Vem aí mais uma copa do mundo

Por Diário do Vale

Rússia: E o Brasil tenta novamente
(Foto: Alex Livesey – FIFA/FIFA via Getty Images)

Faltam vinte dias para a Copa do Mundo da Rússia e os brasileiros já não falam em outra coisa. Pessoalmente nunca me entusiasmei muito com o “rude esporte bretão”, mas em tempo de Copa do Mundo não dá para ignorar. A imprensa e as pessoas não deixam a gente esquecer que é época de Copa. Mesmo que você esteja sem uma televisão por perto é possível saber como anda o jogo, se soltarem foguetes é gol do Brasil, se baixar aquele silencio profundo é porque o time verde amarelo está levando a pior.
Meu pai fez de tudo para que eu gostasse de futebol, as vezes quando era criança, eu ia com ele ao Maracanã e achava uma chatice aqueles homens de calção correndo atrás de uma bola. Pra mim esporte era outra coisa, mais suave, tranquila e sem estresse. Quando morava no Rio de Janeiro eu tinha um colega que era feliz proprietário de um pequeno barco a vela e que as vezes me chamava para fazer parte da tripulação.
Era meu esporte favorito, sentir o cheiro do mar, o vento batendo na vela enquanto puxávamos aquelas cordas para coloca-la a favor do vento. O modo como tínhamos que mudar de posição para contrabalançar a inclinação do mastro. Aí eu mudei para Pinheiral e minhas chances de virar iatista caíram para zero, mas as vezes ainda sonho com aquele veleiro.
Mesmo sem gostar de futebol me lembro bem da última vez que o Brasil conquistou o mundial, foi na Copa de 2002, disputada na Coréia e no Japão. Assim que terminou o jogo começou o foguetório e o buzinaço. Lá em Pinheiral uma menina saiu com o carro do pai, esquecendo que não tinha carteira nem sabia dirigir e espatifou o veículo de encontro a uma árvore na Praça Brasil. E em todo o país o número de mortes por atropelamentos e colisões triplicou. O que levou um cronista de um jornal lá do Rio a dizer: “Paira no ar a ameaça de uma nova Copa!”.
Nos mundiais seguintes não teve festa e voltou a pintar aquele clima estranho, que tinha começado antes, na Copa de França de 1998. Na época o Brasil era o favorito porque tínhamos o melhor jogador do mundo, que de tão bom que era chamado de “Fenômeno”. Ele estava em todos os comerciais de televisão, vendendo barbeadores, carros, cartões de crédito e etc., mas na hora da decisão o “Fenômeno” teve um chilique. E foi acompanhado pelo resto do time que perdeu de 03 a zero para o time de Zidane, cujo nome foi dado ao cachorro do meu vizinho.
Na Copa da África do Sul, em 2010 foi pior. Tinha umas cornetas, as vuvuzelas, que eram vendidas em todos os camelôs e serviriam para festejar o hexa. Não teve hexa e este cronista, sempre criativo, fez um Espaço Aberto ensinando ao pessoal o que fazer com as vuvuzelas, inúteis depois do fim da Copa.
Em 2014 tentaram de novo, com resultados ainda mais trágicos. Desta vez a Copa era no Brasil, em pleno “oba, oba” do governo petista. Tinha um anuncio na televisão onde um grupo de crianças reclamava que nunca tinham visto o Brasil ganhar um mundial e pediam que a seleção aproveitasse para lhes dar essa experiência aqui mesmo. Ninguém se lembrava mais da Copa de 1950, que terminou no Maracanã, um ano antes do nascimento deste que vos escreve. Naquilo que o Nelson Rodriguez chamou de tragédia nacional.
Ainda bem que ele não estava mais vivo para ver a catástrofe do sete a um. Ainda me lembro da cara das crianças na torcida, vão carregar aquele trauma para o resto da vida. E agora é na Rússia, na gelada Rússia do czar moderno, Vladimir Putin. Tomara que dê certo desta vez, mas se não der não tem problema.
Daqui a quatro anos tem outra. Desta vez no Quatar.

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12 Comentários

Anderson 30 de maio de 2018, 16:09h - 16:09

Agradeço aos governos do PT por me fazerem odiar futebol! Valeu, Dilma!

Anderson 30 de maio de 2018, 16:07h - 16:07

Agradeço aos governos do PT por me fazerem odiar futebol!

Jao 28 de maio de 2018, 00:19h - 00:19

Tá de brincadeira, ne?!

Vegetariano 27 de maio de 2018, 21:09h - 21:09

Só me responde uma coisa.
Pinheiral ainda tem alface pra vender dos produtores?
Tô pensando em ir aí buscar verduras, mas como gasolina é artigo de luxo , não queria perder a viagem.

Irritado 28 de maio de 2018, 03:27h - 03:27

Vegetariano não tem problema, capim tem de sobra.

Rogerio 27 de maio de 2018, 12:20h - 12:20

Desculpa meu senhor, mas essa que já não falam outra coisa pegou pesado! Os brasileiros não estão nem aí pra copa. Tanta crise , falta de combustível, falta de alimentos e o senhor vem querendo inventar matéria sem nexo. Nunca vi uma copa tão chucra na minha vida. Nós brasileiros estamos acordando e queremos mais é que a seleção se exploda! Esse jornalzinho é igual a rede esgoto que quer nos enfiar matéria pela guela abaixo!

Leandro. 27 de maio de 2018, 20:43h - 20:43

Que mundo vive esse jornalista?

Rogerio 27 de maio de 2018, 12:18h - 12:18

Desculpa meu senhor, mas essa que já não falam outra coisa pegou pesado! Os brasileiros não estão nem aí pra copa. Tanta crise , falta de combustível, falta de alimentos e o senhor vem querendo inventar matéria sem nexo. Nunca vi uma copa tão chucra na minha vida. Nós brasileiros estamos acordando e queremos mais é que a seleção se exploda! Esse jornalzinho é igual a rede esgoto que quer nos enfiar matéria pela guela abaixo!

Sempre Voltaço 25 de maio de 2018, 20:27h - 20:27

Nossa…publicou isso só agora? Isso foi escrito há quantos anos atrás?

Banana 25 de maio de 2018, 17:19h - 17:19

Não sei em que mundo o senhor vive, ou pode ser que eu esteja meio por fora, mas noutras épocas, já teríamos pintado ruas, tudo enfeitado e empolgação total. Não vejo nada disso, aos poucos, os quadrúpedes ruminantes brasileiros parece que, ou pelo amor ou pela dor, estão evoluindo.

Roberto 25 de maio de 2018, 16:46h - 16:46

“Faltam vinte dias para a Copa do Mundo da Rússia e os brasileiros já não falam em outra coisa”, acho que essa crônica foi escrita antes de 2ª. feira passada.
Mas vamos comentar: se não me falha a memória a decisão de 2002 foi antes das 10 da manhã e muita gente começou a tomar todas antes das 8. Além dos acidentes e incidentes na comemoração ao longo de um dia inteiro, no final ainda teve alguns que precisaram de atendimento por excesso de álcool no sangue.
Esse ano a maioria dos jogos serão à tarde, o que deve diminuir o tempo de consumo nos bares, nas ruas e nos lares.

Morador de Pinheiral 25 de maio de 2018, 07:49h - 07:49

Calife, perdeu a oportunidade de ser iatista no rio Paraíba do Sul em Pinheiral… he he.

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