Os perigos da vida moderna

by Diário do Vale

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Investigação: Boeing da United teria sido atacado   (Foto: Divulgação )

Investigação: Boeing da United teria sido atacado
(Foto: Divulgação )

As notícias ultimamente andam assustadoras. Segunda-feira passada liguei a televisão e fiquei sabendo que o edifício Canoas, ali em São Conrado, tinha explodido. Eu cheguei a ir naquele prédio, em uma festa promovida por uma amiga que morava no décimo andar. Não sei se foi no mesmo apartamento detonado. Ela se mudou de lá nos anos oitenta e hoje mora nos Estados Unidos. Não só escapou da explosão do prédio onde morava como escapou da crise brasileira.
Segundo as primeiras investigações do acidente, parece que o desastre foi provocado por um escapamento de gás. Trata-se de um perigo que existe na maioria dos lares, e todo cuidado é pouco. Além de provocar explosões, um vazamento de gás pode matar uma pessoa enquanto ela dorme ou até enquanto toma banho. No século passado, quando minha colega ainda morava no prédio que explodiu, teve um caso que causou perplexidade no país inteiro. Um jovem casal que voltava de uma viagem de lua de mel morreu no banheiro, embaixo do chuveiro, devido a um escapamento de gás do aquecedor. O gás nocauteou os dois antes que eles percebessem o que estava acontecendo. Na época os jornais publicaram várias matérias recomendando revisões periódicas nos aquecedores a gás e o cuidado constante de olhar sempre se a chama do piloto está acesa. O perigo de explosão é igualmente traiçoeiro. O gás, sendo mais leve que o ar, sobe e pode ficar acumulado no forro ou nesses revestimentos de plástico que se usa hoje em dia. E basta uma pequena centelha para detonar com tudo.
Se o leitor entrar em casa e sentir cheiro de gás, não acenda a luz. Porque todo interruptor elétrico emite uma pequena faísca quando é acionado. E se o ambiente estiver saturado de gás basta essa centelha para detonar a mistura. Abra bem as janelas, ventile o ambiente e só ligue as luzes quando o problema estiver resolvido.

Ataque hacker

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o FBI, a polícia federal americana, prendeu um hacker, Chris Roberts, que afirma ter interferido com os computadores de bordo de jatos da Boeing e da Airbus. Roberts se gabou nas redes sociais de ter obrigado o avião a mudar de altitude, mudou a programação de filmes exibidos a bordo, interferiu no funcionamento das turbinas e acionou as máscaras de oxigênio. Como foi que ele fez isso? Embarcando nos voos e ligando seu computador laptop ao sistema de entretenimento do avião.
A Boeing, fabricante de metade dos aviões comerciais em uso no planeta, não acredita nas afirmações do cyber criminoso. Os computadores que controlam os aviões seriam independentes dos computadores que controlam a exibição de filmes e outros serviços de bordo. Pressionada pelos jornalistas a Boeing afirmou que não discute publicamente os sistemas de segurança de seus aviões, mas o fato da Polícia Federal americana ter levado a sério as afirmações do hacker deixa muita gente preocupada. Além do caso do piloto alemão, que jogou o Airbus nos Alpes agora existe a possibilidade, remota é verdade, de terroristas interferirem nos sistemas de controle de voos.
A aviação moderna é muito dependente dos sistemas eletrônicos. Os pilotos praticamente só decolam e pousam com os aviões. O resto do percurso, em velocidade e altitude de cruzeiro, é controlado pelos computadores de bordo. Além disso, a segurança de voo depende dos computadores dos centros de controle do trafego aéreo em terra. Quem gosta de filmes de ação deve se lembrar de um filme antigo do Bruce Willis, “Duro de Matar 2” em que terroristas assumiam o controle do sistema de radares de um grande aeroporto e chegavam a provocar a queda de um avião repleto de passageiros. Na época parecia só uma fantasia louca de Hollywood. Hoje em dia a fantasia está cada vez mais próxima da realidade.
Mas há um lado bom neste tipo de investigação. Os fabricantes e as companhias aéreas vão reforçar seus sistemas de segurança para tornar mais difícil a possibilidade de um ataque cibernético no ar.

Jorge Luiz Calife | [email protected]

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