O padre que desafiou os maiores cientistas de sua época… e venceu

by Diário do Vale

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“O primeiro gole das ciências naturais nos torna ateu, mas no fundo do copo Deus nos aguarda”

(Werner Heisenberg, criador da Mecânica Quântica e Prêmio Nobel de Física em 1932)

 

Quase todo mundo sabe que Newton concebeu a Lei da Gravidade. Que Einstein criou a Teoria da Relatividade. Que Lavoisier é o Pai da Química Moderna. Cientistas são nomes conhecidos, e com razão. Citando alguns mais recentes: Louis Pasteur, Marie Curie, Faraday, Max Planck, Heisenberg, Niels Bohr, Hubble, Thomas Edison, Tesla, Oppenheimer… e vai por aí.

Você pode até não saber o que cada um fez, mas possivelmente já ouviu falar de alguns deles.

Da mesma forma, todo mundo já ouviu falar da Teoria do Big Bang. Formulada há quase 90 anos, continua atualíssima. Virou nome de uma engraçadíssima série nerd de TV. E explica como todo o universo conhecido surgiu de um minúsculo ovo cósmico – o chamado “átomo primordial” – que se expandiu formando um universo que continua em expansão e em evolução.

Quem criou a Teoria do Big Bang?

Provavelmente você não sabe. Talvez nem seu amigo professor.

Foi um padre. Um padre e físico belga chamado Georges Lemaître (pronuncia-se Lemétre). Um dos maiores gênios da história da física e da cosmologia. Exímio matemático, estudou em Cambridge, Harvard e no MIT. Revolucionou a cosmologia para além do que pensava o próprio Einstein – de quem mais tarde se tornaria amigo.

Por que você provavelmente não o conhece?

Porque ele era padre. E, por preconceito de muitos cientistas e historiadores antirreligiosos, foi relegado ao exílio siberiano do ostracismo.

O nome de Lemaître quase foi para a lata de lixo da história da ciência.

 

Primeiro contato com Einstein

 

Em Bruxelas, na Bélgica, no Instituto de Química e Física Solvay, normalmente de três em três anos se realiza, há mais de um século, a chamada Conferência de Solvay. Reúne os maiores cientistas do mundo em física e química.

A mais famosa desta conferência aconteceu em 1927. A chamada Física Quântica emplacava, e lá estavam nomes como Heisenberg, Planck, Marie Curie, Bohr, Einstein… a mais fecunda geração de físicos da modernidade.

Ali aproximou-se de Einstein um padre de 31 anos, com sua batina e a gola característica. Era Lemaître, que havia acabado de fazer uma publicação mostrando, com elegante matemática, que o universo estava se expandindo e calculando até a velocidade de expansão.

Einstein descascou o padre. Disse ele:

– Sua matemática é correta, mas sua física é abominável.

A irritação de Einstein tinha razão de ser. Quando ele formulou a Teoria da Relatividade, viu que pelas suas fórmulas a gravidade faria o universo se contrair. Então usou um truque matreiro: colocou na fórmula uma tal Constante Cosmológica, de forma que o universo ficasse estático, parado, imutável e eterno.

Logo, porém, Einstein declarou que este truque matemático foi “o maior erro” da sua vida.

E o que Lemaître mostrou que irritou Einstein?

Ele não só recolocou a Constante Cosmológica como corrigiu as tendências das fórmulas de Einstein, concluindo que o universo se expandia.

Tudo com uma matemática correta.

E uma física que – como mais tarde reconheceria o próprio Einstein – nada tinha de abominável.

 

Uma nova maneira de ver o mundo

 

O gênio de Lemaître não o fez recuar. Três anos depois, a maior parte da comunidade científica, incluindo o próprio Einstein, aceitou que o universo se expandia. Em especial depois que o astrofísico norte-americano Edwin Hubble confirmou os dados de Lemaître.

Mas em 1931 Lemaître viraria o mundo da cosmologia novamente de cabeça para baixo ao propor sua nova teoria: a Teoria do Big Bang.

Da chamada singularidade à existência da energia escura (só recentemente comprovada), tudo estava no trabalho de Lemaître e nas suas fórmulas matemáticas. O universo teria surgido quase do nada – de uma pequena e densa partícula.

Einstein não concordou com a teoria, mas passou a admirar Lemaître. Viraram amigos. Iam juntos a seminários. Em 1933, em Bruxelas, Einstein fazia uma palestra e anunciou, de surpresa, que Lemaître falaria no último seminário porque tinha “muitas coisas importantes a dizer”. Lemaître falou, Einstein aplaudiu de pé e o cumprimentou: “Belo trabalho”.

No mesmo ano, em um seminário em Pasadena, Califórnia, Lemaître expôs suas idéias. Einstein novamente aplaudiu e foi ainda mais enfático ao dizer:

– Esta é a mais bela e a mais satisfatória explicação sobre a criação que eu já escutei.

 

Cientistas fazem chacota do Big Bang

 

Aquele padre de batina e gola típica escrevendo equações no quadro, porém, não conseguia convencer a comunidade científica da sua nova teoria. Por mais que Einstein respeitasse Lemaître, chamou a Teoria do Big Bang de “dogma cristão da criação, totalmente injustificada do ponto de vista físico”.

O inglês Arthur Eddington – um dos mais influentes astrofísicos da época – declarou: “A noção de um começo do mundo é repugnante para mim”.

O nome “Big Bang”, por sinal, surgiu de uma chacota. Em um programa de rádio, em 1948, o respeitado astrofísico britânico Fred Hoyle fez piada com Lemaître, chamando-o de “o homem do grande estrondo” (the big bang man). A piada tinha até a sutileza científica de que o som não se propaga no vácuo, fazendo parecer ainda mais esdrúxula a teoria do padre Lemaître.

A teoria do grande estrondo e seu autor foram ridicularizados ao extremo. Novas publicações de Lemaître eram desconsideradas. Ninguém dava a mínima. Einstein havia formulado uma nova teoria do universo eterno e praticamente pacificou o assunto no meio científico.

A Teoria do Big Bang jazia no cemitério dos fracassos científicos.

Era só um fantasma moribundo vagando entre os nomes estrelados da física.

 

Como detectar a existência de um fantasma

 

Por mais equações que Lemaître tenha desenvolvido, não dá para ver em um telescópio como foi o universo em seu início – portanto muito menos provar que existiu um início. Um possível universo inicial já teria desaparecido há bilhões de anos.

Mas em 1956, o físico americano George Gamow desenvolveu incríveis cálculos mostrando que, se o universo teve um início, houve um momento exato – quando a luz escapou pela primeira vez – em que um determinado tipo de radiação de micro-ondas se espalhou. Seria um eco do Big Bang. Um fantasma que deveria estar vagando por toda parte do universo ainda hoje, assim como vagava a teoria de Lemaître pelo universo científico.

Ninguém deu bola também para Gamow.

Em 1965, um acaso mudaria toda a história. Dois engenheiros da Bell Telephone Laboratories, Arno Penzias e Robert Wilson, montavam um ultrassensível detector de micro-ondas, mas tinham o problema técnico de ruído. Não importava para onde apontasse a antena, o ruído continuava. Acharam cocô de pombo na antena… Era isso. Limparam. Não era. O ruído continuava. Não achavam a solução.

Por coincidência, dois físicos americanos trabalhavam nas equações de Gamow e defendiam a existência do fantasma em forma de radiação de fundo. Os engenheiros da Bell ligaram as coisas. Verificaram a frequência e o comprimento de onda do ruído. Eram exatamente a radiação de fundo prevista por Gamow. Era o fantasma da criação do universo. O eco do Big Bang.

A experiência foi repetida mundo afora e consolidada como fato científico em 1966. No hospital Saint Pierre, na Bélgica, vitimado por um ataque cardíaco, o padre Lemaître recebeu, pelo seu assistente, a notícia da descoberta, e murmurou:

– Estou feliz agora. Temos a prova.

Morreu uma semana depois, após ter assistido a vitória da sua teoria.

 

Um nome que continua esquecido

 

Os engenheiros Penzias e Wilson ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1978. Lemaître permaneceu esquecido. Nos trabalhos dos ganhadores do Nobel, seu nome sequer é citado.

Em 2011, a revista Nature publicou uma investigação científica confirmando um fato que há muito tempo vinha sendo levantado. Lemaître não criou apenas a Teoria do Big Bang: ele também foi o formulador da hoje chamada Lei de Hubble e da equação conhecida como Constante de Hubble, que versa sobre o afastamento das galáxias.

Fez isso dois anos antes do astrônomo americano Edwin Hubble, que ficou famoso exatamente por estas duas supostas descobertas.

O fato é que tanto a lei quanto a constante estavam na publicação de Lemaître em 1927 (em francês), traduzida para o inglês justamente em 1930, quando Hubble apresentou sua descoberta. Nesta tradução a equação de Lemaître – exatamente a mesma posteriormente apresentada por Hubble – simplesmente foi retirada, aparentemente com a própria concordância do padre.

Ninguém sabe como e por que tal fato ocorreu. Mas a certeza é que o ineditismo destas descobertas é de Lemaître.

Hubble virou nome do mais famoso telescópio do mundo.

Lemaître foi convenientemente colocado de lado na história da ciência.

Em 1933, após uma de suas palestras junto com Einstein nos EUA, o correspondente do The New York Times, Duncan Aikman, que cobria o evento, assim escreveu:

– Sua visão é interessante e importante, não porque ele é um padre católico; não porque ele é um dos principais físicos matemáticos do nosso tempo; mas porque ele é os dois ao mesmo tempo.

Mas não foi assim que a maioria dos cientistas e historiadores entenderam. Por mais grandioso que tenha sido o gênio científico de Lemaître, ele carregava em si o pecado mortal de uma era em que o ateísmo foi se transformando em religião acadêmica: ele era um padre.

Padre Georges Lemaître, o criador da Teoria do Big Bang

Padre Georges Lemaître, o criador da Teoria do Big Bang

 

Einstein e lemaître: amizade e admiração mútua

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26 comments

Luciano 15 de outubro de 2015, 16:12h - 16:12

Parabéns Aurélio, uma das melhores matérias que já li nesse jornal! (não pelo péssimo nível do jornal e sim pela qualidade da sua).

PEC 300 JÁ 14 de outubro de 2015, 11:10h - 11:10

Parabens Aurelio, pela excelente abordagem de um assunto tão intrigante e interessante, religiosos e cientistas, ainda falta muita discussão para que ambos cheguem a um consenso mas a materia por voce apresentada deixa bem claro o preconceito e a ignorancia que rondam o meio cientifico e religioso, é lamentavel que o homen ainda insista em buscar argumentos para discutir fatos concretos e inscontestaveis, que inclusive nos dias atuais a propria ciencia se rende aos Escrituras Sagradas e confirmam fatos e acontecimentos que até então eram considerados fabulas.

bia 12 de outubro de 2015, 11:00h - 11:00

Que enorme prazer ler uma matéria tão interessante e comentários de tão alto nível! Cada um defendendo seu ponto de vista com argumentos e não ofensas baratas como estamos acostumados a ver. “Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem trocarem os pães, cada um vai embora com um. Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um com uma ideia, e, ao se encontrarem trocarem as ideias, cada um vai embora com duas”.

Leitor 12 de outubro de 2015, 00:18h - 00:18

Lila, quando puder, leia o Livro: Existe um Criador Que Se Importa com Você? e estas duas Brochuras:A Origem da Vida — Cinco Perguntas Que Merecem Resposta e A Vida — Teve um Criador?. O Livro é publicado pelas Testemunhas de Jeová. As Brochuras podem ser encontradas no site http://www.jw.org. Digite a palavra criador na parte de busca do site. Achei muito interessante e esclarecedoras as respostas encontradas nestas publicações.

Carlos Junior 13 de outubro de 2015, 12:24h - 12:24

E também leia quem foi o Fundador das testemunhas de Jeová ( Charles Taze Russel ) que traduziu a Biblia sem nenhum conhecimento da língua hebraica, Aramaica, Grega e o latim . Não acreditam na santíssima Trindade por isto alteraram vários textos da Bíblia entre eles o primeiro capitulo do Evangelho segundo João . Falam que seguem rigorosamente a Bíblia mas entram em contradição quando marcaram a segunda vinda Cristo em vários momentos entre eles em 1914, 1925, 1975…contradizendo a Bíblia porque em Mateus Cap. 24 vers. 36 que diz: “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.”
Não aceitam a doação de sangue para salvar vidas o que mais uma vez contradiz a Bíblia pois em Marcos cap 2 v 27 Jesus Diz : ” E dizia-lhes: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado;” .
Assim como o sangue foi feito para o Homem e não o Homem feito para o sangue, esta interpretação errônea da Bíblia se dá pela interpretação fundamentalista que “eles” ( T.J.) dão aos textos . Não demonstram fome e sede de justiça pois entendem que eles não pertencem a este mundo. outra contradição pois se vc deixar para manifestar sua sede e fome de justiça lá no céu não adianta pois lá já é a plenitude portanto não precisa.
E tem muitos outros equívocos que aquí vai ser pouco pra enumerar .

Gustavo 9 de outubro de 2015, 00:02h - 00:02

Quero parabenizar o Diário do Vale por essa matéria.
Um verdadeiro documentário. De fácil leitura, explicativo.
Realmente, traz a tona uma descoberta científica e filosófica sensacional, a “Teoria do Big Bang”, além de demonstrar a ligação da ciência e a Fé, pois ambos vem de Deus.
Realmente, mais uma vez Deus usou este Padre para demonstrar todo o poder Divino.
Gostei muito. Parabéns!!!

jeff 7 de outubro de 2015, 18:04h - 18:04

Bela biografia. Até pouco tempo atrás eu era bem ateu. Hj sei que apesar das mentiras que as religiões contam, deve haver algo além da matéria. Essa conciliação entre ciência e espiritualidade é o caminho para o conhecimento. Não há como desvincular uma coisa da outra. Toda a ciência converge, hoje, para o desconhecido.

Jonathan 12 de outubro de 2015, 00:06h - 00:06

Que Deus tenha misericórdia da sua vida

Jonathan 12 de outubro de 2015, 00:15h - 00:15

Como podem acreditar na teoria da evolução???
Se fosse assim o mundo estaria melhor, mas a biblia diz q a tendência é piorar,então acho q isso basta qndo ela nos diz q o amor d muitos esfriaria ,q Deus tenha misericórdia desses cientistas

Monsieur 7 de outubro de 2015, 00:03h - 00:03

Fraterno Aurélio, Parabéns! Mais uma matéria que despertou uma grande brainstorm. Claro, com posicionamentos de ótica científica e religiosa. Não poderia ser menos que isto. A ciência nunca andou lado a lado com a religião. O próprio Padre em questão, foi este exemplo, como representante do clero. Interpretar a Bíblia, é complicado. Não é para qualquer um, mero mortal. Conhecer Deus…, então…. De qualquer forma, vários expoentes da História tiveram seus quinze minutos de fama e também de ostracismo. Lemaitre, foi só mais um à uma extensa lista (inclui cientista, músicos, industriários e etc…). Quer exemplo pior de quem foi esquecido e, somente muito tempo depois, reverenciado em tudo de nossos dias presente? Simplesmente um maluco que foi citado no texto. Nada menos que: Nicolas Tesla. Cujos trabalhos, foram todos confiscados pelas autoridades americanas. Hoje, até automóvel com nome, corpo e alma Tesla (eu sou suspeito de falar, tamanha minha admiração por ele). Também, foi citado no texto, o outro maluco que atende pela alcunha de Eisntein. Ruim de matemática, mas excelente físico. Embora, com uma ajudazinha extra. Como diz um outro fraterno meu: “…dados compilados e produzidos por sua esposa Mileva…”. Sim, por trás de um grande homem, uma grande mulher (Mileva – esposa de Eisntein). Tem também o casal Curie. Outro casal que, se não fosse a “desobediência civil da mulher”, não estaríamos contemplando a grandiosidade de um Mercedes. Sim, nada menos que Frau Benz. Portanto, desejo a todos os leitores, um mergulho profundo na matéria em pauta. Dogmas, paradigmas, axiomas e etc…, agora já não importam mais, para tudo aquilo que já foi provado, cientificamente. Dissertar, filosoficamente, a existência de Deus e a matéria, pode ser um exercício interessante. Porém, perigoso. Ainda hoje, existem as resistências ao desconhecido, ao ignorado. Os espertalhões de plantão, tentam incutir a sua teoria sem nenhum embasamento científico. O mito de que cientista é ateu, perdurou por muito tempo. Hoje, não mais. Mas, pensar e agir com o coração, é um obstáculo enorme em uma pesquisa do nada ou quase nada, até se chegar a luz ou ao infinito. Deixo minhas considerações respeitosas de uma verdadeira viagem, lendo a matéria em pauta. Afinal, a maneira que o Aurélio escreveu, foi como se tivesse presente à época de tudo aquilo. Fraternos abraços!

Ricardo 6 de outubro de 2015, 20:34h - 20:34

Placar
Time dos cientistas 6988766 x 1 Time dos padres

André 9 de outubro de 2015, 07:38h - 07:38

kkkkkkkkkkkkkkkkkk… tu és um mané, se realmente acredita que ciência e religião são inimigas.

O placar correto é:

Verdade 9203489243404 x 0 Ricardo

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…

Rogerio 6 de outubro de 2015, 12:27h - 12:27

O fato de não conhecer uma explicação não significa que não exista uma explicação. O problema é que a religião cria explicações. Isto sempre aconteceu em toda a história. Os egípicios tinham medo da noite, os vikings tinham pavor do deus Skol ( o deus, não a cerveja) pois este devorava o sol (era apenas um eclipse). Quanto aos sonhos citado acima, Freud já explicou e tudo já foi comprovado cientificamente.

Carlos Vinicius 6 de outubro de 2015, 12:05h - 12:05

Aurélio, parabéns pela coluna! Forte abraço!

Leandro 5 de outubro de 2015, 23:11h - 23:11

Excelente texto. Um pouco de cultura onde as manchetes principais só tem sangue.
Um pouco de ciência nos afasta de Deus, muito de ciência nos aproxima.

kHALIFA 5 de outubro de 2015, 21:45h - 21:45

Muito boa a matéria, Aurelio de Parabéns!

Carlos Junior 5 de outubro de 2015, 15:49h - 15:49

Então foi proposta por um padre, então como podem acusar a Igreja católica de se opor a ciência…? Hoje, um dos paradigmas que regem nosso modo de vida é o mercado. A ciência e a fé, como instituições, estariam sujeitas à mercantilização de seus serviços e diante de uma crise ética ser prejudicial quando mal usadas. Fundamentalismo dos dois lados é muito perigoso. Ciência e Fé sempre estarão em harmonia !

Bruno 5 de outubro de 2015, 21:01h - 21:01

Religião e ciência andam juntas? Antes do big bang ser proposto a igreja católica aceitava a cosmologia bíblica de um universo feito em apenas 6 dias e que a terra tinha apenas 6000 anos. Hj sabemos que tem bilhões de anos e que demorou alguns bilhões para haver vida na terra. Há um tempo atrás a igreja não aceitava a evolução, hj está apoiando, Galileu foi preso por propor o heliocentrismo pq não estava de acordo com a bíblia. A ciência não precisa de religião. Ou VC acha que lamaitre ficou rezando pra descobrir estas coisas? Foi com muita observação e estudos que ele conseguiu essa façanha. A matéria é tendenciosa, a maioria das pessoas religiosas ainda negam o big bang e a evolução e pior costumam combater a idéias por ser contrário ao que aprenderam em suas igrejas.

Leandro 5 de outubro de 2015, 23:15h - 23:15

Os números nos textos da bíblia são metafóricos. 1 dia para Deus podem ser milênios para nós. Outra curiosidade é que a evolução da criação na bíblia não contradiz a ciência – primeiro houve a luz… até a evolução do homem. (Tudo processo criativo de Deus).

Carlos Junior 6 de outubro de 2015, 12:36h - 12:36

Seleciono algumas verdades que foram e são sonegadas: o moderno pensamento econômico da Escola Austríaca (teoria subjetiva na formação dos preços) foi pela primeira vez formulada por pensadores escolásticos. A lei da inércia de Newton já está in potentia na obra dos pensadores cristãos. O apoio que a Igreja Católica deu à ciência durante séculos e séculos – que vai desde a construção das universidades ao apoio financeiro aos cientistas – quer sejam eles clérigos ou não. O número expressivo de clérigos cientistas em todas as áreas do conhecimento humano. A preservação do legado cultural do Ocidente durante a fase terrível após a queda do Império Romano por meio dos mosteiros – claro, houve também neste particular contribuição decisiva dos muçulmanos. Um outro fato paralelo e crucial: os escolásticos são retratados como pensadores de pouco importância teórica a repetir servilmente as verdades aristotélicas. Nada mais falso. A física aristotélica depois da síntese tomista foi rejeitada pela Igreja católica em 1277. O que poderia parecer um “erro” aos olhos modernos, visto que a Igreja Católica estaria censurando a livre circulação do pensamento de Aristóteles representou na verdade um ganho a longo prazo, visto que libertou os pensadores cristãos dos equívocos da física aristotélica dando início à livre investigação do mundo físico – o que a metafísica cristã já autorizava.
A Igreja por colocar corretamente a fé e a razão cada uma em seu lugar, ou seja, distingui-las e mesmo sabendo que há harmonia entre elas, permitiu que o mundo fosse investigado com a razão afastando os falsos misticismos de outros povos que tornavam impossível a ciência. Como exemplo os chineses que descobriram a bússola, não podia saber para que servia e usava ela em adivinhações. E na grécia antiga os elementos da natureza eram misturados com a idéia dos deuses.
ABRAÇOS !!!

jrma 5 de outubro de 2015, 13:17h - 13:17

MUITO, MUITO, MUITO BOM…….
Os colunistas do DV poderiam estar no N.Y.T.
….parabéns.

Maniac 4 de outubro de 2015, 11:52h - 11:52

Muito interessante a matéria! Também nunca ouvi falarem desse padre.

Al Fatah 4 de outubro de 2015, 10:07h - 10:07

Cientistas. Quanto mais tentam fugir de Deus, achar explicação para o inexplicável, mais se aproximam dele. E quanto mais se aproximam, menos podem nota-lo… Como, por exemplo, explicar os sonhos, onde há vida que não é criada por nós e independe de nossa vontade, mas cuja criação é influenciada por nossas experiências? Uma vida extracorpórea, imaterial e autônoma, mas que pode ser vista, ouvida e tocada. Seria a vida dos sonhos um plano físico paralelo ao que conhecemos na vida de relação (quando estamos acordados)?… Nunca haverá explicação científica conclusiva para isso, nada que vá além da teoria, porque Deus não pode ser explicado, mas apenas sentido…

lila 4 de outubro de 2015, 10:50h - 10:50

Nossa Al Fatah achei profundo o que você escreveu, sinto uma atração irresistível por esses assuntos, você lê algum livro se sim poderia colocar o nome e autores. Nem vou comentar o texto do Aurélio.

Al Fatah 6 de outubro de 2015, 00:18h - 00:18

Olá, Lila! Esse pensamento não é fundamentado em autores, mas em simples observação de nossas vidas, do cotidiano… O sonho é um mistério quase tão grande quanto a morte…

lila 6 de outubro de 2015, 12:50h - 12:50

Al Fatah tudo que você escreveu é sabedoria pura. e eu vou usar aquela frase simples porém verdadeira (Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar).

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