Os sonhadores e os realizadores

Por Diário do Vale

O escritor francês Júlio Verne disse uma vez que “aquilo que um homem sonha, outros realizam”. Verne viveu no final do século 19 e é considerado o pai da literatura de ficção científica. Ele escreveu romances imaginando uma viagem de submarino ao redor do mundo e uma viagem a Lua. E como ele previu, outros homens, de gerações posteriores, realizaram aquilo que ele imaginou. A viagem submarina, circunavegando o planeta, foi realizada sete décadas depois da morte do escritor, por outro conterrâneo seu. O explorador submarino Jacques Yves Cousteau. Com seu navio de pesquisa Calypso Cousteau percorreu os sete mares mergulhando com mini-submarinos para estudar a vida nos recifes de coral e explorando ruínas submersas.

No romance “20 mil léguas submarinas” o herói de Júlio Verne, o capitão Nemo, descobre as ruínas da civilização perdida da Atlântida. Na vida real Cousteau descobriu que o mito da Atlântida, o continente submerso, surgiu da erupção do vulcão da ilha de Thera no mar Mediterrâneo. Thera provocou um tsunami gigantesco que engoliu as cidades costeiras da ilha de Creta. Acabando com a civilização que florescia naquela ilha. Os cretenses foram os verdadeiros Atlantes.

Em 1901 Verne escreveu “Da Terra a Lua e Ao redor da Lua”. Sobre três homens que decolam da Flórida, nos Estados Unidos e viajam ao redor da Lua em uma pequena cápsula em forma de bala. Sessenta e sete anos depois, três americanos partiram da Flórida na nave Apollo 8, passaram o Natal girando ao redor da Lua e caíram no mar, onde foram resgatados por um navio, exatamente como Júlio Verne tinha imaginado.

Milagre? Profecia? Não, os sonhadores, como Júlio Verne estabelecem um caminho para ser seguido pelos engenheiros. Aqueles que vão transformar o sonho em realidade. A maioria dos homens que construíram a Apollo 8, ou que acompanharam Cousteau em seus mergulhos pelos oceanos do mundo tinham sido leitores de ficção científica durante a infância. E quando cresceram projetaram os meios de transformar o sonho em realidade.

Já comentei aqui nesta coluna sobre o milionário nova-iorquino John Jacob Astor, que morreu em 1912 no naufrágio do Titanic. Em 1894 Astor escreveu um romance de ficção científica, “Jornada a outros mundos” onde imaginava um milionário do futuro construindo uma nave espacial e partindo para os planetas com seus amigos. E no mês passado dois bilionários (A inflação transformou os milionários em bilionários), Richard Branson e Jeff Bezos viajaram para a fronteira do espaço sideral em espaçonaves que eles mesmos encomendaram e mandaram construir. E outro bilionário, Ellon Musk, pretende realizar o sonho do John Jacob Astor viajando para a Lua e o planeta Marte em sua nave Starship.

Como sempre acontece, tem gente que acha que Bezos e Branson estão “jogando dinheiro fora” e fariam melhor se distribuíssem o dinheiro gasto com espaçonaves entre os pobres do planeta. Pura ilusão. Como disse um dos meus colegas “Se Bezos ou qualquer outro decidisse, ao invés de ir ao espaço, dividir sua fortuna com todos os pobres da Terra, depois de tudo dividido daria para comprar um h ambúrguer para cada um”. Imagine se os reis da Espanha se negassem a financiar a viagem de Cristóvão Colombo alegando que havia muita miséria na Europa e que era melhor gastar o dinheiro das caravelas num “bolsa família” renascentista. Outro país e outro navegador teria descoberto a América.

Vivemos em uma encruzilhada na história humana e talvez esta geração seja última capaz de realizar o sonho da civilização multi-planetária. Porque o meio ambiente esta se deteriorando com tamanha rapidez que todo o dinheiro do mundo não vai ser suficiente para pagar os prejuízos causados pelos desastres naturais. As ondas de calor, as inundações e os furacões que vem por aí.

Por Jorge Luiz Calife

Deux cent mille lieues sous les mers
20,000 Leagues Under the Sea
Year : 1906-1907
Director : Georges Méliès.
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