Após mais de 3 meses na interinidade, Temer assume presidência em definitivo

by Diário do Vale
Michel Temer assume a presidência em definitivo

Michel Temer assume a presidência em definitivo após a queda de Dilma

Brasília – Após três meses e 19 dias ocupando o cargo de presidente interino, Michel Temer assumiu em definitivo o posto mais alto da República. Com a conclusão do julgamento do processo do impeachment que tirou do cargo Dilma Rousseff, Temer tem pela frente mais dois anos e quatro meses de mandato como comandante do Executivo federal.

Durante o período em que ficou na interinidade, Temer afirmou que sua prioridade é a melhoria da economia brasileira e eficiência da máquina pública. Para tanto enviou ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional que limita os gastos públicos. “É urgente fazermos um governo de salvação nacional”, disse no discurso, ao assumir a Presidência da República como interino.

Por duas vezes vice da chapa PT-PMDB para a Presidência, Temer é paulista de Tietê e começou a carreira na política na década de 60. Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP) no dia 23 de setembro de 1940 e é o caçula de oito irmãos.

O plenário do Congresso Nacional deu posse a Michel Temer, em ato comandado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A cerimônia ocorreu no plenário do Senado, que estava lotado de senadores, deputados, ex-parlamentares e convidados. Temer leu juramento em que se compromete a defender e respeitar a Constituição. Em seguida, foi lido o termo posse.

Trajetória política

Foi como oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, secretário de Educação do governo de São Paulo, em 1964, que Michel Temer iniciou a carreira política. Sua filiação partidária ocorreu décadas depois, em 1981, ao assinar a ficha do PMDB, partido do qual nunca se afastou. Em 1983, foi nomeado procurador-geral do Estado de São Paulo no governo do correligionário Franco Montoro. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, cargo que também ocupou no início dos anos 90.

Sua atuação como secretário de Segurança foi marcada por ações inovadoras. Temer criou os conselhos comunitários de Segurança (Conensegs) e, após receber uma comissão que denunciava o espancamento de mulheres e o descaso de autoridades com os crimes, instituiu a primeira Delegacia da Mulher do Brasil. Também criou a Delegacia de Proteção aos Direitos Autorais, instrumento de combate à pirataria, e a Delegacia de Apuração de Crimes Raciais.

Em 1986, foi candidato a deputado federal pelo PMDB de São Paulo, mas, com os 43.747 votos obtidos, ficou como suplente. Em 16 de março de 1987, assumiu o primeiro mandato na Câmara, com a licença do deputado Tidei de Lima, e se tornou constituinte. Na segunda eleição, em 1990, Michel Temer também ficou como suplente, registrando 32. 024 votos.

Em 1992, no governo de Luiz Antônio Fleury em São Paulo, voltou à Secretaria de Segurança seis dias após o Massacre do Carandiru. Naquela ocasião, uma intervenção da Polícia Militar no Pavilhão 9 da Casa de Detenção, para conter uma rebelião, provocou a morte de 111 detentos.

Presidente interino

Vice-presidente de Dilma desde o primeiro mandato, Temer foi responsável pela articulação política do governo com a saída de Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, no início de abril de 2015. Apesar de fazer parte do governo, nos últimos meses, viveu uma relação conturbada com Dilma. Em agosto, anunciou a saída da coordenação política.

Em dezembro, Temer escreveu uma carta em que se dizia “vice decorativo” e que não era ouvido pela então presidenta. À época, Dilma disse não ver motivos para desconfiar “um milímetro” de Michel Temer. Ela destacou ainda que não só confia como sempre confiou nele e que o vice-presidente sempre teve um comportamento “bastante correto”.

Em março deste ano, o PMDB decidiu deixar a base do governo para apoiar o processo de impeachment que tramitava na Câmara dos Deputados.

Já em abril, na mesma semana da votação no plenário da Câmara da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, Temer enviou uma mensagem de voz a parlamentares do PMDB em que falava como se estivesse prestes a assumir o governo após o afastamento de Dilma. O áudio, de cerca de 14 minutos, dá a impressão de ser um comunicado dele ao “povo brasileiro” sobre como pretende conduzir o país, de forma transitória ou não. Depois das primeiras repercussões da mensagem nas redes sociais, a assessoria de Temer informou que o áudio foi enviado por engano a um grupo de deputados do partido.

No dia seguinte, Dilma disse que havia um golpe em curso contra seu governo e, sem citar nomes, fala em “chefe e vice-chefe do golpe”, referindo-se a Michel Temer e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), até então presidente da Câmara dos Deputados.

Influência política

Temer exerceu seis mandatos como deputado federal. No pleito de 2006, com 99.046 votos, foi eleito com o menor número de votos entre os três parlamentares do PMDB que conquistaram vaga na Câmara. Antonio Bulhões obteve 109.978 votos e Francisco Rossi de Almeida, 106.272.

Em 2009, foi apontado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como parlamentar mais influente do Congresso Nacional. “Michel Temer é um político experiente, de boa formação, habilidoso na articulação com os agentes públicos de modo geral e com os demais poderes quando exerce a função de chefe de poder. É um parlamentar que conhece a real importância do diálogo, da negociação e isso pode ser um diferencial neste período à frente da Presidência da República”, disse Antônio Augusto, jornalista e analista político do Diap.

Temer foi eleito três vezes para a presidência da Câmara (1997, 1999 e 2009). Na condição de presidente da Casa, assumiu a Presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999 (governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso).

No PMDB, foi presidente do Diretório Nacional de 2001 ao fim de 2010. No ano seguinte, licenciou-se do posto ao assumir a Vice-Presidência da República. Em 2013, ele voltou ao posto, eleito por unanimidade. Após a saída do PMDB do governo em março, em meio às discussões do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Temer licenciou-se da presidência da legenda e deu lugar ao senador Romero Jucá (PMDB-RO).

Aliança PT-PMDB

A aliança entre o PMDB e o PT começou no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há 13 anos. Em votação simbólica, no dia 13 de junho de 2010, os petistas aprovaram, durante a convenção nacional do PT, em Brasília, a formalização de candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República e a indicação do deputado Michel Temer para vice na chapa.

Em julho de 2011, em meio à última reunião da base aliada no primeiro semestre, houve até um bolo com os bonecos de Dilma Rousseff e de Michel Temer no topo. Na época, petistas como Ricardo Berzoini e peemedebistas como Henrique Eduardo Alves e Marcelo Castro, todos ministros do governo Dilma, repartiram o bolo para celebrar o “casamento” entre as legendas.

Formação

Formado em direito pela Universidade de São Paulo (1963), Temer é doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. O presidente interino também atuou como professor de direito em 1968. Sua carreira acadêmica estendeu-se até 1984.

Temer é autor dos livros Constituição e Política, Territórios Federais nas Constituições Brasileiras eSeus Direitos na Constituinte e Elementos do Direito Constitucional, esse último na 24ª edição, com mais de 200 mil exemplares vendidos.

Intimidade

A intimidade do presidente sempre foi preservada. Apesar do reconhecido traquejo político, Michel Temer manteve-se discretamente nos bastidores do poder.

Com a publicação de seu livro de poemas Anônima Intimidade, em 2013, deixou de lado o perfil reservado de político e expôs traços de sua natureza íntima. Na ocasião, contou que a obra foi escrita durante viagens entre a residência pessoal e reduto eleitoral, em São Paulo, e a capital federal. Temer afirmou que os versos eram “imortalizados em guardanapos”.

Michel Temer é casado há 13 anos com Marcela Temer, com quem tem o filho Michel. Também foi casado com Neusa Popinigis (sem filhos) e com Maria de Toledo, com quem teve três filhas: Clarissa, Luciana e Maristela.

Também filiada ao PMDB, Luciana Temer é secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, na gestão do prefeito Fernando Haddad, candidato à reeleição pelo PT.

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14 comments

diario do vale vai publicar ou nâo... 1 de setembro de 2016, 13:24h - 13:24

EU QUERO QUE A DILMA, O TEMER, O AÉCIO, O GEAN WILIS, O ZOINHO, O BALTAZAR, O CONRRADO, O GRANATO, O PEDRO MAGALHÃES E MAIS UM MONTE QUE SÓ MAMA NA TETA SE MUDEM PARA O PAÍS QUE O GEAN FOR DE PREFERÊNCIA ALGO IGUAL AO JAPÃO CERCADO DE TUBARÕES E COM LIMITE AÉREO COM A SÍRIA. QUERO QUE ELES SUMAM DA NOSSA FRENTE, E NÃO ESQUEÇAM O PEZÃO.

POVO VAMOS PARAR DE QUERER TER RAZÃO E SURPREENDER ESSES MAMADORES DE TETAS. É PRECISO TER CORAGEM. CONTINUEM FAZENDO CAMPANHAS PARA ELES MAS VOTEM NA MUDANÇA, ELEJAM QUEM NUNCA ESTEVE NA POLÍTICA.

Maniac 1 de setembro de 2016, 05:46h - 05:46

Página virada! Tchau querida!

vovõ garoto 1 de setembro de 2016, 16:17h - 16:17

Pobre de “direita” tem q ser estudado pela NASA e ser convidado para o Discovey Channel kkkkkkkkkkkkk

Leitor Bm 1 de setembro de 2016, 01:16h - 01:16

Tinha de ter saído junto com Dilma hoje… Se não pelos mesmos motivos, pelo motivo de omissão!

Paulão 31 de agosto de 2016, 21:28h - 21:28

Só por curiosidade, entre os 61 senadores que votaram a favor do impeachment, os 20 que são acusados de corrupção e outras falcatruas tivessem sido impedidos de votar a Dona Dilma não perderia o mandato. Entre eles, Aécio, Aloysio Nunes, Renan Calheiros, Agripino Maia, Romero Jucá, Edson Lobão, Jader Barbalho e Collor. Agora sim, começa na prática o verdadeiro golpe contra o povo, a operação para abafas os escândalos do PSDB, PMDB, DEM, PP e qualquer outro que não nada têm a ver com a maioria da população. Além do mais agora se sentem livres para retirar vários direitos dos trabalhadores de carteira assinada.

Desaposentado 31 de agosto de 2016, 20:08h - 20:08

“El día triste” do Brasil: O golpe parlamentar

E aconteceu, que naqueles dias, sicários se travestiram de senadores, em grande número, não todos, e decidiram atacar uma dama honrada e incorruptível que lhes cortava o atalho para chegarem ao poder de Estado. A partir do Estado iriam fazer o que sempre fizeram: aproveitar-se dos bens públicos para autoenriquecimento, escapar desesperadamente do braço da justiça e levar avante sua situação de privilégio, sempre à custa do povo pobre que eles querem manter longe, nas periferias, um exército de reserva, útil para seus serviços quase à moda de escravos.

Sangraram a dama incorruptível e honrada sob o pretexto de que práticas fiscais suas eram crime, coisa que os maiores especialistas em direito e economia, bem como instâncias oficias o negaram. Criaram uma farsa e rasgaram a constituição. Cassar uma presidenta sem crime comprovado, é um golpe. Golpe parlamentar, esta é a palavra certa que tem que ser usada.

Eles se mostravam faceiros, farisaicamente dizendo que se sentiam mal, mas falando que inauguravam uma “era uma nova primavera, o começo de um novo Brasil próspero e justo”. Mentira.

O plano “Uma Ponte para o Futuro”, na verdade, é uma ponte para o atraso porque tenta desmontar os avanços que os trabalhadores, as mulheres, os negros, os povos indígenas, a população LGBT, os pobres e feitos invisíveis alcançaram, pela primeira vez, em nossa história no âmbito da inclusão social, dos salários, da saúde, da educação, das leis trabalhistas, das aposentadorias e de acesso ao ensino técnico e superior. E o mais grave: querem mantê-los no analfabetismo porque assim ficam silenciados e incapazes de reclamar direitos e dignidade.

Agora é o Mercado que conta. Quem quer saúde, que vá ao Mercado e pague. Quem quer estudar na universidade que vá ao Mercado e pague. Todas as coisas virarão mercadoria a serão vendidas e compradas. Compra-se dignidade? Compra-se solidariedade? Paga-se pelo amor? Não importa. São coisas que para eles não entram na contabilidade. Mas alguém pode viver e ser feliz sem tudo isso?

Houve nos primórdios da conquista e dominação do México em 1520 “la noche triste”, quando grande parte do exército espanhol foi dizimado. Hoje, em 2016, temos “el día triste” no qual uma presidenta foi injustamente apeada do poder, conquistado pelas urnas.

Pelos espaços do Senado e nos corredores há sangue derramado. Uma “noche política triste” caiu sobre o Brasil, tirando a esperança dos que saíram da miséria e que correm o risco de novamente cair nela.

E todos os que lutaram para que se consolidasse a democracia de cunho social e que se respeitasse a vontade popular, expressa nas urnas, foram novamente traídos. Este dia é o dia dos “longos punhais” que sangraram a dama honrada e feriram gravemente a soberania popular.

Hoje, 31 de agosto, é o dia da tristeza. Os que tramaram esse teatro e os senadores-sicários levarão a pecha de golpistas e farsantes pela vida afora. A consciência os perseguirá e sua memória será pulverizada. A vontade de condenar não substitui a razão que se orienta pela verdade. Eles atropelaram a verdade sob a injustiça. Estarão numa sinistra companhia, a daqueles que, anos atrás, assaltaram o Estado, oprimiram o povo, torturam, como fizeram com a presidenta Dilma, e assassinaram a tantos que buscavam a restauração da democracia.

E, no entardecer da vida, enfrentarão um Juiz maior que desvelará toda a injustiça que conscientemente cometeram.

Leonardo Boff

Zezão 31 de agosto de 2016, 21:57h - 21:57

Por favor, Brasil 247 não. Um site que recebia 300 mil reais por mês do governo através de patrocínios da Caixa e BB tem mais é que torcer pela boquinha mesmo.

vovõ garoto 1 de setembro de 2016, 11:35h - 11:35

Zezão: Perfeito, a partir de hoje a corrupção não existirá mais, os cargos serão ocupados só por pessoas de moral ilibada, os financiamentos públicos serão rigorosos p a sua concessão, as negociatas terão fim, enfim, o Brasil voltará a ser quase uma Dinamarca, como era antes do governo petista, isto porque os governos anteriores primavam pela transparência, no caso das privatizações, do FMI, pela lisura de seus governantes q até hoje são lembrados como o baluarte da moral………

Perito 1 de setembro de 2016, 12:09h - 12:09

Golpe: Venezuela, Bolivia, Equador, Cuba e Nicarágua.
Não é golpe: EUA e União Europeia.
Algo me diz que estamos no caminho certo kkkkkk.

VAI VENDO 31 de agosto de 2016, 19:27h - 19:27

NINGUÉM VOTAR NO PMDB.

Esta é a ÚNICA alternativa que temos para frear o que o Temer vai fazer contra o povo brasileiro já no dia 03 de outubro se o PMDB ganhar muitos votos.

Se votarem na América Tereza em Volta Redonda e em outras cidades SAIBAM que os votos favorecerá o Temer lá em Brasília.

Depois não adianta vir aqui chorar.

Indignado 31 de agosto de 2016, 18:54h - 18:54

Sai uma merda entra outra…

É Leitor 31 de agosto de 2016, 18:13h - 18:13

O que não pode: trocar 100 indivíduos que (alardeam serem ladrões do erário) e colocar agora, 10 indivíduos que roubam o mesmo volume. No atual quadro político, é o que se desenha. Temos que diminuir os desvios e também os desviadores.

Skywalker 31 de agosto de 2016, 17:39h - 17:39

Agora a corrupção será arquivada e a chibata volta a valer para os trabalhadores.
A colônia volta a ser dominada.

Zezão 31 de agosto de 2016, 22:09h - 22:09

Caro Sky, se você nunca foi preso, significa o quê?

1. Não existe lei
2. Você não é criminoso

Existe diferença.

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