Vídeo apagado

Por Diário do Vale

Na última sexta-feira, dia 11, o programa “Vídeo Show”, que esteve na grade da Rede Globo nas tardes de segunda a sexta-feira por 35 anos, fez sua última apresentação de maneira triste e vazia.
Vale lembrar que no Brasil alguns programas ainda estão no ar por mais de três décadas. O “Programa Silvio Santos”, por exemplo, é o mais antigo de todos: ele tem 57 anos e está no ar desde 1962. Já o “Jornal Nacional”, da Globo, soma 50 primaveras. Outro jornal, o de variedades, que vai ao ar sempre aos domingos, o “Fantástico”, completa agora em 2019, 46 anos. E o programa “Domingão do Faustão” está completando 30 anos no ar. Já o programa que foi comandado pela apresentadora Hebe Camargo ficou no ar por quase 26 anos. Fora do Brasil, “Meet the Press”, exibido pela NBC nos Estados Unidos, está no ar desde novembro de 1947, totalizando 72 anos de história.
Sendo assim, um programa como o “Vídeo Show” merecia sair do ar, segundo o seu público cativo, com aplausos e homenagens, e não como foi, sem o menor destaque e com muitos esquecimentos, mostrando que sua característica principal havia se perdido ao longo do tempo.
Apresentadores da atração, como Tássia Camargo, Miguel Falabella, Marcelo Tas, Renata Ciribelli, Virgília Novick, Cissa Guimarães, André Marques, Angélica, Otaviano Costa, Ana Furtado, Zeca Camargo, Monica Iozzi, Sophia Abrahão, Joaquim Lopes, Vivian Amorim, Ana Clara, Fernanda Keulla, foram lembrados sem grande festa, porém Maíra Charken, que apresentou a atração em 2016, foi literalmente ignorada.
“Vídeo Show” sai do ar de maneira preguiçosa: um mero rodapé na programação da emissora. Um tratamento que deixou muita gente surpresa, porque um programa com tantos anos no ar merecia, no mínimo, um tratamento menos insosso. O telespectador teve a impressão de que a equipe de produção aproveitou o material que tinha em mãos e não colocou a mão na massa para criar algo à altura de uma despedida digna de um programa que marcou quase quatro décadas da TV brasileira. Por muito menos, o programa “Amor e Sexo”, comandado por Fernanda Lima e que ficou muito menos tempo no ar, teve um final mais glorioso e menos pobre que o “Vídeo Show”.
O programa, se já estivesse com seus dias contados – e certamente estava -, poderia ter, ao longo das duas últimas semanas, prestado homenagens, entrevistando os seus ex-apresentadores, além de reapresentado matérias que foram destaque na atração; e ainda caberia, sem dúvida, uma engraçada retrospectiva do quadro “Falha Nossa”, um dos mais queridos do programa, em vez de jogar, sem a menor emoção, uma pá de cal no caixão do vespertino. Não há baixa audiência ou vice-liderança que justifique tamanho descaso.
Nas redes sociais corre como rastilho de pólvora comentários de que esse fim não passa de uma estratégia da Rede Globo, que promete trazer o programa de volta dentro de algum tempo, em um novo formato, dia e hora.
Hoje, temos dezenas de emissoras de TV aberta no país e mais de cem canais fechados, pelos quais é necessário pagar uma mensalidade para acessá-los. Com isso, o telespectador tem a enorme possibilidade de escolher o que deseja ver e, se não gostar, bastar apertar o controle, mudando de atração ou simplesmente desligando a TV. E não é só o parelho com botões a que me refiro, mas também o controle de narrativas, o nível dos debates, opinando, de verdade, sobre o que deseja assistir em seus aparelhos. Afinal, já estamos bem distantes das décadas de 1950 e de 1960, quando cerca de dez emissoras dominavam a cena brasileira.
Muita coisa mudou na maneira como as pessoas veem televisão desde a inauguração da TV Tupi em 1950. Hoje estamos divididos entre esse aparelho enfeitiçador e ainda o computador, o celular, o tablet, entre outros. Tudo nos leva a acreditar que o “Vídeo Show” não saiu do ar à toa, mas, sim, porque ele, de alguma forma, deixou de cumprir a sua verdadeira função, que é entreter e “educar”. Esta última (haja aspas) repleta de dúvidas e ressalvas.

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