Imagine viver nos dias de hoje sem telefone e sem internet. Volte alguns anos no tempo e tente mais uma vez imaginar o que seria a humanidade sem a eletricidade, consequentemente, sem televisão, sem geladeira, sem rádio, sem micro-ondas, alguns entre tantos aparelhos que necessitam desse meio para funcionar. Como seria hoje se não houvesse os medicamentos, o automóvel, o avião, o barco, o trem, a escrita, entre tantas invenções e descobertas?
Essas são apenas algumas das geniais e incontáveis invenções da humanidade, como as primeiras ferramentas do período paleolítico, juntamente com a corda, o vidro, da Era do Bronze, e mesmo a emblemática roda, surgida há mais de sete mil anos, considerada uma das maiores e das mais imprescindíveis invenções, pelo que auxiliou sobremaneira o transporte humano. Feita de madeira inteiriça, compacta e muito pesada, era usada nos carros da mais antiga civilização da humanidade, a sumeriana. Outra descoberta, embora “simples”, se comparada às invenções subsequentes, as pedras afiadas ajudaram nossa espécie a moldar o mundo, seja através da caça, da produção das roupas e do corte das árvores.
A invenção é algo que uma pessoa imagina de maneira quase frenética, muitas vezes a partir de uma criação anterior; com isso, vai-se aperfeiçoando a ideia através de um ciclo que quase nunca tem fim. Por trás de cada umas das milhões de invenções que povoam o planeta havia mentes brilhantes e, acima de tudo, curiosas, sempre dispostas a dar um passo à frente.
Isso nos faz lembrar que esta semana, no dia 10, foi celebrado os 145 anos da invenção do telefone, quando então Alexander Graham Bell, seu desenvolvedor, fez a primeira ligação. Do outro lado da linha, em uma sala ao lado, estava seu assistente, Watson, que ouviu a voz de Graham Bell com espanto. Mas, os méritos desse feito tiveram que ser divididos com Antonio Meucci, que comprovou ser também um dos criadores da espantosa tecnologia em 1849, o que acabou por ser reconhecido somente em 2002, com a resolução nº 269 do Congresso dos Estados Unidos. Com seus dois pais, ela é indiscutivelmente uma das mais importantes criações da humanidade.
Outra invenção que revolucionou o mundo foi a lâmpada incandescente, nascida pelas mãos do empresário Thomas Alva Edison, em 1879, um protótipo que brilhou por 48 horas contínuas. Conhecido como “O Feiticeiro de Menlo Park”, Edison foi um dos primeiros a aplicar os princípios da produção maciça ao processo de invenção, tendo registrado 2.332 patentes, sendo considerado um dos precursores da revolução tecnológica do século XX.
Edson criou ainda o fonógrafo, em 1877, que, algum tempo depois – a partir de adaptações feitas pelo alemão Emil Berliner, em 1888 -, transformou-se no gramofone, um aparelho que servia para reproduzir o som gravado, utilizando um disco plano, em contraste com o cilindro do fonógrafo, o qual, com o passar dos anos e inúmeras adaptações tornou-se o toca discos.
Mais invenções
Poucos sabem que o italiano Leonardo da Vinci era cientista, matemático, engenheiro, pintor, escultor, arquiteto, poeta e músico, com imensas contribuições para o desenvolvimento humano. Ele pregava que o homem deveria ser o centro de todas as coisas, não Deus, quebrando, assim, a força da mentalidade ensinada pela Igreja Católica, a qual dizia que tudo deveria ser de tal modo porque Deus queria que fosse daquela maneira. Da Vinci deixou, também, sua marca em um arrojado desenho de um triciclo, que mais se parecia com a ideia de um automóvel, o qual não saiu do papel, mas que outra mente privilegiada, a do Francês Nicolas-Joseph Cugnot, ratificou, em 1769: ele criou a carruagem movida a vapor; na verdade, uma das primeiras versões do automóvel a chegar às ruas. Algum tempo depois, em 1800, começavam a circular pelas ruas e avenidas de Paris os primeiros ônibus a vapor. Assim, em 1886, Karl Benz, juntamente com Gottlieb Daimler, patenteou, em 29 de janeiro de 1886, o protótipo do automóvel movido a gasolina, e em julho do mesmo ano apresentavam ao mundo o primeiro automóvel, o Benz Patent-Motorwagen.
No Brasil, para nossa alegria, temos uma valiosa cota de inventores, a começar por Alberto Santos Dumont, que, além de criar o relógio de pulso, dividiu com os irmãos Wilbur e Orville Wright o feito de voar pela primeira vez em um avião. Santos Dumont decolou no “14-bis”, também conhecido como “Oiseau de Proie”, um aparelho de desenho estranho que realizou um voo de 220 metros em 21 minutos, no campo de Bagatelle, em Paris, no dia 12 de novembro de 1906.
O padre, Roberto Landell de Moura foi o primeiro a conseguir a transmissão de sons e sinais telegráficos sem fio, o que abriu caminho para a invenção do telefone e do rádio. Outro padre brasileiro, Francisco João de Azevedo, inventou uma máquina de taquigrafia, no século XIX, inspirado no teclado de um piano.
Em 1936, o médico Manoel de Abreu criou um método inédito de radiografar órgãos do corpo humano, chamado de abreugrafia. Também médico, Vital Brazil desenvolveu, em 1903, o soro antiofídico, a partir de anticorpos produzidos no sangue de cavalos.
Hoje, cerca de 300 inventos brasileiros, muitos curiosos, fazem parte do acervo do Museu das Invenções, criado em 1996 por Carlos Mazzei e instalado no bairro de Perdizes, em São Paulo.
Enfim, as invenções não param de surgir no nosso dia a dia. Algumas conseguem e mostram o quanto são capazes de mudar as nossas vidas; já outras são meras bizarrices, como: óculos para ler deitado, protetor de cigarros para dias de chuva, revólver com câmera fotográfica para registrar a trajetória da bala, ou, ainda, um tresloucado traje de banho feito de madeira para ser usado na praia. Loucuras que nunca saíram do papel.