Agências sentem queda na procura por roteiros internacionais

by Diário do Vale
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Frio: O Museu Felícia Leirner, também conhecido como Parque das Esculturas, instaladas a céu aberto em Campos do Jordão
(Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

Volta Redonda e Barra Mansa- Instabilidade econômica, alta do dólar e até mesmo as Olimpíadas, que terão como sede a cidade do Rio de Janeiro, têm sido os principais fatores que vêm contribuindo com a queda pela procura de roteiros internacionais nas agências de turismo da região. Muito esperada pelos agentes de viagens, as férias de julho, por exemplo, não serão como em anos anteriores. De acordo com responsáveis pelas agências, já é possível sentir uma queda de até 50% nos pacotes internacionais que, neste ano, devem ser substituídos por destinos mais baratos, dentro do Brasil
De acordo com a agente de turismo France Mary Shocair, que trabalha em Barra Mansa, o que influencia diretamente as viagens internacionais é o dólar. E a alta que a moeda vem apresentando, nos últimos meses, fizeram os pacotes para destinos como Disney, Bariloche e Europa, mais visados principalmente para as férias de julho, “despencarem”.
– Podemos afirmar que a queda maior, de cerca de 50%, foi para as viagens internacionais, mas também sentimos baixa na procura por destinos nacionais. Além da alta do dólar, o Brasil passa uma fase de instabilidade, com risco de desemprego e, com isso, muitas pessoas estão deixando os passeios de lado por serem considerados supérfluos – comentou a agente, ao acrescentar que as pessoas em condições de fazer uma viagem estão optando pelos destinos brasileiros como Natal, Fortaleza, Morro de São Paulo, Porto de Galinhas, entre outros.

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Belas praias: Porto de Galinhas é outro lugar muito procurado pelos turistas no Brasil
(Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas)

Interferência das Olimpíadas

Segundo France Mary, devido as Olimpíadas as férias na rede pública sofreram alterações e, com isso, o período de recesso será em julho, para algumas unidades, e em agosto, para outras. Isso, de acordo com ela, também vai influenciar muito nos passeios, tendo em vista que muitos professores aproveitam os dias de descanso para viajar.
– Temos um grupo de professores que viajam pela agência todos os anos. Para esse período de férias não conseguimos fechar, pois muitos dão aulas na rede municipal e estadual e, cada uma, dará férias em meses diferentes – disse a agente.
A agente Adriana Sobreira, que trabalha em uma agência localizada em Volta Redonda, é outra que concorda com a queda na procura por roteiros internacionais. De acordo com ela, passagens para o mês de julho, quando acontecerão as competições, praticamente tiveram os valores dobrados.
– Podemos afirmar que as passagens internacionais sofreram um reflexo grande no preço, devido as Olimpíadas, quando muitos turistas estarão aqui no Brasil. Para esse período de férias que se aproxima, a queda nas viagens foi de cerca de 40%, incluindo também os roteiros nacionais – ressalta a agente, ao acrescentar que a divisão do período de férias também comprometeu a venda de pacotes.
De acordo com Adriana, a expectativa é que as situação econômica de estabilize, nos próximos meses, para que o segundo semestre seja mais positivo. Por enquanto, segundo ela, devido à insegurança dos brasileiros, muitos que mantiveram a decisão de viajar acabaram optando por locais do país.
– Uma viagem internacional não depende só de comprar e parcelar a passagem. A alteração do dólar afeta diretamente no passeio. Temos esperança que a situação melhore e que o mercado de turismo volte a crescer, nos próximos meses- disse.

Buscando alternativas

Conforme avalia a sócia-proprietária de uma agência localizada em Barra Mansa, Renata Frazão, quem gosta de viajar, mesmo em tempos de crise, sempre vai dar um jeito. Nem que, para isso, o turista tenha que diminuir a estadia em uma cidade, reavaliar o número de estrelas do hotel e, em último caso, até mesmo mudar a rota. Mas, assim como em outras agências, ela garante que a proporção semelhante, que antes existia entre a procura por destinos nacionais e internacionais, já se desequilibrou.
O dólar em alta e as crises política e econômica do país, segundo Renata, estão fazendo com que muitos brasileiros refaçam os planos das tradicionais férias de julho, que antes contava com a ideia de ir para os Estados Unidos ou Europa com a família toda. De acordo com a sócia-proprietária, viajar pelo Brasil acabou se tornando uma das principais opções para os turistas, que têm fechado pacotes para Gramado, Campos do Jordão, Foz do Iguaçu, Rio Quente e as cidades históricas de Minas Gerais, que também lideram a preferência.
– Hoje 65% da procura são por viagens no Brasil, contra 35% para outros países. O que mais tem apresentado queda é a procura por destinos internacionais meramente ancorados no apelo de compras, pois com a alta do dólar não se torna um lugar tão atrativo. Com a alta do dólar, passeios para pontos turísticos dentro do país estão mais cobiçados. Para evitar ainda mais gastos, os turistas têm adotado medidas como, por exemplo, estudar a possibilidade de pacotes com passeios e alimentação inclusos, além da avaliação de destinos com serviço de resort – comentou Renata, ao acrescentar que o litoral baiano é referência quando se trata de destinos onde a pessoa pouco precisa se descolar, economizando tempo e dinheiro.

Cresce interesse por viagem de ônibus

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, recentemente, apontou que a preferência pelo ônibus como meio de transporte mais que dobrou entre os brasileiros na comparação entre abril de 2016 e o mesmo período de 2015. De acordo com o estudo Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, 15,9% dos brasileiros que pretendem viajar nos próximos seis meses o farão de ônibus, contra um índice de 7,2% registrado em 2015. O avião segue como meio de transporte preferido dos turistas (58,1%) seguido pelo carro particular (25,1%).
O Nordeste se mantém como primeiro colocado na preferência dos viajantes, escolhida por 47,5% dos entrevistados que declaram ter interesse em viajar. Na sequência estão as regiões Sudeste (24,5%), Sul (15,1%), Norte (6,6%) e Centro-Oeste (6,3%).  No quesito hospedagem, os hotéis e pousadas aparecem com 46,7% da preferência, ante 39% que devem escolher a casa de parentes e amigos.

Por Roze Martins
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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1 comment

Tim Balada 22 de maio de 2016, 08:18h - 08:18

Uma opção e não levar toda a família. Nas últimas férias com o dólar à 4,20 optei por ir sem a esposa. Foi divertido e econômico, descobri que sobra dinheiro. Foi mal heim. feliz dias das mães.

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