Rio sem gols

Ninguém poderia esperar que o empate do Vasco seria o melhor resultado dos cariocas na rodada.
Não foi exatamente um bom resultado. Por jogar em casa, contra um adversário direto, era de bom tom uma vitória, quase uma obrigação. O 0X0 não impressiona porque o Vasco não tem conseguido fazer gols. Bem que tentou. Seus zagueiros agitaram uma de “fogo amigo” e o Martin Silva salvou. Rodrigo tentou e o goleiro um tanto espantado rebateu para seu zagueiro emendar no travessão.
Impressiona a incapacidade de o time de São Januário fazer um golzinho. Até gol-contra está difícil de fazer.
Botafogo, Fluminense e Flamengo seguiram o exemplo vascaíno. Nenhum gol.
O Fluminense jogou mal, só melhorou no finzinho. Destaques, só negativos.
O time não sacou o tempo do jogo. A marcação do Avaí esteve implacável. Ronaldinho não respirava e, até ele, parecia um principiante tentando se livrar de um marcador esquecendo que haveria mais um, mais dois e perdia as jogadas.
Melhorou no final, mas foi uma noite ruim, especialmente para o Washington Silva que terá feito, talvez, sua pior apresentação entre todas com a camisa tricolor. Quando tinha que chutar passava, quando precisava cruzar, chutava mal.
O Flamengo não jogou mal, mas perdeu gols que não podia e sofreu um gol num escanteio depois de a bola sobrar na pequena área. Um bola vadia que qualquer um poderia ter chutado.
Duas na trave com o Émerson e o Jorge se destacando.
O Senado acena com uma agenda que o Cunha já sinalizou que vai ter problemas na Câmara.
Agora ele diz que não é incendiário e a pauta que ele mesmo chamou de pauta-bomba obedecerá aos interesses do Brasil.
Vários setores da sociedade estão se manifestando, fazendo um chamamento mesmo, no sentido que nada é pior do que o “quanto pior, melhor”.
Não se pode misturar a discussão partidária com os interesses do Brasil.
Espera-se que a razão prospere, mesmo que a presidente tenha um alto nível de rejeição neste instante.
A crise existe. Temos, todos, que aplacá-la.

NELSON RODRIGUES | [email protected]