Nosso futuro está ligado ao planeta Terra

by Diário do Vale

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No final do ano passado o presidente francês Emmanuel Macron reuniu líderes mundiais em Paris para uma conferência sobre o clima do planeta. Macron pediu a manutenção do Acordo de Paris, apesar da saída dos Estados Unidos. O lema da “Cúpula: Um planeta” foi “não existe plano B, porque não existe planeta B”. Se destruirmos o planeta Terra estaremos destruindo a humanidade.

Pode parecer um paradoxo em uma época em que os astrônomos estão descobrindo dezenas de planetas novos na órbita de estrelas distantes. Alguns desses mundos podem ter condições de temperatura, atmosfera e clima semelhantes as da Terra. Mas estão muito distante e não podemos viajar até lá. Nem com a tecnologia atual nem com qualquer tecnologia que possa ser desenvolvida no futuro. Eles simplesmente estão totalmente fora do nosso alcance.

Fala-se também na colonização do planeta Marte, aqui em nosso sistema solar. Tecnicamente é possível enviar astronautas ao planeta vermelho, para viverem lá por alguns meses em uma estufa pressurizada. Mas a ideia de criar uma colônia humana em Marte ainda beira a fantasia científica.

Marte é um deserto gelado com uma atmosfera sufocante de bióxido de carbono. A pressão atmosférica lá é tão baixa que o sangue de uma pessoa ferveria como refrigerante se ela fosse exposta sem proteção ao ambiente marciano. Para viver em Marte teríamos que criar uma biosfera artificial, dentro de uma caverna ou estufa, reproduzindo o ambiente do nosso planeta. Na década de 1990 ouve uma tentativa de se criar uma biosfera desse tipo no deserto do Arizona, que fracassou completamente. E não houve progressos significativos de lá para cá.

Os astronautas conseguem viver seis meses no espaço, a bordo da Estação Espacial Internacional. Mas só porque ela é reabastecida periodicamente com comida e água enviadas em cápsulas espaciais. Marte fica muito longe para esse tipo de suporte. E os outros planetas estão bem mais distantes e são muito mais frios e inóspitos do que Marte. Para encontrar mundos semelhantes a Terra teremos que deixar o Sistema Solar e viajar para as estrelas distantes.

Futuro: Nave estelar só na ficção

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O que é praticamente impossível. Os outros sóis, semelhantes ao nosso, ficam tão longe que a luz, a coisa mais rápida do universo, leva anos, ou décadas para viajar daqui até lá. É o caso da estrela Ross 128, que tem um planeta com 1,35 vezes a massa da Terra, orbitando na região que permite a existência de água líquida. Ela fica a 11 anos-luz de distância do nosso sistema solar. Ou seja, mesmo que tivéssemos uma espaçonave capaz de viajar com a velocidade da luz (300 mil quilômetros por segundo) levaríamos onze anos para chegar em Ross 128. Mas as leis da física impedem que um objeto alcance a velocidade da luz. Na verdade não podemos nem chegar perto dela.

O espaço não é vazio. Ele está cheio de poeira cósmica, partículas de matéria e nuvens de gás. Esse material destruiria rapidamente uma espaçonave que tentasse viajar com velocidades relativísticas, ou seja, perto da velocidade da luz. A energia cinética liberada pela colisão com um grão de matéria do tamanho de uma ervilha seria equivalente a explosão de uma bomba nuclear tática.

No futuro, será possível viajar pelo nosso sistema solar em naves de propulsão iônica ou fotônica. Mas essas naves ainda serão muito lentas para uma viagem as estrelas. É por isso que precisamos cuidar do único planeta que temos para viver. Se ele se tornar inabitável, devido a uma mudança climática extrema, não temos outro lugar para viver. Jornadas nas Estrelas só no cinema. Na vida real elas são impraticáveis.

 

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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7 comments

Pombo 9 de fevereiro de 2018, 06:03h - 06:03

Vovó Mafalda, o nosso destino é o além, de lá viemos de lá voltaremos.

Smilodon Tacinus - O Emir Cicutiano 7 de fevereiro de 2018, 21:28h - 21:28

Mas é uma constatação óbvia, nosso organismo foi projetado para a vida terráquea e terrestre. Somos bípedes e plantígrados, dotados de respiração pulmonar… Um ambiente diverso da atmosfera implica em ausência de vida livre. Seríamos como vírus dentro de um corpo inerte, lombrigas no intestino, cupins dentro da madeira (veículos, estações e colônias espaciais)…

Anderson 7 de fevereiro de 2018, 07:41h - 07:41

Ainda tenho esperanças de que a humanidade terá um novo lar em Marte. Ontem a Space X deu um passo importante nesta direção com o teste bem sucedido do foguete Falcon Heavy, o mais poderoso foguete em atuação (e ainda reutilizável). É lógico que temos que cuidar de nosso planeta, mas sou extremamente desconfiado destes grupos ecologistas radicais, que antes de terem uma legítima preocupação com a natureza, parecem mais interessados em destruir o capitalismo e junto com ele, nossas liberdades individuais.

Esmeraldo 7 de fevereiro de 2018, 16:56h - 16:56

Surtou de novo né…………..

Nelson 6 de fevereiro de 2018, 22:13h - 22:13

Calife, gosto da sua coluna, mas tá na hora de trocar essa foto, parece que você saiu de uma diarreia daquelas.

Esmeraldo 7 de fevereiro de 2018, 16:55h - 16:55

Que é isso.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Alguém 8 de fevereiro de 2018, 11:36h - 11:36

Poderia colocar uma foto sorrindo, fica mais simpático.

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