O legado de Hiroshima e o Grande Filtro

Por Diário do Vale

 

No sábado passado, dia 6 de agosto, houve uma cerimônia na cidade japonesa de Hiroshima, para lembrar os 77 anos da explosão da bomba atômica que arrasou a cidade em 1945. A cerimônia se repete todo o ano, mas a deste ano teve um significado especial. Com a presença do secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres e as ameaças recentes de uso de armas nucleares feitas por autoridades da Rússia, Coréia do Norte e China. Naquela manhã de 6 de agosto, há 77 anos, uma pequena bomba, de 16 quilotons, com 64 quilos de urânio 235, matou 80 mil pessoas instantaneamente. Aqueles que estavam a menos de 1600 metros do ponto da explosão foram vaporizados e só restaram manchas sobre as calçadas. Outras 146 mil pessoas morreram nas semanas seguintes, vítimas das queimaduras e do envenenamento por radiação.

Os horrores do bombardeio nuclear impressionaram alguns cientistas, como o alemão Otto Han, que sugeriu que todo o urânio que restara devia ser jogado no oceano. O Vaticano também sugeriu que as armas nucleares fossem destruídas e nunca mais usadas. Mas os apelos foram inúteis. Com o fim da Segunda Guerra Mundial começou uma corrida armamentista. Com outros países como União Soviética, China, Inglaterra e França detonando bombas nucleares muito mais potentes do que as usadas em Hiroshima e Nagasaki. Hoje, 77 anos depois, nove países possuem armas nucleares. Incluindo as bombas de hidrogênio, centenas de vezes mais poderosas do que as usadas contra o Japão. A potência das bombas usadas em Hiroshima e Nagasaki se media em quilotons (ou milhares de toneladas de dinamite). As bombas de hidrogênio, existentes nos arsenais da Rússia, Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Coréia do Norte tem sua potência medida em megatons, ou milhões de toneladas de dinamite.

Em seu discurso em Hiroshima, sábado passado, Guterres considerou inaceitável que países com essas bombas considerem a possibilidade de travar uma guerra com esse tipo de armamento. E alertou que a humanidade esta brincando com uma arma carregada. “Temos de manter os horrores de Hiroshima sempre presentes, e reconhecer que existe apenas uma solução para a ameaça nuclear. Que é não existirem armas nucleares”. Disse o Secretário Geral. E prosseguiu acrescentando: “Quase 13 mil armas nucleares são mantidas nos arsenais em todo o mundo enquanto crises, fortemente sublinhadas por ameaças nucleares, disseminam-se depressa,  do Oriente Médio a península coreana e a invasão russa da Ucrânia.”

De fato, com o fim da União Soviética em 1991, a ameaça de uma guerra nuclear parecia ter sido reduzida. Mas a tranquilidade aparente durou apenas duas décadas. Nos últimos cinco anos a Coréia do Norte detonou artefatos nucleares, ameaçando usa-los contra os Estados Unidos e sua vizinha, a Coréia do Sul. Ao mesmo tempo a Rússia do ditador Vladimir Putin embarcou num programa de aperfeiçoamento de armas atômicas, que incluem o chamado “torpedo do Juízo Final”, capaz de provocar um tsunami de água radioativa sobre cidades costeiras.

O astrofísico Stephem Hawking já advertia sobre o risco da nossa civilização ser destruída por uma guerra nuclear. Muitos cientistas acreditam que a maioria das civilizações tecnológicas que podem ter existido em nossa galáxia se autodestruiu com o uso de armas atômicas. É o que eles chamam de “O grande filtro” que explicaria a ausência de sinais vindos de outros mundos. E a nova guerra fria, entre americanos, russos e chineses, aumenta a possibilidade de que a humanidade não consiga passar por este filtro.

Cogumelo: A nuvem de Hiroshima ainda paira sobre a humanidade

 

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