da cidade.

 

Rio: Faixa de Gaza com biquínis (Foto: Divulgação)

Rio: Faixa de Gaza com biquínis (Foto: Divulgação)

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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19 comments

Paula 4 de julho de 2016, 15:33h - 15:33

Melhor dica: não vá ao Rio. Cidade decadente, onde a sensação é de a qqr momento vc sera atacado, roubado ou morto. O centro parece um bangalô de desocupados, pedintes e ladrão de rua.

maria 3 de julho de 2016, 16:48h - 16:48

Indignado vc está certo.Aqui em Volta Redonda 5 operários morrem nessa sucata da Csn,e fica por isso mesmo.Se fosse no Japão fechava essa sucata e só abria de novo se apresentasse melhorias.Coitada das familás dos peão.
Os trabalhadores tnb são covardes pq não param e exigem segurança,celular gente filma aí as sucatas e expoem na mídia.
Medo de perder emprego,mas não valorizam a sua vida.país de gente mesquinha,burra,porca,farrista,só pensam em futebol e sacanagem,trição e adulterio estão no linguajar desses pião da Csn
Nunca vai mudar ela só pega gente da periferia da cidade que aceita 1000 reais de salário.

Indignado 3 de julho de 2016, 14:22h - 14:22

Brasil terra de bandido, povo mal educado, sem noção, porco, burro e por aí vai… vai pra frente isso aki não. Desista!

Rodolfo Dias 3 de julho de 2016, 17:29h - 17:29

Que autoestima a sua! eheheheh…

maria 3 de julho de 2016, 00:39h - 00:39

A dica é sai do rio e muda pra um país desenvolvido.

Rodolfo Dias 2 de julho de 2016, 12:05h - 12:05

Em junho, houve (9) NOVE assassinatos, só no município de VR.

Rodolfo Dias 2 de julho de 2016, 12:07h - 12:07

VR, aliás, que tem uma população talvez 20 vezes menor do que a do Rio. Então, proporcionalmente…

Al Fatah 2 de julho de 2016, 16:48h - 16:48

A diferença é que bandido aqui não aponta fuzil na tua cara. Só morre quem deve, guerra interna pelo comando… Pior do que os números é a sensação de insegurança, e isso no Rio é infinitamente maior. Sente-se muito mais inseguro andando lá do que aqui…

Coxinha de cidade-operária 3 de julho de 2016, 04:53h - 04:53

Sei não, não vou muito nessa patriotada sua não: tiro de trezoitão enferrujado de vagabundinho baixa-renda aqui do interior também mata. A Dutra pode virar uma grande avenida e fundir de vez o sul fluminense com a Baixada.

Al Fatah 3 de julho de 2016, 17:48h - 17:48

Os vagabundos do Rio são alta renda? Aquelas favelas tenebrosas escondem um mundo de luxo e ostentação? Explique aí, coxinha presunçoso e esnobe… Antes bairrista que deslumbrado com a “capitar” e lambe-botas de estrangeiros. Um cara que vive caçoando dos trabalhadores não merece o mínimo respeito…

Al Fatah 3 de julho de 2016, 17:52h - 17:52

Entre passar uma noite sozinho dentro de um carro, qual vc escolheria? Amaral Peixoto ou Largo do Machado?… Vc, coxinha, não entende o que é SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA…

Coxinha de cidade-operária 3 de julho de 2016, 20:46h - 20:46

Torço para que a escalada de violência em VR reverta. Agora…bairrismo e patriotadas são típicos de gente pouco viajada… Boa semana.

conformado 2 de julho de 2016, 11:27h - 11:27

NASCI NO RIO DE JANEIRO EM 1945 NA ÉPOCA EM QUE PODÍAMOS DORMIR DE JANELAS ABERTAS NO VERÃO.
ESSA PRÁTICA ACABOU .SÓ VOU NA EX CIDADE MARAVILHOSA, SE FOR MUITO NACESSÁRIO MESMO ASSIM COM MUITO MÊDO.

x9 dois 2 de julho de 2016, 11:16h - 11:16

cuidado com os extremistas no rio

Jaguatirica 1 de julho de 2016, 20:52h - 20:52

Acho esse sujeito careta e com um repertório grande de clichês

Zelyto Silva 1 de julho de 2016, 16:17h - 16:17

Só quem mora aqui sabe do que ele está falando…

Peão capitalista 1 de julho de 2016, 07:54h - 07:54

Aliás, já viu a manchete principal da edição de hoje?

Peão capitalista 1 de julho de 2016, 07:42h - 07:42

Assista aos jogos no telão da boate “Zero Grau” no Aterrado. Super seguro lá…

Maniac 3 de julho de 2016, 12:28h - 12:28

Hehehehehe

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