Um cometa criado pelo homem

by Diário do Vale

Linda: A cauda do asteroide fotografada pelo Hubble

Depois de ser atingido pela sonda Dart, da agência espacial Nasa, o asteroide Dimorphos ganhou uma cauda dupla, azulada, semelhante a cauda de um cometa. O teste de defesa planetária, realizado pela agência espacial americana no dia 26 de setembro, foi um sucesso. Com pouco mais de cem metros de comprimento, Dimorphos é uma pequena lua de um asteroide maior, o Didimos. Ele orbita ao redor de Didimos uma vez a cada 12 horas. Os cientistas, que planejaram a missão, achavam que o impacto da sonda de 360 quilos ia reduzir essa órbita de 12 horas em cerca de 73 segundos, talvez até onze minutos nas estimativas mais otimistas.

Mas o resultado superou todas as expectativas. Novas medições da órbita de Dimorphos mostram que ele acelerou reduzindo sua órbita em mais de meia hora. 32 minutos no total. Entrevistado pelo site Space.com o cientista da missão Tom Statler disse que achou que o resultado ia superar as expectativas, quando viu as fotos transmitidas pela sonda, segundos antes do impacto. Elas mostravam um aglomerado de rochas e poeira, totalmente sem crateras, o que indicava que Dimorphos era um asteroide formado por uma aglomeração de matéria solta. O que potencializou o efeito da colisão.

Se, pelo contrário, Dimorphos fosse um asteroide de metal ou rocha sólida o efeito da colisão não seria tão grande. Fotos tiradas pelo telescópio espacial Hubble mostram que a explosão da sonda fez com que o asteroide lançasse uma causa dupla, de poeira e detritos no espaço. Os cientistas ainda não sabem por que essa cauda se bifurcou em duas. Mas continuam a estudar as imagens feitas pelo Hubble e pela sonda espacial europeia Licia-Cube. A ideia de usar naves espaciais para desviar asteroides que se aproximem perigosamente do nosso planeta já foi muito explorada em filmes de ficção científica como o “Armagedon” e o sucesso da Netflix “Não olhe para cima”.

O perigo é real e existe além dos filmes da tv e do cinema. Em 1994 um cometa colidiu com o planeta Júpiter produzindo uma bola de fogo do tamanho do nosso planeta. E pesquisas geológicas feitas na costa do México mostram os sinais do impacto de um asteroide de dez quilômetros de largura, que matou 70% dos seres vivos da Terra, há 65 milhões de anos. O asteroide que atingiu Chicxulub, na costa mexicana, provocou um tsunami com ondas de um quilômetro de altura que devastaram as costas do Atlântico e do Pacífico e foram a principal causa da extinção dos dinossauros. Que naquela época eram a espécie dominante no nosso planeta.

O impacto do asteroide também provocou um terremoto que liberou 50 mil vezes mais energia do que o maior terremoto já registrado pelo homem. O terremoto de 9,4 Richter registrado na ilha de Sumatra em 2004. E esse terremoto durou semanas com o solo tremendo e se deformando com a energia do choque. Se uma catástrofe desse tipo acontecer em nossa época será o fim da humanidade e da maior parte dos seres vivos que habitam a Terra nos dias de hoje.

É por isso que as agências espaciais do planeta, como o Nasa americana e a Esa europeia estão desenvolvendo meios de desviar asteroides perigosos. A missão Dart, concluída no dia 26 de setembro, foi apenas um primeiro teste. A sonda não tinha carga explosiva e seu impacto no asteroide liberou apenas sua energia cinética. Dependendo do tamanho do corpo celeste, que ameace nosso planeta no futuro, poderá ser usada uma bomba nuclear. Como foi mostrado no filme Armagedon.

 

Jorge Luiz Calife

 

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1 comment

Jorge Lucas 15 de outubro de 2022, 21:44h - 21:44

Muito interessante! De verdade, interessante mesmo!!!

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