Nasa explica ocultação da estrela misteriosa

by Diário do Vale

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Novas observações feitas pelo telescópio espacial Spitzer deram força a teoria de que a estrela KIC 8462852 tem uma família de cometas girando ao seu redor. Há dois meses a ocultação desta estrela por objetos misteriosos provocou uma série de especulações entre os cientistas. Houve quem sugerisse que uma “megaestrutura” extraterrestre estaria bloqueando a luz da estrela, que fica na constelação do Cisne. Antenas do projeto SETI, de busca por civilizações extraterrestres, foram apontadas no mês passado para a KIC 8462852, mas não detectaram nenhum sinal de rádio inteligente. Se existem extraterrestres por lá eles não têm rádio nem televisão.
O mistério em torno desta estrela distante surgiu depois que o telescópio espacial Kepler detectou uma redução incomum na luz deste sol, em 2011 e 2013. Uma das primeiras hipóteses foi de que uma família de cometas estaria orbitando a estrela. Outros cientistas sugeriram planetas, asteroides, ou estruturas artificiais criadas por seres extraterrestres. Para lançar um pouco de luz no mistério, a agência espacial americana, Nasa, observou o estranho astro com outro telescópio espacial, o Spitzer, que é sensível a radiação infravermelha, emitida pelo calor dos corpos.
As observações mostram que não há excesso de radiação infravermelha vindo daquele sistema. O que elimina a hipótese de a estrela estar cercada por um anel de poeira, ou por asteroides que emitiriam esse tipo de radiação. Seja o que for que está bloqueando a luz da KIC 8462852 é frio e não emite calor. O que reforça a hipótese de uma nuvem de cometas, que são feitos de gelo. De acordo com essa hipótese trata-se de uma família de cometas viajando em uma órbita muito alongada. Quando os núcleos desses cometas passam diante da estrela eles provocam a diminuição de sua luz.
O novo estudo foi liderado pelo pesquisador Massimo Marengo, da universidade de Iowa e publicado no Astrophysical Letters. Marengo acha que o mistério ainda não foi resolvido e que serão necessárias novas observações antes de uma conclusão final. “É uma estrela muito estranha e isso me lembra a descoberta dos primeiros pulsares. Eles também emitiam sinais muito estranhos e receberam a sigla LGM”, disse. LGM são as iniciais de “pequenos homens verdes” em inglês devido a hipótese de que os sinais dos pulsares podiam ser faróis de navegação instalados no espaço por civilizações extraterrestres.
Posteriormente foi descoberto que os pulsares eram estrelas de nêutrons, restos da explosão de supernovas. Embora sejam repetidos com grande precisão eles são o resultado de um fenômeno puramente natural. É possível que algo semelhante aconteça com a estrela misteriosa da constelação do Cisne.
Segundo a hipótese do cometa, ele teria uma cabeça mais volumosa, que bloqueou a luz da estrela em 2011. Atrás da cabeça viajaria um comboio de fragmentos que fizeram a luz da estrela oscilar em 2013. Apesar dessas decepções a equipe do projeto SETI não desanima e continua a procurar por sinais de outros seres inteligentes no Universo. Eles acham improvável que em um Cosmos tão imenso só exista vida inteligente aqui na Terra.
Já sabemos que uma civilização como a nossa é um evento muito improvável. É preciso que um planeta esteja situado em uma orbita ideal em torno de uma estrela, tenha água e ar respirável e que as condições de vida estimulem o desenvolvimento de seres capazes de construir ferramentas como nós. Ainda assim ninguém sabe por quanto tempo uma civilização tecnológica poderia prosperar e se desenvolver. Nossa civilização já está ameaçada por guerras e pelo mau uso da tecnologia. Talvez os seres inteligentes de outros mundos tenham enfrentado problemas semelhantes e perecido.

Eclipse: Bloqueio da luz seria causado por cometas (Foto: Divulgação)

Eclipse: Bloqueio da luz seria causado por cometas (Foto: Divulgação)

 

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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