Saúde de Volta Redonda tranquiliza população quanto ao risco de febre amarela

by Diário do Vale
Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika (Arquivo Agência Brasildengue no país) de janeiro até 14 de novembro (Fotos Públicas)

Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da febre amarela nas áreas urbanas
(Fotos Públicas)

Volta Redonda – A contaminação de febre amarela no estado de Minas Gerais está assustando a população devido às mortes suspeitas da doença, que já somam 47 casos. A Secretaria de Saúde de Volta Redonda informou que nunca houve registro de notificação da doença no município, que, por sua vez, não faz parte da área endêmica. Segundo a superintendente de atenção em vigilância de saúde, Flávia da Rosa Lipke Ensenat, a procura pela vacina na cidade aumentou mais de 1.500% nas últimas semanas, comparando a média semanal, após a divulgação do surto do vírus em Minas. A vacina contra a febre amarela está esgotada e um estoque extra já foi solicitado à secretaria Estadual de Saúde que ainda não se pronunciou sobre o envio da nova remessa.
Flávia Ensenat enfatizou que Volta Redonda não possui histórico de epidemia de febre amarela e nem casos suspeitos da doença e quem deve se imunizar são as pessoas que vão viajar para as áreas de risco.
– Apenas um caso foi notificado em 2014 e descartado, através da avaliação epidemiológica. Volta Redonda não é área endêmica para febre amarela – explicou.
De acordo com Flávia, nas últimas duas semanas 372 pessoas procuraram a Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Paraíba e se imunizaram, mas a superintendente alertou que a vacina é indicada somente para quem vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra a febre amarela, principalmente para todo o Estado de Minas Gerais ou fora do Brasil.
– A procura pela vacina aumentou após a divulgação do surto pela imprensa mineira. O público alvo da imunização são pessoas que vão viajar para áreas endêmicas ou para países que solicitam a prevenção e controle da doença. Porém, nós não temos como controlar as pessoas que já vacinaram e que estão procurando pela dose, nem temos como coibir o acesso, mesmo sabendo que a dose é indicada para esses casos apenas – disse, acrescentando que a população de Volta Redonda ficou mobilizada, pois a maioria dos moradores possuem parentes em Minas e muitos ainda estão em período de férias e devem evitar as áreas infectadas.
A vacina contra a febre amarela é aplicada em crianças a partir dos 9 meses de idade, a partir dos 60 anos só sob prescrição médica. Grávidas e lactantes não podem tomar a vacina. Pessoas com lúpus, HIV, câncer, em tratamento de quimioterapia e transplantados de medula também devem evitar a imunização. Alérgicos graves a gelatina e ovo também não podem se vacinar.
A vacina deve ser administrada com antecedência mínima de dez dias antes da viagem, são realizadas duas doses, administra a primeira dose e a segunda dose somente dez anos depois da primeira. De acordo com Flávia Ensenat, para a realização da vacina é necessário levar o cartão de vacina e a identidade, caso não tenha o cartão de vacina somente a identidade à unidade UBS Jardim Paraíba nas terças e quintas-feiras de 8h às 14h.

Vacinar fora do intervalo pode causar efeito colateral, alerta infectologista

Com a procura exacerbada da vacina em Volta Redonda, muitos que já se imunizaram devem se atentar ao intervalo de dez anos, caso já tenham tomado a primeira dose da vacina antes do surto em Minas Gerais. De acordo com o médico infectologista Rodrigo Cuiabano Paes Leme, as pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina contra a febre amarela e ainda está dentro do prazo de dez anos, não há necessidade de se vacinar novamente. O médico alertou ainda que a vacina só é indicada para as pessoas que vão viajar para áreas de risco e uma atitude desesperada de imunização pode causar problemas colaterais, principalmente em idosos.
– A população se vacinar sem viajar para a área de risco é muito perigoso, pois a probabilidade da doença chegar é pequena. As pessoas estão se expondo a uma vacina que pode causar efeito colateral, principalmente os idosos devem ter atenção com a vacinação, apenas com orientação médica podem ser imunizar. As pessoas que já se vacinaram devem ficar atentas ao intervalo das doses – comentou, acrescentando que a vacina só começa a surgir efeito a partir do sétimo dia, após a aplicação e no momento não há necessidade de entrar em pânico em busca da vacina em Volta Redonda.
– A vacina começa a imunizar a partir do sétimo dia, mas o período mais seguro da vacinação é dez dias antes da viagem para as áreas infectadas. O período de proteção da vacina deve mudar para dose única, porém o que é recomendado hoje são duas doses com intervalo de dez anos para quem mora em área de risco ou pra quem vai viajar – disse.

Sintomas e tratamento

O médico comentou que os sintomas da febre amarela são parecidos com o da dengue -febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas ou vômitos- pois a transmissão do vírus na área urbana acontece através do mosquito aedes aegypti.
– Os sintomas são semelhantes ao da dengue, como febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas ou vômitos. A doença pode se manifestar em duas fases, na primeira com esses sintomas, a febre pode passar no terceiro dia e pode haver manifestações graves da doença como insuficiência renal e hepática. A febre amarela danifica muito ao fígado e pode levar a morte – pontuou.
O tratamento, segundo Rodrigo Paes Leme, é feito apenas com hidratação, pois não há medicamento específico para o vírus.
– O tratamento é feito com hidratação, semelhante ao da dengue, não há uma medicação específica. Recomenda que o paciente neste período não ingerir remédios anti-inflamatórios, pois pode agravar a situação. A febre amarela pode levar a morte independente da hidratação, não tem protocolo estabelecido. Desde a década de 40 a doença estava erradicada na área urbana. A mortalidade agora tende a ser bem alta na atualidade – finalizou.

Por Franciele Bueno
([email protected])

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4 comments

Doidão 18 de janeiro de 2017, 17:28h - 17:28

Quando morava em minas vacinei é aconselhável à todos que vão para minas se vacinarem.

ACG 17 de janeiro de 2017, 18:46h - 18:46

Essa de ficar justificando dizendo que não tem caso é desculpa para não admitir que não tem vacina. Minas é logo ali, sem falar que Volta Redonda é uma mineira da só, em época de férias vem a parenta da toda, seria prudente vacinar. Ou vai esperar morrer alguém?

ACG 17 de janeiro de 2017, 18:46h - 18:46

Essa de ficar justificando dizendo que não tem caso é desculpa para não admitir que não tem vacina. Minas é logo ali, sem falar que Volta Redonda é uma mineira da só, em época de férias vem a parenta da toda, seria prudente vacinar. Ou vai esperar morrer alguém?

VIST 18 de janeiro de 2017, 11:21h - 11:21

Deve esperar morrer alguém para solicitar essa vacina, sempre assim.
Espera acontecer pra poder fazer alguma coisa.

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