A superfície do Sol, a estrela mais próxima da Terra, é um mar de fogo tempestuoso. Cientistas têm observado tornados de plasma incandescente maiores do que a Terra subindo deste oceano ígneo e usaram o efeito Doppler para estudar suas características. Um estudo recente, divulgado na Conferencia de Astronomia e Ciências Espaciais da Europa mostra que essas colunas incandescentes não giram como os tornados da Terra. Elas ficam presas num único ponto devido a ação dos campos magnéticos que envolvem o Sol.
A pesquisa foi feita pelo cientista Nicolas Labrose da universidade de Glasgow na Escócia, e sua colega Brigitte Schmieder do Observatório de Paris. Eles conseguiram produzir um modelo tridimensional das estruturas que foram fotografadas pelo satélite Observatório Solar Dinâmico da Nasa. O que parecem tornados são na verdade parte das proeminências, arcos de fogo que saltam sobre a superfície solar acompanhando o movimento dos campos magnéticos.
O efeito Doppler é uma variação na frequência das ondas de luz ou de som provocada pelo movimento. Se a fonte das ondas se aproxima de nós ela parece mais curta. Se se afasta ela parece mais longa. No caso da luz o encurtamento das ondas faz a luz ficar azulada, e dizemos que ela foi desviada para o azul. Se a fonte estiver se afastando as ondas mais longas ficam e a luz se torna avermelhada, ou desviada para o vermelho.
Foi o desvio para o vermelho da luz de galáxias distantes que permitiu que o astrônomo americano Edwin Hubble descobrisse a expansão do Universo. Base para a teoria do Big Bang. No caso do estudo do Sol o efeito Doppler permite estudar o movimento dos ciclones e ondas de matéria incandescente na superfície da estrela. O sol é uma estrela de tamanho médio e que nem é das mais turbulentas. O que é ótimo para nós. Outras estrelas emitem labaredas muito maiores que podem destruir a vida nos planetas que fiquem muito perto delas.
É o caso da estrela Proxima Centauri, a mais próxima da Terra depois do Sol. Próxima Centauri também tem um sistema de planetas, e um deles, o Proxima B se encontra a uma distancia favorável para a existência de vida.
Infelizmente, observações feitas com os telescópios do observatório de Cerro Tololo, no Chile, mostram que Proxima Centauri produz imensas labaredas que bombardeiam o planeta vizinho com radiação suficiente para destruir uma possível camada de ozônio. Na verdade nem sabemos se Proxima B tem uma atmosfera semelhante a da Terra. Mas se tiver ela será destruída em pouco tempo pelas labaredas de seu sol vermelho.
A erupção observada pelos telescópios de Cerro Tololo foi tão intensa que aumentou em 68% o brilho da estrela. A vida na Terra só é possível porque nosso planeta fica a uma distancia segura do Sol e tem uma camada de ozônio, na atmosfera, para nos proteger dos raios ultravioleta emitidos pela nossa estrela vizinha.
Sem as estrelas a vida não existiria no Universo. É nas estrelas que são manufaturados os elementos químicos como o carbono e o oxigênio, que são vitais para a vida como a conhecemos. Mas as mesmas estrelas que criam a vida podem destruí-las com suas explosões e erupções cataclísmicas. Daqui a bilhões de anos, quando o combustível de hidrogênio que mantem o sol aceso se esgotar, ele vai inchar como um balão. Nessa época o nosso planeta vai ficar tão quente que os oceano vão evaporar e a vida na Terra se tornará impossível.
Logo depois o sol lançará no espaço suas camadas externas, criando uma bela nebulosa planetária. E consumindo os planetas mais próximos como Mercúrio, Vênus e a Terra.
Até lá a vida inteligente, que surgiu na Terra terá que desenvolver meios para se mudar para outros planetas mais distantes.
JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]
1 comment
Ainda há muito a saber sobre a nossa estrela, que hoje nos traz vida, mas daqui a alguns bilhões de anos, trará morte ao nosso planeta. Espero que até lá a humanidade não tenha se destruído e já tenha vendido as imensas distâncias entre as estrelas, encontrando por fim um novo lar.
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