Inveja: Um sentimento presente

by Diário do Vale

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Quer você goste ou não, a neurociência prova que somos todos invejosos. Esse sentimento visto como um grande vilão pode também ajudá-lo a buscar a motivação necessária para atingir seus objetivos. Não, eu não estou incentivando a inveja. Quando digo que somos todos invejosos é simplesmente porque como seres humanos que somos, nós possuímos esse sentimento dentro de nós em maior ou menor grau, em comportamentos e pensamentos diferentes.
Quer você admita ou não, algum dia em sua vida já sentiu inveja de alguém assim como também já foi vítima da inveja alheia. Em nossa sociedade, esse sentimento pode ser interpretado como um defeito, uma fraqueza ou desvio de caráter. Mas nem tudo está perdido. Psicólogos e neurocientistas tem dedicado vários estudos e pesquisas a fim de entender melhor esse sentimento.
O desejo de ter algo que o outro tem e nós não, pode ser uma casa bonita, um carrão, um emprego, atributos físicos e certos dons como falar bem em público ou tocar violão, por exemplo. Ao estudar a inveja, neurocientistas descobriram que o sucesso alheio causa desconforto. Ao examinar alguns voluntários, eles identificaram que a região onde esse sentimento é processado é a mesma região onde a dor física se processa, portanto, a inveja é uma emoção dolorosa.

A pior inveja

O pior modo de inveja é aquele em que a pessoa sente prazer com o sofrimento do outro e prejudica até algumas pessoas através de armações, mentiras e comentários maldosos. Porém a inveja pode sim ser do tipo inveja branca, como dizem. Se aprendermos a reconhecê-la, aceitá-la como um sentimento humano e utilizá-la como incentivo para alcançar o que queremos sem que seja necessário desejar mal ao outro, a inveja pode sim ser produtiva.

Mude sua emoção

Nem sempre pensar que você quer algo que o outro tem e você não, é um sentimento ruim. O que acontece é que nós sentimos e ponto, pois apenas se sente e isso é um processo físico das emoções. A grande questão é o que fazer com o que se sente. A inveja decorre de uma comparação (muitas vezes errada) na qual o invejoso se sente inferior de alguma maneira. É importante lembrar que cada pessoa constrói seus próprios pensamentos em consequência daquilo que sentem e constroem suas próprias crenças acerca de si mesmo e dos outros. Ou seja, a pessoa pode sentir-se inferior sem exatamente ser de fato inferior por apenas interpretar uma realidade de maneira errada. A inveja também pode ter a ver com admiração e nem sempre gerar uma sensação ruim ou de culpa.

Utilize a empatia

A neurociência afirma que a sensação de prazer é reduzida quando o cérebro entende que o sucesso alheio é maior, ou seja, se você comprou um carro e logo descobre que seu vizinho comprou um carro ainda melhor pelo mesmo valor, o prazer de ter conseguido comprar o seu carro deixa de ser tão grande. Assim, a ciência explica que esse mecanismo acontece sem que muitas vezes possamos perceber. Quer dizer que então você deve aceitar e pronto? Não. Nascemos também com outros sentimentos e muitas capacidades, inclusive a empatia.
É possível utilizar estratégias cognitivas que o ajudem a lidar com esse sentimento e até mesmo descartar a inveja. Você aprende a lidar de maneira útil e produtiva de modo que você não tenha alvos e sim inspirações para o próprio comportamento. Utilizando a empatia podemos nos colocar no lugar do outro e vivenciar o sucesso alheio quebrando barreiras e desfazendo sentimentos prejudiciais.

A saída é o equilíbrio emocional

A inveja em um de seus piores aspectos, e quando você cobiça o sucesso alheio às custas do próprio desmerecimento. Pesquisadores do assunto afirmam que pessoas tendem a desprezar aquilo que não podem ter, o comportamento de ignorar o sucesso dos outros é natural. Nós não medimos esforços para controlar a inveja e todos nós temos a capacidade de controlar impulsos invejosos. Essa capacidade costuma ser diminuída por fatores como uso de álcool e drogas, cansaço e estresse.
A melhor maneira de lidar com nossos sentimentos é tendo equilíbrio emocional e consciência das nossas limitações e potenciais. Não somos perfeitos e não precisamos sentir culpa ou nos sentir fraco por sentir inveja de vez em quando, afinal ainda que possamos querer alcançar a perfeição somos humanos. O que não pode ser feito é alimentar e transformar em atitudes e comportamentos que prejudiquem tanto você quanto o outro. Você pode ser um agente transformador e fazer da inveja um sentimento de admiração e motivação para si.

Veja sem inveja

A inveja é uma forma de admiração que saiu pela contramão e se encarada e trabalhada de maneira correta, pode se transformar num sentimento criador e gerador de boas ações e conquistas. Como dizia Francisco de Assis, se enche de felicidade aquele que vê, sem inveja, a felicidade dos outros. Que possamos através da aceitação de nossos sentimentos e limitações, buscar o autoconhecimento para aprender a lidar da melhor maneira com nossa realidade.

Por Aline Stteel  | [email protected]

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