Quem diria, a poderosa Boeing, a maior empresa aeroespacial do mundo, enfrenta uma grave crise. Há um ano a companhia navegava em um céu de brigadeiro. E queria até comprar a brasileira Embraer. Mas, isso foi antes de dois acidentes catastróficos com o novo Boeing 737 MAX, que mataram 346 pessoas. O novo avião teve seu certificado cassado pela Agência Federal de Aviação americana. E as empresas de aviação não querem saber dele. Os pátios da Boeing em Seattle estão cheios de 737 MAX, já decorados com as cores de companhias aéreas do mundo todo. E não se sabe o que vai acontecer com eles.
O problema com o 737 MAX já foi identificado. O avião foi equipado com um sistema de controle por computador, o Sistema de Ampliação das Características de Manobra, que, teoricamente, deveria melhorar a performance da aeronave, compensando a nova disposição das turbinas. Agora se sabe que o programa não foi testado devidamente, e levou duas aeronaves, da Lion Air e da Ethiopian Airlines, a entrarem em um mergulho catastrófico.
Depois do desastre com o avião da Lion Air, em outubro do ano passado, a Boeing e a FAA divulgaram um procedimento de recuperação que permitiria aos pilotos controlarem o avião se o problema aparecesse. Mas ele não serviu para salvar o voo da Ethiopian Airlines, que se espatifou em março deste ano. Ao todo foram construídos 387 Boeings 737 MAX que agora estão impedidos de voar.
O 737 é o avião comercial mais vendido no mundo. Em sua versão original ele surgiu no final da década de 1960 e foi um sucesso. Impulsionado por duas pequenas turbinas nas asas ele era ideal para percursos curtos e médios. Aqui no Brasil ele é usado na ponte aérea Rio-São Paulo, porque é capaz de operar na pista curta do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Mas, à medida que eram lançadas versões mais aperfeiçoadas, as turbinas do pequeno 737 não pararam de aumentar de tamanho. Na versão MAX elas ficaram tão grandes que tiveram sua posição alterada nas asas. Ficando mais na frente e mais próximo da fuselagem do que nos modelos anteriores.
Catastrófico
Essa mudança na aerodinâmica levou a adoção do sistema computadorizado de controle, que acabou se revelando catastrófico. Curiosamente foi o sucesso do 737 que ajudou a salvar a Boeing da falência na década de 1970. Naquela época todos os especialistas afirmavam que o futuro da aviação estava nos transportes supersônicos. Os europeus criaram o Concorde e o governo americano resolveu financiar a construção de um avião supersônico ainda maior que o Concorde. A Boeing ganhou a concorrência com seu modelo 2707. Mas o desenho apresentou tantos problemas que o projeto acabou sendo cancelado pelo Congresso dos Estados Unidos em 1972.
Sem o financiamento do governo a Boeing teve que abandonar o 2707 e quase foi à falência. Levando junto a cidade de Seatlle, em Washington, onde fica a sede da empresa. O supersônico 2707 ficou conhecido como “o avião que quase devorou Seattle”. A empresa sobreviveu graças ao sucesso comercial de dois aviões subsônicos: o 737 e o famoso Jumbo 747. A crise com o 737 MAX vai dar um prejuízo imenso para a gigante aeroespacial. Mas, ela deve sobreviver graças a seus negócios no setor espacial e militar.
Atualmente a Boeing está terminando de testar sua espaçonave Starliner, que deve levar astronautas para a Estação Espacial Internacional no ano que vem. Este mês a Starliner concluiu com sucesso o teste dos seus para quedas e do sistema de escape na decolagem.
2 Comentários
Governo TRUMPH é quase tão ruim quanto Bozo….ta quase lá
Tá atrasado, Calife. A Boeing já comprou a Embraer (divisão de aviação civil)…
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