Angra dos Reis – Representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, no Centro de Estudos Ambientais (CEA) discutiram, nesta terça-feira, 14, a proposta do Porto Seco de Varginha, localizado no sul de Minas Gerais, investir na recuperação do trecho da linha férrea ligando Barra Mansa a Angra dos Reis. O investimento, segundo representantes da pasta, se torna fundamental para alavancar a movimentação de cargas no porto angrense.
Um dos diretores da Splenda Offshore, administradora do Porto de Angra (Tpar), Paulo Narcélio, falou da história e do funcionamento do terminal angrense e a intenção de torná-lo um porto multiuso (offshore, serviços, carga em geral e turismo).
“Com a parceria entre o Tpar e o Porto Seco de Varginha, vamos sensibilizar os Ministérios da Infraestrutura e da Defesa, Companhia Docas, Governo do Estado do Rio, prefeituras, lideranças de trabalhadores e empresários sobre a relevância econômica e estratégica da ferrovia Varginha-Angra”, disse Narcélio.
O representante da Splenda também informou sobre a situação atual do trecho de 106 km da ferrovia que liga Barra Mansa a Angra. “Em 2017, a VLI Multimodal S.A. procurou a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e manifestando o desejo de devolver esse trecho de rodovia para o controle do governo federal”, ressaltou Narcélio.
Porto Seco
Segundo o administrador do Porto Seco, Cléber Marques de Paiva, o terminal, somente neste ano faturou cerca de R$ 14 bilhões e ainda, de acordo com o empresário, o objetivo é criar um corredor logístico estratégico ligando o Porto Seco a Angra, por meio do modal ferroviário, garantindo maior segurança e redução do custo do frete em comparação com o transporte rodoviário.
– Unir um porto seco e um porto molhado com a importação, exportação, cabotagem e turismo vai alavancar a economia e junto com as centrais de logística em Varginha, Lavras, Barra Mansa e Angra dos Reis, vamos fazer um corredor imbatível – afirmou o empresário, exportador de café e administrador do Porto Seco de Varginha, informando ainda que o projeto, inicialmente, custará cerca de R$ 200 milhões.
O prefeito Fernando Jordão e a deputada estadual Célia Jordão irão a Brasília, nesta semana, para tratar do assunto. “Estou tentando uma reunião com o senador Flávio Bolsonaro e com o Ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes. Queremos que, ao invés de devolverem o dinheiro para a União, reconstruam a nossa ferrovia, o que vai possibilitar tudo o que vimos aqui hoje”, informou o prefeito, lembrando que o município quer garantir maior competitividade ao porto. “A Câmara já aprovou o nosso projeto reduzindo de 5%, para 2% o ISS”, completou o prefeito.
Ferrovia
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Aurélio Marques, ressaltou o trabalho em conjunto que vem sendo realizado por prefeitura, Câmara Municipal, Splenda e empresários para movimentar o porto.
– Buscamos essa parceria porque é importante para Angra, é importante para os portuários. Queremos resgatar o porto, que fica bem localizado, entre Rio e São Paulo, com uma área vazia no centro da cidade. A ferrovia diz que não é viável recuperar a linha férrea, mas hoje aqui provaram que é sim. Podem vir cargas do sul de Minas e também de Volta Redonda – disse o secretário, enfatizando que a medida vai ainda gerar empregos.
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Querem limitar o Rio de Janeiro, se é bom para o Rio é bom para o Brasil.
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