Palavra de presidente volta atrás?

Por Paulo Moreira

Em poucos dias de governo Bolsonaro, ele já usou a combinação de teclas CTRL+Z (aquela que desfaz a ação mais recente) várias vezes. Primeiro, o presidente já disse que ia baixar a alíquota máxima do imposto de renda na fonte de 27,5% para 25%.  E que ia aumentar o IOF pra compensar. Pouco depois, a equipe dele disse que não era bem assim.

Aí veio o caso da cessão de uma base para os Estados Unidos. Bolsonaro disse que ia abrir espaço pra isso. Aí o ministro da Defesa disse que não é bem assim.

E veja que até Paulo Guedes, que sabe de economia como poucos, entrou na dança do desdizer. Ele disse que tinham de subir os juros do financiamento de casa própria pra classe média. No dia seguinte, o presidente da Caixa Econômica Federal fez o quê? Disse que não era bem assim. Porque governar não é um ato de pura técnica e as decisões da Caixa Econômica não levam em conta só a lógica empresarial. Quem estiver curioso sobre o que isso envolve, leia o subtítulo ao fim desta coluna.

Até agora, contamos quatro CTRL+Z (três do presidente e um do ministro da Economia) em oito dias de governo, sendo que um dia foi feriado.

É muito, sim.

É verdade que, a favor de Bolsonaro, se pode dizer que isso mostra que ele escuta o que seus assessores dizem. É preciso entender que o presidente não é obrigado a conhecer profundamente todos os assuntos. Ministro é que tem que ser especialista. E nesse ponto o presidente acertou. Só que o presidente precisa, então, consultar seus especialistas antes de falar.

A personalidade impulsiva de Bolsonaro é mais do que conhecida: entre outras coisas, ela foi responsável pela fama de misógino, homofóbico e racista que ele carrega, só porque ele disse abertamente o que quase todos pensam, mas não falam por causa do “politicamente correto”.

Só que falar que viu “negros de quinze arrobas” durante a campanha é uma coisa. Fica na conta do folclore. Dizer que vai ceder parte do território nacional para outro país instalar uma base militar, sendo o presidente, é bem mais grave.

 

Pensando antes de falar

 

Trabalhei por alguns anos em uma grande empresa, com cerca de cinco mil empregados em vários estados do Brasil. O presidente era filho do fundador e começou a dirigir a empresa muito jovem, por causa da morte inesperada do pai. Quando comecei lá, ele tinha pelo menos 25 anos de experiência no comando da companhia. Conhecia praticamente todos na sede pelo nome. E atendia a todos que o procuravam.

Mas ele nunca tomava uma decisão importante sozinho. Se queria fechar um negócio, a proposta só saía com o conhecimento e concordância do diretor comercial. Para contratar ou demitir, tinha de haver conhecimento e concordância do RH. Compra de equipamento ou mudança de procedimento, só com a concordância do diretor técnico. E por aí, ia.

Claro que a empresa não era infalível. Passou por dificuldades, como qualquer empresa no Brasil do início da década de 90. Mas sobreviveu e prosperou.

E, o mais importante em relação ao assunto desta coluna: em quatro anos que passei nessa empresa, o presidente nunca precisou voltar atrás em uma decisão. Porque ele só tomava decisões importantes depois de ouvir as pessoas que entendiam mais do que ele.

 

E nós com isso?

 

Este colunista quer que o governo dê certo. Nem sempre o colunista concorda com as decisões do presidente e dos seus ministros, mas quer ver a economia crescendo, as cidades mais seguras, os hospitais funcionando, os estudantes aprendendo…

As falas e recuos dos integrantes da equipe do governo ainda não trouxeram grande prejuízo ao país, mas podem sinalizar para a oposição, para empresas nacionais e estrangeiras e para outros governos que é possível plantar ideias no meio da equipe de governo e até mudar uma decisão governamental.

Então, é preciso que o governo afine seu discurso. Decisões só devem ser anunciadas depois de discutidas, e o presidente precisa aprender a conter seu ímpeto. Nem sempre a primeira resposta que nos vem à cabeça é a mais correta.

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31 Comentários

Davi 19 de janeiro de 2019, 16:35h - 16:35

Seu comédia,Golias vou te passar!+!!!!!!+

Sansão 18 de janeiro de 2019, 14:18h - 14:18

Golias , tu és um comédia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bombeiro dotadão 18 de janeiro de 2019, 02:41h - 02:41

Apareceu um novo perdido no dia dos pais ,esse aí tá com a boca salivando.

Golias 16 de janeiro de 2019, 11:30h - 11:30

Ainda aparecem uns manés falando em Ciro cangaceiro?

Júlio 15 de janeiro de 2019, 16:46h - 16:46

Quem votou nele tem que ficar calado e engolir 4 anos de desgoverno e atraso. Ele não enganou ninguém.

Alexsander 15 de janeiro de 2019, 09:43h - 09:43

Concordo em partes com o colunista…todos que detém o poder devem se embasar antes de tomar, e principalmente, anunciar uma decisão. No entanto, em um dos maiores clássicos da ciência política, Nicolli Maquiavelli admoesta o governante a voltar atrás na palavra sempre que as condições em que a mesma fora empenhada se modificassem, como estratégia de manutenção do poder. Sendo assim, o Bozo não tá tão errado…

Roberto 15 de janeiro de 2019, 20:59h - 20:59

Nem isso de voltar atrás ou ser desmentido por sua própria equipe em poucas horas não deve ser coisa de Maquiavel não. Está mais para coisa de outro personagem italiano, o Brancaleone, mesmo este sendo de ficção.

Goiaba da ministra pastora. 14 de janeiro de 2019, 22:24h - 22:24

De fato, esse presidente eleito só se comunica pelo whatsapp e está em eterna campanha contra seus opositores. Deveria explicar melhor os 24 mil do Queiróz na conta da esposa ( altamente suspeita), a troca mal feita dos Médicos Cubanos (com letra maiúscula, porque são verdadeiramente médicos, não esses bostas que se formam em faculdades particulares por aqui), os nove ministros nomeados , investigados ou comprovadamente corruptos, o nepotismo do filho do Mourão no Banco do Brasil ( com triplicação dos salários), entre outras questões. Quanto ao colunista, esse deveria assumir que votou no “Mito”, no “filho do Mito”, no juiz que entra/sai da vara (cruzes !!!!!) Wintzel, no Aécio, no Cabral ( duas vezes) , no Pezão, no “gestor” para prefeito, etc… Seria mais elegante.

Refletindo 16 de janeiro de 2019, 15:53h - 15:53

Quanto ódio ….

Doideira 17 de janeiro de 2019, 08:35h - 08:35

Se eu gostasse de mimimi comprava um gato gago!

Gustavo 17 de janeiro de 2019, 16:36h - 16:36

Acho que alguém já comeu esse goiaba

Bombeiro dotadão 14 de janeiro de 2019, 20:24h - 20:24

As vivandeiras com furor uterino estão com calor,chamem o bombeiro dotadão.

Paulão 14 de janeiro de 2019, 18:29h - 18:29

Agradecemos a citação, mas nós trabalhistas dispensamos a adesão de extremistas sem noção, ou mesmo com, seja de direita ou esquerda, na campanha do Ciro Gomes para presidente em 2022.

Tekomo na kama 14 de janeiro de 2019, 18:08h - 18:08

Arena,PFL,PDS e DEM,muda de sigla mas continua a mesma m,….,……

Kid bengala 14 de janeiro de 2019, 17:43h - 17:43

Outro perdido no dia dos pais !!!!!!!!!!!!!!!

Leão lobo 14 de janeiro de 2019, 17:41h - 17:41

E o dinheiro na conta da madame……………..

guto 14 de janeiro de 2019, 15:51h - 15:51

É melhor voltar atrás do que produzir escândalos!
Basta lembrar do falecido Bispo Don Waldir Calheiros, que disse várias pérolas como “o assassinato dos militares pelos comunistas não foi pecado!”, ou “a luta armada dos comunistas contra o Exército foi uma ‘Guerra Santa!” ou “não tenho nada contra os homossexuais”… Todas frases estão diretamente em contradição com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo nos evangelhos! !!! E o Don Waldir não voltou atrás!
E, depois que ele morre, o atual Bispo o proclama como profeta! E até hoje o Bispo não voltou atrás, não pediu desculpas, não fez mea culpa!
Como diria o jornalista Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”…

Golias 14 de janeiro de 2019, 13:00h - 13:00

Vejo é um monte de viuva do PT esperneando.
Cambada de safados que perderam alguma boquinha.

O PENSADOR 16 de janeiro de 2019, 16:58h - 16:58

Ainda com esse discurso pronto, cego e idiota? A ficha ainda não caiu meu camarada? “Artistas são contra o Bozo por causa do beneficio da lei Roanet”, “pessoas com visão política humanitária são comunistas”, “quem vota no PT é ladrão e apoia a pedofilia, e tantas outras asneiras que ASNOS como você repetem insistentemente, enquanto se ferram e perdem tudo aquilo que levou anos para ser conquistado. Nunca a burrice alheia custou tanto a uma nação INTEIRA!

Golias 17 de janeiro de 2019, 11:30h - 11:30

Acho que colocou seu pensamento no local errado,preste atenção.

Kkkkkkd 17 de janeiro de 2019, 16:38h - 16:38

Esse pensador não pensou e levou por traz

Mauro 17 de janeiro de 2019, 17:01h - 17:01

Não, caro Golias… Sua imbecilidade é que está no lugar errado.

Golias 18 de janeiro de 2019, 06:34h - 06:34

Será que o Pensador tem um macho ou uma fêmea?
Tal de Mauro

Marina 18 de janeiro de 2019, 09:52h - 09:52

Esse é o típico comentário de eleitor burro de Bolsonaro… Sem argumentos e recheados de grosserias, mostrando claramente a total falta de esclarecimento do individuo. Lamentável que os ignorantes são a maioria. (tenho certeza que responderá com baixarias…)

Kueiro 18 de janeiro de 2019, 09:55h - 09:55

Incrivel como esses bolsominions só tem respostas grosseiras de de cunho sexual Quem pensa diferente (aliás, quem PENSA) é viuva do PT, “leva por trás” e outras abominações assim. Não se vê um único argumento decente desses caras.

Rurales 19 de janeiro de 2019, 03:49h - 03:49

Para complementar : ” Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos. ” Vou nem botar referência pq não vale a pena, ainda vão clamar : comunista!!!! Hahhahahah

Paulão 13 de janeiro de 2019, 17:37h - 17:37

Ainda bem que ser um presidente da república não é como um empregado de empresa privada, pois com essa mania de zap e tuíte o dia inteiro não passaria na experiência.
Na verdade o Sr. Bolsonaro está parecendo um “Rainha da Inglaterra”, só que com 3 primeiros ministros:
Guedes, Moro e Augusto Heleno (este representando as Forças Armadas), que precisam estar muito afinado entre eles para passar suas decisões para o presidente anunciar. Este, por sua vez, como lembrou bem o colunista, tem que aprender a esperar o que se decide antes de tuitar e/ou digitar no zap.
Tudo indica que aquele que deveria ser na prática o novo chefe do executivo se recusa a ser um estadista, o que governa para todos, preferindo agradar seus apoiadores mais extremistas, mantendo uma eterna campanha eleitoral contra seus opositores.

guto 14 de janeiro de 2019, 15:41h - 15:41

Espero que ele não fale como o Lula que disse que ia “exterminar o PFL”… Espero que ele não fale: “vou exterminar o PT”… Isso seria um golpe na democracia!
O que dizer do Lula que disse que ia exterminar a oposição?!
Como diria o Ciro Gomes : “O Lula é um merda!!!”…

Roberto 14 de janeiro de 2019, 18:40h - 18:40

Na campanha eleitoral o então candidato Bolsonaro disse sim, e com fuzil na mão, em palanque no Acre que era preciso exterminar os petistas. Inclusive o ex-capitão usava colete a prova de balas naquela ocasião, o que não aconteceu em Juiz de Fora logo depois, para surpresa de muitos.

Bombeiro dotadão 13 de janeiro de 2019, 16:02h - 16:02

Sempre foi baixo clero,com os holofotes do poder está mais perdido do que filho de prostituta no dia dos pais.

De novo 17 de janeiro de 2019, 16:40h - 16:40

Esse bombeiro só leva mangueira

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