O capitão Kirk contra o príncipe da Inglaterra

by Diário do Vale

Como todo mundo sabe o ator William Shatner, que ficou famoso interpretando o comandante da nave estelar Enterprise, na série “Jornada nas Estrelas”, foi ao espaço de verdade, no dia 13 de outubro passado. Shatner fez um voo suborbital de 10 minutos no foguete New Shepard, do bilionário americano Jeff Bezos. E voltou impressionado com a fragilidade do nosso mundo, visto de uma altura de 110 quilômetros. Como muitos astronautas antes dele, Shatner percebeu como é fina a atmosfera da Terra diante do negrume mortal do espaço cósmico.

O ator não gastou um centavo para ver o nosso mundo lá de cima. Ele viajou como convidado de Bezos, o dono do foguete. Mesmo assim o eterno capitão Kirk ficou indignado com os comentários do príncipe William, herdeiro do trono britânico. O príncipe criticou os gastos com o turismo espacial dizendo que: “ É um absurdo que bilionários gastem dinheiro com viagens espaciais quando deveriam buscar uma forma de salvar a Terra.”

Shatner, que agora é oficialmente um astronauta de verdade, criticou o ponto de vista do nobre britânico, mas o fez de forma muito cortês e gentil. “Ele é um inglês adorável e vai ser o rei da Inglaterra um dia. É um homem amável, gentil e educado, mas está com uma ideia errada. Estou ansioso em ver uma solução para o futuro que leve todas as indústrias poluentes para o espaço sideral. Para que não contaminem a Terra”.

A ideia do ator, de transferir nosso parque industrial para a órbita da Terra, foi muito estudada pela agência espacial americana, a Nasa, na década de 1970. Na época os astronautas americanos tinham acabado de passear pela superfície lunar e a Nasa projetava o ônibus espacial. Uma nave, que diziam, ia baratear o custo do transporte de carga entre a Terra e as estações espaciais. Empresas do complexo aeroespacial americano, como a North American Rockwell e a Lockheed Martin apresentaram projetos de fábricas espaciais. Instaladas na Lua e na órbita terrestre. Além de não poluir o meio ambiente, essas fábricas poderiam obter energia gratuita do Sol e extrair metais e outras matérias primas da Lua e dos asteroides.

Infelizmente o ônibus espacial não cumpriu a promessa de seus idealizadores. Caro e perigoso ele sepultou a ideia das fábricas espaciais. E ainda vai levar décadas para que tenhamos um sistema de transporte espacial barato e confiável.

Mas existe uma justificativa importante para os bilhões de dólares gastos em foguetes e cápsulas espaciais. Eles são a única defesa que temos contra impactos de asteroides, que podem por um fim na nossa civilização. A ameaça das rochas celestes foi enfatizada recentemente por uma descoberta feita por arqueólogos, nas margens do Mar Morto, entre Israel e a Jordânia. Eles encontraram as ruínas da cidade bíblica de Tall el-Hamman, que teria sido destruída instantaneamente pelo impacto de um corpo celeste há 3600 anos. Escavando nas ruínas os arqueólogos encontraram uma camada de carvão, cinzas, tijolos e cerâmica derretidos por uma temperatura de mais de 2 mil graus centígrados.

As escavações concluíram que a cidade foi incinerada por um pequeno asteroide que explodiu a 4 mil metros de altura. Liberando uma energia equivalente a mil bombas de Hiroshima. A descarga de calor incendiou tudo o que existia abaixo num raio de dezenas de quilômetros. Roupas e madeiras se incendiaram. Espadas, lanças, tijolos e potes de cerâmica começaram a derreter. Mas o incêndio durou apenas alguns segundos. Depois do calor  a cidade foi demolida por uma onda de choque com a velocidade de mil quilômetros horários. Dos habitantes só restaram fragmentos de ossos carbonizados, espalhados pelo deserto. Do palácio de quatro andares só ficaram os alicerces.

A memória da catástrofe de Tall el-Harmman foi parar em textos religiosos da época. Onde a cidade passou a ser chamada de Sodoma. Um símbolo da ira dos deuses. Hoje sabemos que seus habitantes não morreram porque eram pecadores. Eles foram incinerados porque não tinham um programa espacial.

 

William Shatner: Ator fez o capitão da nave Enterprise

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3 comments

Pablo Amorim 26 de outubro de 2021, 10:32h - 10:32

que coluna mais INUTIL kkkkkkkkk

guto 25 de outubro de 2021, 14:08h - 14:08

O presidente Jair Bolsonaro foi nosso capitão Kirk no combate ao vírus comunista!
O Jair indicou a tratamento precoce que , hoje em dia, está aprovado por mais de quatrocentos estudos científicos nas maiores universidades e institutos de pesquisa do mundo inteiro!
Pena que muitas pessoas morreram, pois não se utilizaram do tratamento precoce, pois muitos governadores de oposição foram contra a medida de prevenção!

Enquanto isso ... 24 de outubro de 2021, 16:06h - 16:06

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mentiu após afirmar em sua live semanal, realizada na última quinta-feira (21), que quem se vacinou completa contra a Covid-19 – com duas doses ou com dose única caso seja o imunizante da Janssen – poderá desenvolver a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).

A afirmação do mandatário baseou-se em ‘relatórios oficiais’ do Reino Unido.

Porém o próprio governo britânico desmentiu a afirmação.

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