O sonho de visitar outros mundos está perto de se realizar

Por Diário do Vale

 

Na semana passada um grupo de mulheres concluiu um treinamento para uma viagem ao planeta Marte. Algo que pode acontecer ainda nesta década. Será a realização de um sonho milenar que persegue a humanidade desde que os astrônomos descobriram que aquelas luzes tremulando no céu são mundos além do nosso. A primeira história de ficção científica sobre uma viagem ao espaço foi escrita há quase dois mil anos por Luciano de Samósata. Um poeta que viveu na Grécia, em uma região que hoje pertence à Síria.
No tempo de Luciano não existiam foguetes, naves espaciais nem qualquer tecnologia capaz de nos levar ao espaço. Ele imaginou um furacão carregando o navio onde viajavam seus heróis até a Lua. Onde uma civilização alienígena trava uma guerra pela conquista da estrela Vésper (o planeta Vênus). A história de Luciano tem monstros e seres estranhos e pode ser considerada uma antecessora dos filmes modernos do Alien e de Guerra nas Estrelas.
Luciano foi o primeiro de uma longa linhagem de escritores de ficção científica. No século XIX já sabíamos que não existe ar no espaço sideral. Portanto, o furacão do Luciano não serviria como meio de transporte interplanetário. E os escritores bolaram meios mais sofisticados. O francês Júlio Verne mandou seus astronautas para a Lua dentro de uma bala de canhão. Mais sofisticado, o milionário John Jacob Astor bolou uma nave espacial movida a antigravidade. No romance “Jornada para outros mundos”, de 1894, os personagens visitam os planetas Júpiter e Saturno.
O desenvolvimento dos grandes foguetes, na década de 1950, aproximou o sonho da realidade. Quando a União Soviética colocou em órbita o primeiro satélite, em outubro de 1957, houve uma explosão de filmes, histórias em quadrinhos, álbuns e cards sobre viagens ao espaço. Um dos mais coloridos foram os cards da série Topps, de 1958, que mostrava um casal namorando na superfície da Lua e naves tripuladas viajando para Júpiter e Saturno. Em julho de 1969 a tripulação da Apollo 11 fez o primeiro pouso na superfície lunar, tornando realidade os sonhos de Luciano e Júlio Verne.
Infelizmente o governo norte-americano se encontrava enterrado até o pescoço na guerra do Vietnã. E achou que combater o comunismo na Ásia era mais importante do que conquistar o Sistema Solar. A realização do sonho foi adiada e começa a ser retomada agora, na nossa época. Um dos seus mais ardentes defensores é um sucessor de John Jacob Astor. O bilionário sul-africano Elon Musk. Que está construindo um enorme foguete tripulado, que ele chama de Starship, e que, em teoria pelo menos, p oderá levar turistas até o planeta Marte no final desta década.
Só que na vida real não vai ser tão fácil quanto nos romances. Hoje sabemos que o planeta Júpiter é cercado por cinturões da radiação mortal. A radiação lá é tão intensa que pode destruir até as sondas não tripuladas, que precisam ser blindadas. Mesmo que tivéssemos uma nave capaz de fazer a viagem teríamos que parar nas luas mais externas de Júpiter. Como Ganimedes e Calisto. Que ficam fora das áreas de radiação mais intensa.
Saturno tem um ambiente um pouco mais ameno. Mas, fica a mais de um bilhão de quilômetros de distância. Mesmo que tivéssemos uma nave movida a plasma, como aquela do filme “2001”, uma viagem até lá levaria quatro anos. É por isso que os robôs continuarão a substituir os homens nessas jornadas distantes. Pelo menos no futuro próximo.

Topps: O amor e as viagens pelo espaço

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1 Comentário

Paulo Roberto 28 de janeiro de 2020, 10:53h - 10:53

Com o coronavírus por aí já tem gente lamentando a falta de viagens tripuladas e a colonização de Marte.
Americanos na Lua em 1969 foi só uma disputa contra os russos. Tinham mais coisas para desenvolver, como estações espaciais, antes de seguir para outros lugares do Sistema Solar, mas deram prioridade ao marketing político e pularam o cronograma ideal do programa espacial.
Em tempo: o Flash Gordon, se não me engano da década de 1930, não é digno de citação na área de ficção científica?

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