Rio – A Comissão Especial de Impeachment da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) já tem maioria para aprovar o prosseguimento do processo de impeachment do governador Wilson Witzel. Formada por Formada por 25 deputados, a comissão já tem 17 votos a favor e nenhum contra o prosseguimento da ação. A votação continua, mas eram necessários apenas 13 votos. No plenário, a maioria precisará ser de dois terços, ou seja, 47 parlamentares. Se houver esse quórum, a Casa formará um tribunal misto com desembargadores para analisar a cassação em si do mandato.
No parecer aprovado nesta quinta, Bacellar fala em “descaso com a vida e oportunismo com a desgraça”, já que Witzel é acusado, entre outros desvios, de aproveitar a pandemia para praticar atos de corrupção. Nas 77 páginas, o relator destaca principalmente os momentos em que o governador afastado teria atuado para firmar contratos com as organizações sociais Unir Saúde e Iabas, acusadas de terem como sócio o empresário Mário Peixoto, pivô dos recentes escândalos de corrupção na Saúde.
No caso da Unir, Witzel assinou, em março, a requalificação da empresa. Em outubro de 2019, após pareceres, as secretarias de Casa Civil e de Saúde a haviam desqualificado, dados os indícios de irregularidades. O mandatário já foi alvo de duas denúncias do Ministério Público Federal. Na primeira, por corrupção e lavagem de dinheiro. Na segunda, por supostamente liderar a organização criminosa. Witzel nega as acusações, que considera “levianas”. Ele diz que vai provar sua inocência, mas alega que está tendo o direito de defesa cerceado.
A sessão desta manhã foi semipresencial: 18 deputados estiveram no plenário e seis participaram por vídeo. O presidente da comissão, Chico Machado (PSD), está com covid-19 e presidiu a votação de casa. Também com covid, mas internado, João Peixoto (DC) não participou.
Até o correligionário de Witzel na comissão, Léo Vieira, votou com o relator. Ele chamou o parecer de “brilhante”. Autor do pedido de impeachment, o tucano Luiz Paulo, decano da Alerj, também parabenizou Bacellar e lembrou ainda papel do presidente da Casa, André Ceciliano (PT), na condução dos trabalhos. “É chegada a hora da gente dar um basta a essa plutocracia corrupta que está instalada no Rio de Janeiro, essa aliança espúria entre setores empresariais e setores políticos”, disse.
PRÓXIMOS PASSOS DO IMPEACHMENT DE WITZEL
– O resultado da votação desta quinta será publicado no Diário Oficial nesta sexta-feira, 18
– A partir da próxima segunda-feira, 21, começa a contar o prazo de 48 horas para o parecer ser inserido na pauta da Alerj
– O documento deve ser votado na quarta-feira, 23, mas a votação pode levar mais de um dia
– O texto elaborado na votação é publicado no Diário Oficial
– Se o resultado for favorável ao afastamento do governador, o Tribunal de Justiça é convocado para formar um tribunal misto com cinco desembargadores e cinco deputados
– Com o tribunal formado para analisar a cassação do mandato de Witzel, o governador fica afastado por até 180 dias (atualmente, ele já está fora do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça)
2 comments
Merece cadeia por causa da corrupção . Cara mentiroso e sem caráter . Voto jogado fora . Não tem honra e coragem para renunciar . Seria melhor para todos
Nunca tinha visto um governador vibrar com a morte de delinquente que vivinha da desigualdade social que existe nesse Brasil.
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