E o Strangelet fugiu do laboratório

by Diário do Vale

Atlas: Detetor não conseguiu registrar os ‘strangelets’

Depois de descobrir o bosom de Higgs em 2012, o gigantesco laboratório CERN, na fronteira da Suíça com a França, está no encalço de coisas ainda mais estranhas. Ultimamente o laboratório vem tentando encontrar partículas subatômicas supersimétricas, que alguns chamam de ‘Stangelets’ devido a sua estranheza. Essas partículas seriam responsáveis pela misteriosa matéria escura, que não é detectada por sensores comuns, como telescópios e formaria a maior parte do universo. Depois de várias tentativas usando o Grande Colisor de Hadrons a equipe do CERN concluiu que pode ter fabricado essas coisas misteriosas. Mas que elas escaparam da contenção do aparelho ATLAS, encarregado registra-las.

Isso estaria acontecendo não só devido à estranheza dessas partículas, mas devido às próprias características do aparelho, que não foi construído especificamente para registra-la. O ATLAS não é capaz de registrar um ‘strangelet’, o que ele faz é registrar as partículas comuns que ele produziria ao se decompor e como nada foi registrado, uma hipótese é que essas partículas não estariam se decompondo, elas estariam escapando para o ambiente terrestre e andam voando por aí.

A teoria da supersimetria propõe que para cada partícula subatômica conhecida existem parceiras ocultas, que são muito mais difíceis de detectar. O lugar ideal para procurar por elas é nas colisões de partículas que ocorrem regularmente dentro do LHC. Onde são recriadas as energias que existiram nos primeiros momentos após o Big Bang, quando o Universo estava se formando. Mas para isso é preciso que os ‘strangelets’ descaíssem, deixando um rastro como as partículas comuns. Aparentemente eles são tão estranhos que não se decompõem. Afinal, se são responsáveis pela força que mantem as galáxias unidas, então eles podem existir em qualquer ambiente. Incluindo na atmosfera exótica do nosso planeta Terra.

Embora ainda não tenham conseguido detectar um desses ‘strangelets’, os físicos já tem uma ideia de como eles devem ser. São verdadeiros monstros, partículas enormes em relação a outras entidades do mundo subatômico. Os charginos, por exemplo, seriam 447 vezes mais maciços do que um próton. Outro ‘strangelet’, o slepton, formaria um par com 746 vezes a massa de um próton. E o Godzila dos ‘strangelets’ seria o quark bottom supersimétrico que teria uma massa 1445 vezes maior do que a do próton. O próton é uma das partículas que formam os átomos, os tijolos de toda a matéria do Universo.

Mas como é que os cientistas sabem que essas coisas invisíveis existem? Devido ao comportamento das galáxias e das maiores estruturas do Universo. Em 1933 o astrônomo suíço Fritz Zwicky estudava um aglomerado de galáxias, chamado Coma Cluster quando percebeu uma coisa estranha. A massa das galáxias era insuficiente para manter o aglomerado unido. Ele já deveria ter se desintegrado há muito tempo. Zwicky concluiu que devia existir algum tipo de matéria invisível, que ele chamou de dunkle Materie (matéria escura) formando uma bolha que manteria as galáxias unidas.

Outra observação importante foi feita pela astrônoma americana Vera Rubin, na década de 1970. Ela estudava as galáxias espirais, como a nossa Via Láctea, quando percebeu que elas giram depressa demais para se manterem coesas. As estrelas que ficam perto das bordas deveriam ser lançadas no espaço, mas não são. Rubin concluiu que existe uma força desconhecida, gerada por uma matéria fantasmagórica, que mantém as galáxias unidas. A ficção, é claro, embarcou nessa onda. No filme “O império contra ataca” o sábio Yoda diz para Luke Skywalker que a mítica Força é o que mantem as galáxias unidas.

A equipe do CERN esta fazendo de tudo para capturar essas entidades exóticas. Afinal elas valem um prêmio Nobel.

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3 comments

Tudo muito estranho 30 de maio de 2019, 22:36h - 22:36

Mas como é que os cientistas sabem que essas coisas invisíveis existem?

Da mesma maneira que eu sei que o lago do Belvedere foi Aterrado na surdina e era enorme.

gigantesco laboratório CERN, na fronteira da Suíça com a França, está no encalço de coisas ainda mais estranhas.

Vc quer coisa mais estranha que aterrar um lago e querer convencer a todos os moradores que ele nunca existiu.

Vc quer coisa mais estranha que deixar diversos bairros sem água por dias para favorecer uma pessoa.

betos 30 de maio de 2019, 22:16h - 22:16

Boa noite,
com todo o respeito, mas os cientista deveriam gastar tempo e dinheiro em um super laboratório com este e pesquisas algo que realmente contribua para o bem da humanidade, cura de doenças como cancer, vacinas contra doenças tão simples (zika, por ex.), esclerose múltipla, proteger o planeta para nunca acabar água potável ou alimentos, dentre otras coisas muito mais úteis e prestativas.

MAURO SILVA 28 de maio de 2019, 08:16h - 08:16

Toda esta balbúrdia prova que nunca haverá condições para se chegar à teoria de tudo. O universo (ou multiuniverso?) é extremamente fantástico, e a ciência, extremamente curiosa.

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