Representante da Keppel Fels no Brasil é preso na fase 23 da Operação Lava Jato

by Diário do Vale

 

 

Operação: Carro da PF chega à sede da corporação com malotes de documentos

Operação: Carro da PF chega à sede da corporação com malotes de documentos

Angra dos Reis e Rio – O empresário Zwi Skornicki foi preso nesta segunda-feira (22) na 23ª Fase da Operação Lava Jato, denominada Acarajé. Ele é representante comercial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, de Cingapura, e é acusado de pagamento de propinas em negócios com a Petrobras. Skornicki foi preso em casa em um condomínio da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva e foi levado para a superintendência da Polícia Federal (PF), na Praça Mauá, na região portuária da cidade.
A polícia apreendeu na casa do engenheiro Zwi Skornicki documentos em que o publicitário João Santana, e a esposa dão orientações de como enviar dinheiro para contas deles no exterior. Santana também teve a prisão decretada hoje.
A prisão de Zwi Skornicki se soma a uma série de problemas que o Estaleiro Brasfels, um dos maiores empregadores de Angra dos Reis, vem enfrentando desde que a principal cliente da empresa, a Sete Brasil, foi envolvida nas investigações da Operação Lava Jato. O estaleiro está sem receber os pagamentos devidos pela Sete Brasil desde outubro de 2014.
No ano passado, a Sete Brasil chegou a informar que tentaria uma reestruturação interna para regularizar o cronograma de pagamentos, mas a tendência atual é que a empresa entre com um plano de recuperação judicial.
Agora, a própria Keppel Fels – empresa de Singapura que é dona do Estaleiro Brasfels – se vê envolvida nas investigações. As dificuldades do estaleiro Brasfels já se refletiram em demissões. A empresa iniciou no dia 2 de fevereiro um novo processo de demissões em massa na unidade de Angra dos Reis.
O estaleiro, que empregava 5,3 mil pessoas, deve ficar com algo em torno de quatro mil. Os metalúrgicos que estão sendo demitidos trabalhavam na construção de quatro sondas de perfuração encomendadas ao estaleiro, localizado em Angra dos Reis, pela empresa Sete Brasil. A Brasfels voltou a afirmar que vinha arcando com os custos da folha de pagamento dos empregados, mas que a partir de agora a situação ficou insustentável.

Publicitário do PT, João Santana tem prisão decretada

 

A nova etapa da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda (22), teve oito mandados de prisão decretados, entre eles estão o do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura. O casal está fora do país, em viagem à República Dominicana. Os mandados deles são de prisão temporária.
Em entrevista na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná, os investigadores informaram que a nova fase iniciou a partir da abertura de um inquérito em setembro.
Um dos documentos é assinado por Mônica – com o sobrenome Santana – enviado a um grupo de funcionários da construtora, que era responsável pelos pagamentos da empresa no exterior. O destino final dos repasses seriam contas na Suíça, a partir de financeiras localizadas nos Estados Unidos.
Segundo os investigadores, Mônica enviou um contrato de referência usado anteriormente como modelo para simular a prestação de serviços. Apesar de rasurado, de forma a dificultar a identificação de algumas informações, peritos da PF conseguiram identificar o conteúdo, o que acabou por agregar mais provas e abrir novas frentes de investigações.
Tendo por base essas informações, a PF fez pedido de cooperação ao governo norte-americano. “Isso nos possibilitou rastrear esses pagamentos supostamente ilegais no exterior em conta secreta de João Santana. Pagamentos provenientes da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki. A suspeita é que o pagamento veio de serviços eleitorais prestados ao PT”, disse o delegado Filipe Pace.
João Santana coordenou as duas campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a campanha de reeleição do ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
Na investigação, os policiais identificaram repasses por meio do banco Citibank, de Londres. A PF também solicitou informações ao banco. Em novembro, o Citibank enviou dados parciais que indicaram quatro depósitos totalizando US$ 3 milhões, entre 2012 e 2013, em contas que seriam de João Santana. O primeiro, em 13 de abril, de US$ 500 mil, seguido de um depósito de US$ 1 milhão e de outros de US$ 700 mil e US$ 800 mil. “Esses depósitos foram feitos por offshores empregadas no esquema da Odebrecht”, acrescentou Pace.
Os depósitos de US$ 700 mil e US$ 800 mil teriam, segundo a PF, sido usados para que Santana comprasse um apartamento em São Paulo, no valor de US$ 2 milhões. O delegado apontou ainda outros depósitos relevantes. “De setembro de 2013 a novembro de 2014, uma offshore fez nove depósitos de US$ 500 mil, que totalizaram US$ 4,5 milhões”, acrescentou.
Também chamou atenção dos investigadores que os depósitos eram feitos com base em contratos falsos usados para justificar a remessa de dinheiro. Segundo os investigadores, João Santana e Mônica Moura trataram diretamente com representante de operador de propina da Petrobras que fez depósitos para campanhas eleitorais. “Tudo leva a crer que o casal tinha conhecimento do uso desses contratos falsos”, disse o delegado.
Um e-mail de Fernando Migliaccio, que, segundo a polícia, intermediava os contratos da Odebrecht com a Petrobras, teve o sigilo quebrado. “Identificamos planilha encaminhada a ele [o operador], de dentro da Odebrecht – criada por Maria Lúcia Tavares, que foi presa hoje em Salvador, contendo registro de despesas de financiamento de campanhas eleitorais referentes ao PT, de 2008 a 2012”, acrescentou Pace.
De acordo com Pace, foi feito um depósito de US$ 500 mil em uma conta de Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras, e a compra de um aparelho de ginástica para Renato Duque, ex-diretor da Petrobras. Todos já réus da Lava Jato apontados de desvios de dinheiro da estatal. “Vimos também que uma reforma foi feita na residência de Armando Tripodi, ex-chefe de gabinete de Sérgio Gabrielli [ex-presidente da Petrobras] que, ao que parece, foi ligado a outra área de investimento da empresa. Isso nos leva a crer que esses pagamentos foram motivados por obras feitas em plataformas da Petrobras, em contratos de US$ 2 milhões e de US$ 5,6 milhões”, disse o delegado.

Defesa

A assessoria de imprensa de João Santana divulgou nota na qual informa que, no início da tarde de hoje, o advogado do publicitário, Fábio Toufic, divulgará um comunicado esclarecendo a posição de seu cliente em relação à operação de hoje. Informa também que Santana e sua esposa, Mônica Moura, retornarão ao Brasil com objetivo de se apresentar às autoridades.

Operação Acarajé

A nova fase da Operação Lava Jato foi deflagrada na manhã desta segunda, cumprindo mandados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador. Foram seis prisões temporárias e duas preventivas. A 23ª fase da Operação Lava Jato foi denominada Acarajé, em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie.
Os mandados são cumpridos nos estados da Bahia (Salvador e Camaçari), do Rio de Janeiro (Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba) e de São Paulo (capital, Campinas e Poá).
O objetivo das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.

Odebrecht

A empresa Odebrecht, alvo de investigação da Operação Lava Jato, confirmou, por meio de nota, que agentes da Polícia Federal fazem ações nos escritórios da companhia em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, visando o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Informou, ainda, que “está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento”.

 

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3 comments

Magnolia 22 de fevereiro de 2016, 19:24h - 19:24

Quadrilha de salafrários destruiu o Brasil. Cadeia nesses Petralhas sem vergonha.

Neto 22 de fevereiro de 2016, 13:09h - 13:09

Angra dos Reis é PT, Petrópolis PSB e Mangaratiba, PSD ! Gente do céu, qta sujeira, safadeza, dissimulação…. Estamos ferrados mesmo !! Por isto os honestos estão afastados da politica !!

André Luis 22 de fevereiro de 2016, 09:36h - 09:36

Acredito que devido a tantos ladrões, terão que fazer um acordão e tu do ficar impune, ja que o judiciári o não tem estrutura para julgar tante gente, ale disso existe a prescrição em nosso direito.

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