O planeta Terra em tempos de seca

by Diário do Vale

Grécia: A fumaça vista do espaço

Lembra daquela história de mudança climática e aquecimento global, que o presidente Donald Trump andou dizendo que era mentira? Bom, a natureza não deu a mínima para a opinião do Trump e esta detonando com as previsões otimistas. Aqui no Brasil estamos vivendo um dos invernos mais secos das últimas décadas, a seca no país já deixou de ser um problema apenas  do nordeste e atinge o país do norte ao sul. E para piorar a previsão é de que teremos a volta do fenômeno El Niño no final do ano. O que significa um verão também com chuvas abaixo da média.

Aqui na nossa região estamos sofrendo com um típico clima de deserto. De dia faz calor e os termômetros passam dos 30 graus. Não chove há mais de um mês e o ar seco deixa as gargantas irritadas. Assim que o Sol se esconde no horizonte as temperaturas despencam e por volta das 19h já estão marcando dezoito, dezenove graus. Haja saúde para aguentar com essa variação térmica todo dia. Ainda me lembro, com saudade, dos invernos de antigamente, quando garoava às vezes por dias seguidos. Agora é só poeira e secura.

Na Europa é verão, e os europeus estão enfrentando um verão catastrófico. Na Grécia o número de mortos pelos incêndios florestais devastaram aquelas ilhas paradisíacas do mar Egeu, matando mais de 80 pessoas. Numa tragédia semelhante a que atingiu Portugal há alguns anos.

O problema é o mesmo, calor e falta de chuva. A vegetação mediterrânea se torna altamente inflamável em tempos de seca. E as pessoas em Portugal e na Grécia costumam construir suas casas em meio aos bosques. Quando o fogo se espalha, as estradas, também cercadas de mato seco viram verdadeiras armadilhas. Os poucos sobreviventes escaparam se atirando no mar, que os gregos chamam de Thalassa. No Japão não teve incêndio, mas o número de pessoas hospitalizadas pelo calor chega a 22 mil. Londres, na Inglaterra enfrenta um verão de temperaturas acima dos 35 graus. O que é sufocante para uma cidade toda construída para enfrentar temperaturas frias.

A maioria das residências inglesas não tem ar condicionado e nem são ventiladas como as casas dos países tropicais. Estimativas do governo britânico preveem a morte de milhares de pessoas nos próximos verões, se as temperaturas continuarem batendo recordes. E tudo indica que a situação não vai mudar. Como previam os climatologistas, há mais de uma década, o clima ficou pior e os eventos extremos vão se tornar comuns.

Aqui no Brasil a situação ainda não é tão crítica como no México e na África do Sul. Onde o racionamento de água já é uma realidade. São Paulo viveu uma crise de abastecimento em 2014, mas resolveu o problema tirando água do rio Paraíba e de outros reservatórios. O Brasil tem um grande sistema de rios que podiam garantir o abastecimento de água se não fossem usados para diluir esgoto. Coisa que os especialistas estrangeiros que chegam aqui não conseguem entender. Porque não preservamos nossos rios?

É um desafio que nossas autoridades terão que enfrentar no futuro próximo. Todos aqueles prefeitos da região, que adoram inaugurar quadras de esportes podem começar a pensar em estações de tratamento de esgoto. A população também pode ajudar, eliminando antigos hábitos como aquele ritual de lavar carros com vassouras hidráulicas todo fim de semana. Porque uma coisa é certa. Se está seco agora, no verão vamos fritar.

Já tivemos a ameaça de um racionamento de água em 2014, e de lá para cá pouca coisa se fez. No Brasil ainda prevalece aquela postura de explorar a terra até arrasá-la. Jogando lixo e esgoto nas fontes de água, acabando com as florestas, como a nossa Amazônia que continua a ser devastada apesar de todos os compromissos internacionais. Os brasileiros já estão sentindo na pele e na garganta as consequências dessa irresponsabilidade.

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3 comments

Pagador de impostos 2 de agosto de 2018, 10:09h - 10:09

A maioria das pessoas que ficam sensibilizadas com notícias sobre o meio ambiente, sobre a destruição da amazônia, sobre qualquer tema relacionado à poluição, são as mesmas que continuam jogando lixo nas ruas, jogando entulho de obras nas ruas. Ou seja, não fazem o mínimo do que se espera de pessoas informadas e educadas (no sentido de terem informação) sobre o tema. Ainda estamos muito longe do mínimo.

guto 1 de agosto de 2018, 11:14h - 11:14

Em São Paulo já há multa de R$250,00 para aquelas pessoas que estão lavando a calçada com água tratada e o valor é duplicado para reincidência!
O importante é começar a educação das crianças nos colégios por pessoas especializadas, pois teremos um futuro cada vez mais seco, sem previsão de chuvas, pois as chuvas que viam aqui para a região Sudeste eram oriundas da Floresta Amazônica, contudo essa Floresta está cada vez mais reduzida e tende a acabar!
Como diria o jornalista Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”…

Smilodon Tacinus 31 de julho de 2018, 22:31h - 22:31

Os rios brasileiros estão, os maiores deles, em áreas de pouca densidade populacional. Basta observar um mapa para entender o tamanho do problema… População concentrada a Leste, mas as grandes bacias hidrográficas ficam na metade Oeste do país, onde há menos gente…

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