O elo perdido dos cães vive na Nova Guiné

by Diário do Vale

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De onde vieram os cães? Sabemos que eles são descendentes de animais pré-históricos que foram domesticados pelo homem. Embora há quem diga que foram os cachorros que domesticaram seus donos. Faltava encontrar o elo perdido, o animal que serviu de ligação entre os canídeos pré-históricos e os cachorros modernos. Ele existe, está vivo e bem de saúde. É um animal de pelo laranja conhecido como cão selvagem das montanhas e vive na Nova Guiné, lá no lado ocidental do Oceano Pacífico.

O cão selvagem das montanhas era considerado extinto até o ano passado, quando uma expedição encontrou um grupo desses animais vivendo em uma cordilheira isolada, em meio as florestas da Nova Guiné. Estima-se que o grupo seja formado por 300 animais, incluindo filhotes. Foi a primeira vez em décadas que os cientistas encontraram provas de que esses animais ainda vivem no mundo moderno e não estão extintos.

Os animais são considerados tão importantes que foi criada uma fundação para estudá-los e protegê-los. É a Fundação para o Cão Selvagem das Montanhas da Nova Guiné, e os animais ficaram conhecidos pela sigla HWD (Highlands Wild Dog). Eles são muito ariscos e fogem sempre que pressentem a aproximação de estranhos. Para estudar seu código genético, o DNA, os zoólogos tiveram que recorrer às fezes deixadas por eles.

Segundo a Fundação, o HWD é realmente o elo perdido entre os primeiros canídeos e o cão doméstico moderno. Ele é o animal desse tipo mais antigo que ainda existe e um verdadeiro fóssil vivo. Seu estudo vai ajudar a compreender melhor a evolução canina e sua co-evolução com os seres humanos, a quem acompanharam em suas migrações.

Alguns pesquisadores acham que existe um parentesco entre os HWD e os Dingos, os cães selvagens da Austrália que, afinal, é vizinha da Nova Guiné. Mas esta afirmação ainda depende de novos estudos filogenéticos e de taxonomia. Este ano uma nova expedição vai subir as montanhas da Nova Guiné para continuar a pesquisa. Eles tentarão encontrar um grupo de filhotes que foi fotografado pela expedição do ano passado.

Fisicamente o HWD não é muito diferente de um cachorro comum. Ele tem a pelagem amarelo alaranjada e é de porte médio. O registro fóssil mostra que eles vivem nas montanhas da Nova Guiné há cerca de seis mil anos. Acreditava-se que eles chegaram lá acompanhando as migrações humanas, mas também é possível que tenham se refugiado naquela ilha sozinhos. As únicas amostras de DNA do cão selvagem das montanhas foram obtidas através das fezes e da urina dos animais. Medrosos, eles fogem ao menor sinal de visitantes, o que torna muito difícil capturar ou mesmo fotografar um desses bichos.

A população humana está crescendo tão depressa que os animais selvagens estão perdendo seu espaço. No mês passado uma moradora da cidade de Windsor, na Califórnia, encontrou um animal doente na porta de sua casa. Parecia um cachorro, coberto pela sarna e tão fraco que quase não se mexia. A mulher chamou um serviço de resgate de animais que levou o bicho para o veterinário mais próximo. Tratado, descobriu-se que não era um cão, era uma fêmea de coiote.

Doente ela procurou abrigo junto as habitações humanas. Agora, depois de curada da sarna, a coiote será levada para uma reserva de vida selvagem.

 

Vivos: Filhotes do cão selvagem da Nova Guiné

Vivos: Filhotes do cão selvagem da Nova Guiné

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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2 comments

Anderson 30 de maio de 2017, 07:36h - 07:36

Uma dúvida: o cão não é um lobo domesticado? Ouvi dizer que a proximidade genética entre os cães e os lobos é tão grande que eles podem até cruzar e gerar filhotes, ainda que estes nasçam estéreis. Muito boa a matéria. Os cães são os melhores e mais fiéis amigos do homem, uma amizade desinteressada e tão poderosa que resiste até aos maus tratos.

GUEVARA 25 de maio de 2017, 11:41h - 11:41

Toda atenção deve ser dada à raça canina. Eles, os cães, merecem todo o nosso respeito, embora alguns energúmenos não enxerguem isto.

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