Mulheres na Lua

Por Diário do Vale

 

Recentemente a agência espacial americana Nasa marcou a data para a primeira missão do projeto Artemis, cujo objetivo é colocar uma mulher na Lua em 2024. A missão Artemis 1 será um teste do gigantesco foguete SLS e da nave espacial Orion, que deve acontecer entre novembro e dezembro de 2020. O projeto Artemis é uma criação do governo Donald Trump, que deseja criar um evento tão espetacular quanto as missões Apollo dos anos 60. Desta vez com tripulações femininas.
A ideia de uma missão lunar feminina é um velho sonho da ficção científica. Talvez porque a Lua fosse a morada das deusas, tanto na mitologia ocidental quanto oriental. No cinema a primeira mulher a colocar os pés na prateada Selene foi a alemã Friede, no filme “Frau im Mond”, que o genial Fritz Lang rodou nos estúdios de Berlim, em 1929. O roteiro foi escrito pela mulher do cineasta, mas a pioneira lunar não escapa dos preconceitos da época. Friede embarca na missão para acompanhar seu noivo, o engenheiro que projetou a nave que leva seu nome. E quem comanda tudo são os homens que a acompanham.
Três décadas depois, em 1959, a agência espacial americana escolheu sete homens para serem os primeiros no espaço. Todos eram pilotos de teste de aviões supersônicos, e mulheres não eram bem vindas no projeto Mercury. Mas, um grupo de aviadoras tentou entrar para o grupo. Passaram com louvor em todos os testes, mas foram boicotadas pelo machismo que imperava naquela época. Uma das poucas mulheres que participaram do projeto Mercury foi a enfermeira Dee O´Hara, que fazia os exames de pré e pós voo nos astronautas.
Dee O´Hara nunca foi ao espaço, mas inspirou outra personagem da ficção. No romance “Contagem regressiva para Cindy”, escrito em 1964, a escritora Eloise Engle mandou uma enfermeira da Força Aérea para a Lua. Ela é convocada para a missão quando um dos astronautas adoece na nova base lunar. O livro é considerado medíocre pelos críticos, mas ficou conhecido pela capa espetacular, obra do famoso ilustrador James Bama.

Preparativos

Bama imaginou os preparativos para o lançamento ocorrendo nas primeiras luzes da alvorada. Técnicos ajustam um traje espacial modelo Mercury no corpo de uma bonita ruiva. Enquanto um imenso foguete Saturno espera pela moça na plataforma. Hoje este livro é disputado por colecionadores, mais pela ilustração da capa do que pelo seu conteúdo.
Na mesma época a história em quadrinhos Drift Marlo, de Tom Cooke, colocava uma mulher na tripulação de uma nave Apollo. Fran Fuller, a pioneira lunar, decola com dois astronautas no topo de um foguete Saturno 1. Semelhante ao que mandou para o espaço a tripulação da Apollo 7 em 1968. Curiosamente os astronautas dos quadrinhos fariam uma parada em um laboratório espacial antes de seguir para a Lua. Bem semelhante ao projeto Artemis, que prevê uma parada em uma estação lunar chamada Gateway. Uma opção que tem sido criticada por veteranos do projeto Apollo, como Edwin Aldrin, o segundo homem da Apollo 11. Eles acham que um voo direto seria muito mais simples e fácil.
De qualquer forma a execução do projeto Artemis depende de muitas variáveis. Como a permanência de Donald Trump na Casa Branca até 2024. O presidente enfrenta atualmente um processo de impeachment e pode nem terminar o primeiro mandato. Além disso, programas espaciais costumam sofrer adiamentos e acidentes. Originalmente o foguete SLS devia ter começado a voar em 2018, não em 2020. De qualquer forma, o avanço da astronáutica e a participação da indústria privada tornam inevitáveis as novas caminhadas lunares. Tanto das mulheres quanto dos homens.

James Bama: Contagem regressiva para Cindy (Foto: Divulgação)

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