Projeto quer enviar mini espaçonave para Alfa Centauri

by Diário do Vale

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No dia 12 de abril passado o milionário russo Yuri Milner e o físico Stephen Hawking reuniram a imprensa para lançar mais um projeto espacial. É o Breakthrough Starshot que propõe o envio de uma sonda espacial, do tamanho de um selo postal, até o sistema da estrela mais próxima, Alfa do Centauro. A mini espaçonave será impulsionada por raios lasers refletindo em uma vela, semelhante ao projeto Dragonfly que comentei aqui no início do ano. A nave será acelerada a 20% da velocidade da luz (300 mil quilômetros por segundo) em apenas dois minutos. E poderá fazer a viagem de quatro e meio anos-luz em 20 anos, enviando fotos do que existir por lá.

A agência espacial americana Nasa também lançou o projeto de um veleiro espacial eletromagnético. Mas suas ambições são muito mais modestas: enviar carga para Marte e outros planetas do sistema solar. O projeto de Hawking mostra como a tecnologia está evoluindo além dos sonhos mais loucos da ficção científica. Na década de 1970 os engenheiros da Sociedade Interplanetária Britânica tentaram projetar uma sonda estelar usando a tecnologia existente. O resultado foi um trambolho do tamanho do prédio do Empire State, pesando milhares de toneladas e impulsionado por explosões termonucleares. Financeiramente inviável.

Agora, 50 anos depois, já é possível realizar o mesmo tipo de missão com uma nave do tamanho de um selo postal. O coração da sonda Starshot será um chip de computador, microminiaturizado, pesando tanto quanto um clipe de papel (1 grama). Ele incluirá câmeras para tirar fotos dos mundos de Alfa Centauri, um transmissor laser para enviar as imagens para a Terra, um computador central e uma mini bateria nuclear.

O mais difícil será a emissão dos lasers para acelerar a vela em torno do chip. Será necessário construir uma bateria de canhões laser de 100 gigagawatts e garantir que o feixe não seja perturbado pela atmosfera da Terra. O ideal seria fazer isso no espaço, ou na superfície da Lua que não tem atmosfera. Mas isso tornaria o projeto muito mais caro, o que não é o interesse dos fundadores.

Por enquanto o Breakthrough Starship é só uma proposta para ser estudada e desenvolvida pelos engenheiros espaciais. Se vai ser realizada vai depender do clima político no mundo ao longo deste século. O importante é que o projeto é totalmente viável com a tecnologia atual e não precisa de nenhuma invenção nova ou descoberta mágica para ser desenvolvida. Stephen Hawking teme que civilizações extraterrestres mais avançadas possam invadir a Terra no futuro e desafiar a hegemonia humana. Semana passada um cientista da Califórnia propôs uma camuflagem laser para esconder nosso planeta dos extraterrestres.

Uma ideia totalmente inútil. Se nós, com meio século de tecnologia informática podemos fazer uma sonda espacial do tamanho de um selo, imagine o que uma raça mais avançada não faria. Eles já podem estar aqui, nos observando com sondas do tamanho de moléculas. No filme “2001: Uma odisseia no espaço” o computador Hal é do tamanho de um cofre de banco. E a sonda dos extraterrestres parece uma laje preta com três metros de altura. Era o máximo que o cinema e os escritores de ficção conseguiam imaginar em 1968, na véspera da descida do homem na Lua.

Hoje Hal e o monolito negro parecem toscos e obsoletos. Os computadores ficaram cada vez menores e um supercomputador do futuro, com inteligência artificial, não seria maior do que um telefone celular. Quanto aos ETs super inteligentes do filme, eles poderiam dominar a nanotecnologia, e deslizar entre nós invisíveis e imperceptíveis. Todos aqueles filmes como “Independence Day” e “Star Trek” que imaginam naves espaciais gigantescas estão olhando na direção errada. O futuro é micro, não macro.

Pequena: Sonda estelar será impulsionada por laser

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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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