Mostra de Cenas Curtas é realizada em Angra dos Reis

by Diário do Vale

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A noite do último sábado, dia 30 de setembro, foi muito significativa para o público e para os artistas presentes no Centro Cultural Theóphilo Massad (CCTM), no Centro de Angra dos Reis, que presenciaram a primeira edição da Mostra de Cenas Curtas de Angra dos Reis.

Com o objetivo de desenvolver e fomentar a prática de criação de cenas teatrais, o evento conseguiu mais do que isso. Foi possível notar o empenho de jovens artistas e grupos locais e de fora, em prol de um bem comum: o teatro. E teatro de qualidade não faltou nessa noite!

Com a participação de nove cenas que podiam chegar até 20 minutos, o público se divertiu e se encantou com a força e a delicadeza das apresentações. A primeira cena a se apresentar com o nome de “O último beijo” foi realizada pelos atores do Grupo Chão de Estrelas, que organizou a Mostra. Na cena um homem e uma mulher se encontram por acaso no momento em que ela decide cometer suicídio, e a partir de um pedido de um beijo os jovens começam a refletir sobre a vida. Os alunos da oficina de teatro Chão de Estrelas apresentaram ainda a cena “O inferno é isento de regras”.

Palhaços e Julia’s foram duas cenas apresentadas pelo Coletivo Diletante, grupo formado há dois anos, cuja pesquisa em cima do teatro narrativo fez o público refletir com a primeira cena e se identificar com as revelações do caderno vermelho de Júlia.

Do Rio de Janeiro vieram as cenas Valsa Nº 6 de Nelson Rodrigues com a atriz Miyuki e A Mais forte de August Strindberg, com duas atrizes da CAL e direção da angrense Camila Rocha. Valsa nº 6 conta a história de Sônia, menina assassinada aos quinze anos, que tenta lembrar-se de tudo o que lhe aconteceu antes de ter sido apunhalada pelas costas por alguém que lhe pedia que tocasse ao piano a Valsa nº 6, de Chopin. E a segunda conta a história de duas mulheres que disputam o amor do mesmo homem. Uma utilizando sua forma expansiva e ativa, lutando pelo amor deste homem, tentando diminuir e humilhar a outra, que permanece calada, intacta, de forma passiva. Ao final, o que se pergunta é quem é a mais forte da história?

Encontro: Todos os artistas da Mostra de Cenas Curtas reunidos no palco do Teatro Municipal de Angra dos Reis (Foto: Laís Ribeiro)

Encontro: Todos os artistas da Mostra de Cenas Curtas reunidos no palco do Teatro Municipal de Angra dos Reis (Foto: Laís Ribeiro)

 

A dor exposta no palco

As cenas “A Tarja da Censura” e “FALA (!) Substantivo Feminino”, do artista Guilherme Geyer e do Coletivo Athos, foram apresentadas em sequência e impactou o público presente, que pôde ver em cena o grito dos excluídos ser colocado para fora de forma artística. Temas como homossexualidade, violência contra a mulher, preconceito racial e ditadura da beleza são colocados em cheque e evidenciam a condição dos oprimidos, que nessas cenas ganham direito de resposta. O Coletivo Athos, dirigido por Carol Barbosa, João Vitor Novaes e Guilherme, após o resultado positivo da apresentação, cogita voltar aos palcos juntos em parcerias futuras para eventos que acontecerão em novembro na cidade.

Parceria: Alguns integrantes do Coletivo Athos (Foto: Laís Ribeiro)

Parceria: Alguns integrantes do Coletivo Athos (Foto: Laís Ribeiro)

 

Da sala de aula para o palco

A terceira cena a se apresentar na Mostra de Cenas foi “Milk-Shakespeare”, do Grupo Trabalho de Artes. A partir da releitura de monólogos de peças consagradas de William Shakespeare, a cena é contextualizada dentro de um ambiente escolar, que condiciona os alunos a mero reprodutores de conteúdos.

O trabalho surgiu durante as aulas de Artes do Colégio Estadual Honório Lima e partiu do empenho de cinco estudantes – Viktoria Agapova, Laís Mendes, Julianne Gonçalves, Renan Costa e Vinicius Gouvea -, que por vontade própria, após o professor João Vitor Novaes (esse que vos escreve) levantar a cena, inscreveram-se na mostra. Muitos deles estavam se apresentando pela primeira vez em um palco e diante de um público que não era formado por seus amigos de escola.

O resultado não poderia ter sido melhor. O trabalho que surgiu dentro da sala de aula e subiu pela primeira vez em um palco, foi eleito uma das melhores cenas do evento, juntamente com “Fala (!)”, “A Tarja da Censura” e “A mais forte”.

‘Milk-Shakespeare’: Em cena os cinco jovens atores que subiram pela primeira vez em um palco (Foto: Vitória CR)

‘Milk-Shakespeare’: Em cena os cinco jovens atores que subiram pela primeira vez em um palco (Foto: Vitória CR)

 

 

JOÃO VITOR MONTEIRO NOVAES  | [email protected]

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