João Vítor Monteiro Novaes
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O Projeto Novas Cenas 2014 homenageará esse ano o jovem dramaturgo Jô Bilac, através de uma mostra com a montagem de oito espetáculos por oito companhias do estado a partir de textos dos autores. A mostra ocorrerá entre os dias 18 e 21 de dezembro, no Teatro Alcione Araújo, no Rio de Janeiro.
O edital é da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Fetaerj (Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro), e tem como objetivo fortalecer a área de artes cênicas e possibilitar a capacitação e qualificação artística dos grupos teatrais do Estado.
Entre os grupos selecionados estão duas companhias angrenses, a Trupe do Descoco e a Angra Cia de Teatro, que participaram de oficinas de Direção, Figurino, Cenografia, Iluminação e Dramaturgia com o próprio Jô Bilac, oficinas oferecidas pelo prêmio durante o mês de outubro.
Os grupos de Angra irão montar os espetáculos “O gato branco” e “Sangue na caixa de areia” e se apresentarão nos dias 20 e 21 de dezembro.
Final de semana de sucessos
Começou nesse final de semana, com sucesso, a 11ª Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis 2014, a Fita. Entre os mais de 10 espetáculos realizados nesses primeiros dias, os destaques foram para o espetáculo de abertura “Conselho de Classe”, da Cia dos Atores, que retratou a atual situação do ambiente escolar brasileiro, e a estreia da peça “Eu nunca disse que prestava” dos atores Maykon Renan e Júnior Dantas.
O momento mais aguardado do primeiro final de semana foi o debate sobre o período da ditadura, que contou no sábado, dia 8, com a presença de Carlos Eduardo Novaes, Ferreira Gullar e Cícero Sandroni, que falaram sobre “Jornalismo e Cultura: a posição da imprensa nos anos 1960/70/80”. E no domingo, dia 9, o debate ficou por conta das grandes atrizes Marília Pêra e Zezé Motta e do produtor Orlando Miranda, todos participaram do espetáculo “Roda Viva” de Chico Buarque, espetáculo censurado durante a ditadura. As atrizes relembraram a violência sofrida durante os anos de chumbo e ainda cantaram a música tema do espetáculo, levando o público ao delírio.
A programação continua até o dia 23 de novembro.
Foi criada em Volta Redonda, onde começou a dar seus primeiros passos no teatro com o Grupo Arte em Cena, coordenado pela diretora Stael de Oliveira, com apenas 13 anos. E foi na cidade que pisou pela primeira vez em um palco – o Gacemss -, com o espetáculo “A incrível viagem”, um infantil do autor Doc Comparato e que realizou diversas apresentações na região.Aos 18 anos chegava à capital, onde fez o curso de teatro Escola Sated (Sindicato dos Artistas no Retiro dos Artistas) e um ano de Comunicação Social na Puc onde queria Cinema, mas fez o vestibular e ingressou para o curso de Bacharelado em Interpretação na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), deixando a comunicação e se dedicando integralmente às artes cênicas, faculdade que conseguiu se formar graças a ajuda do pai.- A faculdade tinha (e ainda tem) horários muito complicados, tive a sorte de ter meu pai me ajudando, pois conciliar os estudos com trabalho era bem difícil. Tenho muitos amigos que abandonaram a faculdade ou que ainda estão estudando por conta disso – relembra.
Assim como para outros artistas, a história não é diferente para Lucimar que vê o teatro como uma paixão e não há nada que desperte tanto interesse e curiosidade quanto o fazer teatral.
– Já fui mais romântica com o teatro, mas hoje tento encarar mais como o meu trabalho. Isso me faz ver o que de fato eu preciso fazer para que isso seja de verdade a minha escolha de vida, para que isso saia do plano dos sonhos e seja a minha realidade. Não é uma visão burocrática, apenas uma maneira de não me perder no meio disso tudo. Sabe como é, pisciana… Preciso sempre lembrar de trazer meus pés para o chão senão vou longe! – fala.
É esse o espírito do herói: ir longe e em busca de aventuras! O teatro colabora diariamente para essas viagens da atriz, que atualmente está integrando o elenco do espetáculo infantil “Um herói fanfarrão e sua mãe bem valente” que está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, aos sábados e domingos, sempre às 16h, até 14 de dezembro. O espetáculo é uma livre adaptação para o teatro de um conto finlandês recontado por Ana Maria Machado e direção de Paulo Merísio, feito pela Cia Melodramática, grupo no qual a atriz já integrou por três anos.
Entre os sonhos e aventuras que a nossa heroína quer concretizar está um retorno às terras francesas, onde já fez um intercâmbio e agora quer fazer mestrado.
Enquanto à viagem vai tomando forma, a atriz faz questão de ir às suas memórias para criar as personagens. E é relembrando e vindo para Volta Redonda que Lucimar faz uma viagem no tempo, de um tempo de muitas expectativas, de querer descobrir o mundo, de ter liberdade, à liberdade de um herói.