Pra não dizer que não falei do vírus

by Diário do Vale

No início da semana, o economista americano Kenneth Rogoff, da universidade de Harvard, comentou, durante uma palestra em videoconferência, que Brasil e Estados Unidos parecem viver em universos diferentes. Nos EUA, graças a vacinação em massa, a pandemia do Covid-19 já é coisa superada. A vida voltou ao normal, há eventos esportivos com estádios cheios e as pessoas saem nas ruas sem máscaras. Enquanto isso, no Brasil, a pandemia se arrasta, com uma média de dois mil mortos por dia e hospitais com filas de pacientes para as UTIs. E Rogoff previu que vai levar um ano para nosso PIB per capta voltar aos níveis de antes da pandemia. Isso se houver vacinação em massa e a Covid-19 for controlada por aqui.

É por essas e outras que a revista britânica “The Economist” voltou a dar destaque ao Brasil na sua matéria de capa. Desta vez a revista estampou o Cristo Redentor com uma máscara de oxigênio, na UTI. Desde os tempos do governo Lula que a revista pega no pé do Brasil. Primeiro com o Cristo subindo como um foguete durante o falso milagre econômico da década passada. Foguete que perdeu o rumo e ficou dando piruetas no céu. Num texto intitulado “uma década decepcionante” os redatores da The Economist concluem que o Brasil tem que se livrar de Jair Bolsonaro na próxima eleição, como requisito para retomar o crescimento. O que provocou uma acusação da Secom, a secretaria de comunicação do governo brasileiro, de que a revista estaria pedindo a eliminação física, a morte do presidente. Na verdade a revista inglesa usou a expressão “vote him out”, que significa destituir pelo voto. Mas parece que o pessoal da Secom ainda usa aquele tradutor do Google e traduziu “vote him out” como eliminar. Mais um vexame deste governo patético.

Aliás a imprensa estrangeira anda bombando nesses tempos difíceis. Em uma série de matérias o The Wall Street Journal fez novas revelações sobre a origem do coronavírus. O jornal descobriu que o serviço secreto norte-americano já tinha detectado, no início de 2020, que uma série de pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, foram hospitalizados, com sintomas de covid-19, no mês de outubro de 2019, bem antes da epidemia começar. E que o Laboratório Nacional Lawrence Livermore confirmou aquele dados de pesquisadores europeus, que comentei aqui na semana passada, de que o genoma do vírus sofreu manipulação em laboratório. Esses dados foram passados ao então presidente Donald Trump, o que motivou aquela declaração de Trump, dizendo que o vírus tinha sido fabricado na China.

No domingo passado o programa Fantástico, da Rede Globo, pagou todos os seus pecados com uma matéria excelente sobre a origem do coronavírus. Que começa com aquela teoria de que o vírus passou de um animal selvagem para os seres humanos e depois vai desmontando aquele relatório da Organização Mundial de Saúde, que acusou morcegos e pangolins de serem os transmissores da Covid-19. Numa verdadeira aula de jornalismo investigativo (Que contou, claro, com a colaboração da BBC de Londres). Pra quem não viu eu vou só resumir os resultados da investigação. Um dos pesquisadores que assinaram o relatório da OMS é o biólogo Peter Daszak, colaborador e amigo da doutora Shi Zhengli, diretora do Instituto de Virologia de Wuhan. E qual é a especialidade da doutora Zhengli? É o chamado “ganho de função” que consiste em modificar geneticamente vírus encontrados na natureza para infectarem células humanas.

Detalhe, examinaram mais de 80 mil pangolins na China e não encontraram nenhum com Covid. Mas agora sabemos  que o Instituto de Virologia de Wuhan, da doutora Zhengli, fazia pesquisas de ganho de função com vírus de morcegos. Pesquisas que foram proibidas nos Estados Unidos pelo governo Barack Obama devido ao alto risco que representam. E deu no que deu.

 

The Economist: O Cristo recebendo oxigênio

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11 comments

Emir Cicutiano 13 de junho de 2021, 10:18h - 10:18

Jogadores da Venezuela só foram identificados com o vírus depois de terem chegado aqui. Por quê vc não fala sobre isso?… Países esquerdistas e ditatoriais da América Latina, África, Leste Europeu e Ásia suprimem os números conforme suas conveniências. Tenho certeza absoluta de que há muitos países em situação pandêmica muito pior que a nossa, inclusive a própria China e a Índia. Só divulgam o que interessa, fora as subnotificações monstruosas nesses verdadeiros formigueiros humanos…

Emir Cicutiano 13 de junho de 2021, 10:13h - 10:13

O Brasil é o quarto país que mais vacina no mundo, e o cara faz comparações com os EUA, o país mais rico e poderoso do mundo… O planeta tem quase 200 países, e a grande maioria em situação pior que o Brasil, mas só enfatiza aquilo que pode ser demeritório para nosso país só para espezinhar o presidente, dando tiro no pé para matar o carrapato…
Perdeu todo o respeito que ainda tinha, ao enveredar pelo ativismo político. Deveria se ater ao cinema e astronomia…

Alexsander 11 de junho de 2021, 14:26h - 14:26

Tmb acho q o Bozo errou feio em muitas coisas. Porém o certo é certo, independe de ideologias, ao memos pra mim. Se a China fez pesquisas proibidas, ela tem que mitigar o dano, pois sua responsabilidade independe de dolo ou culpa. É a teoria do risco total, em termos ambientais. Igual ocorre em casos de acidentes nucleares. Os chineses agora jogarem a culpa nos EUA, após terem cerceado informações e uma investigação séria da OMS, só trouxa ou comprometido ideologicamente pra defender…

Operário 11 de junho de 2021, 09:27h - 09:27

Acho muito engraçado o cara falar de como é possível os Estados Unidos estarem quase todos vacinados e no Brasil não, Cara pálida, primeiro de tudo que somos um país do terceiro mundo , quer comparar o Brasil com os UEA?! Outra coisa , vamos parar com essa palhaçada de achar que a china é a vítima, o virus é chinês sim e a China cometeu crime contra a Humanidade.

Roberto de Oliveira 10 de junho de 2021, 22:03h - 22:03

Esse extremista, bolsonarista de última hora, que se apresenta com o nome de Guto, só entende o que interessa para ele.
Ninguém afirma nada sobre contaminação proposital de vírus nenhum e acidentes podem acontecer em laboratórios do mundo todo, inclusive nos EUA e na China.

guto 10 de junho de 2021, 13:26h - 13:26

No começo do ano passado Bolsonaro culpou a China pelas mortes que estavam acontecendo no Brasil, no entanto, o embaixador chines ficou nervoso e exigiu desculpas por parte de Bolsonaro. Bolsonaro não se desculpou, ele estava certo!
No entanto, a jararaca tupiniquim pediu desculpas ao embaixador chinês em nome do povo brasileiro!
Quem deu direito à jararaca de falar em nome do povo brasileiro?!

Andre 10 de junho de 2021, 11:26h - 11:26

Antro comunista, adoradores de molusco cachaceiro presidiário.

Vando 9 de junho de 2021, 21:43h - 21:43

O Bozo só errou numa coisa Alexsander…quando nasceu

Roberto de Oliveira 9 de junho de 2021, 21:02h - 21:02

Transmitido por animais, alterado em laboratório na China ou nos EUA? Vazado por acidente ou de propósito?
Só uma coisa é certa, quando chegou na Europa o governo brasileiro já sabia que tinha que proteger o seu povo e mesmo assim não teve, e ainda não tem, a menor competência para fazer isso. Ou, pior, deixou morrer o maior número possível de aposentados, pensionistas e outros com comorbidades.
E para esconder essa situação, usou o negativismo.

guto 10 de junho de 2021, 13:28h - 13:28

Quanta ignorância “alterado em laboratório …nos EUA”…
Você é muito ignorante ou é burro mesmo, como é que os EUA iriam criar um vírus que iria ajudar a economia dos países comunistas e prejudicar a economia dos países capitalistas?!!

Alexsander 9 de junho de 2021, 17:29h - 17:29

Então o Bozo não tava errado quando disse que o vírus era chinês???

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