Nasa cria departamento para a defesa da Terra

by Diário do Vale

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A agência espacial americana, Nasa, anunciou na semana passada a criação do novo Escritório para Defesa Planetária. O objetivo do novo departamento é coordenar as agências do governo americano e instituições intergovernamentais na resposta a objetos que ameacem nosso planeta. O PDCO, da sigla em inglês para Escritório de Coordenação para Defesa Planetária, ficará localizado na sede da agência espacial em Washington. Seu diretor será o cientista Lindley Johnson, que já dirige o departamento de objetos próximos a Terra.

Esse departamento monitora todos os asteroides e cometas que possam colidir com o nosso planeta no futuro.
A Nasa quer aumentar sua cooperação com outras agência do governo americano, como a FEEMA (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências). A FEEMA já cuida de outros tipos de ameaças e ficará encarregada da resposta no caso de detecção de um corpo celeste em curso de colisão. “Mesmo que não seja possível desviá-lo a Nasa vai nos fornecer os dados sobre o local do impacto, tempo disponível e efeitos, de modo que possamos coordenar as operações de emergência”, disse o diretor da FEEMA, Craig Fugate.

A Nasa começou a pesquisar os objetos próximos ao nosso planeta em 1988, e até agora já localizou 13.500 corpos celestes de pequenos asteroides a núcleos de cometas apagados. Todo ano são descobertos 1500 desses NEOs e foi um deles que explodiu sobre a cidade de Chelyabinski, na Rússia, em fevereiro de 2013 causando uma explosão semelhante a de uma bomba nuclear. Felizmente a detonação ocorreu na estratosfera e os danos à cidade foram pequenos.

Todavia, em 1994, um cometa colidiu com o planeta Júpiter, abrindo um buraco maior do que o diâmetro da Terra, nas nuvens daquele planeta. No ano passado o Laboratório Nacional Sandia, dos Estados Unidos, divulgou um estudo alertando que os cometas podem ser mais perigosos que os asteroides. Os asteroides próximos têm órbitas semelhantes a da órbita terrestre. Se forem atraídos pela gravidade da Terra a tendência é colidir com ela por trás ou pelo lado. Já os cometas têm órbitas imprevisíveis e podem atingir a Terra em uma colisão frontal que seria muito mais destruidora. Acredita-se que foi o impacto de um cometa, há 75 milhões de anos, que levou a extinção dos dinossauros.

Cometas viajam com uma velocidade três vezes maior do que os asteroides. E como a energia liberada pela colisão é o quadrado da velocidade do objeto impactante, um cometa pode ter nove vezes o poder de destruição de um asteroide de mesma massa. Além disso, eles são tão rápidos que podem chegar muito perto antes que algum astrônomo possa detectá-los. E quanto mais tarde for feita a detecção menos tempo existe para a implementação de qualquer medida de defesa.

Defesa

Atualmente não existe nenhum sistema de defesa contra cometas e asteroides. No século passado o projeto Ícaro do MIT sugeriu o envio de um foguete, armado com uma bomba nuclear, para destruir cometas ou asteroides perigosos. Mas uma missão desse tipo levaria meses para ser planejada e executada. Se o cometa for detectado apenas alguns dias antes do impacto não daria tempo para armar e montar o foguete.

Outro problema com os cometas é que eles podem mudar de trajetória de um modo imprevisível. À medida que um cometa é aquecido pelo Sol ele começa a esguichar gás de cavidades em sua superfície porosa. Esses jatos de gás agem como retrofoguetes de uma nave espacial, mudando a trajetória de um cometa sem aviso.

O novo escritório de defesa vai pesquisar novas tecnologias para desviar esses objetos. E continuar de olho no céu a procura de novas ameaças.

 

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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

 

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