Caged aponta saldos positivos na região, mas desemprego ainda traz preocupação

by Diário do Vale

Os dados do Caged referem-se exclusivamente a empregos com carteira assinada (Foto – Abr)

Sul Fluminense – Em todas as cidades do Sul Fluminense com mais de trinta mil habitantes, exceto Angra dos Reis, o nível de emprego cresceu nos últimos doze meses – o período entre maio de 2018 e abril de 2019. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. No entanto, isso não significa que os índices de desemprego na região tenham caído substancialmente.

Os dados do Caged referem-se exclusivamente a empregos com carteira assinada, deixando fora de sua análise empreendedores, profissionais liberais e os trabalhadores autônomos.

Os dados do Caged não representam amostragem: são resultado do envio mensal obrigatório, por todas as empresas, de informações sobre admissões e demissões.

O Caged também não avalia a situação das pessoas que estejam fora do mercado de trabalho: apenas mede a quantidade de empregos com carteira assinada existentes. Ele aponta que esse número, em todo o Brasil, cresceu em pouco menos de 500 mil (exatos 477.896) nos últimos doze meses.

Já o IBGE faz pesquisas por amostragem, de acordo com métodos estatísticos, e com isso projeta o número de desempregados existentes no Brasil. Esse levantamento indica que mais de 13 milhões de pessoas estão em busca de trabalho no país.

Nem todas essas pessoas voltarão a ter renda de trabalho em empregos com carteira assinada, e, como o Caged registra uma ampliação de menos de 500 mil postos de trabalho no país nos últimos doze meses, isso indica que os números positivos do levantamento do Ministério da Economia precisam se repetir ao logo de vários anos – e aumentar de intensidade – para terem reflexo significativo nas taxas de desemprego.

Os números do Caged

Volta Redonda, com 3.087 admissões a mais do que demissões nos últimos doze meses, é a cidade que teve mais crescimento no mercado de trabalho; em seguida, vêm Resende (521), Barra Mansa (215), Barra do Piraí (180) e Paraty (118).

Angra dos Reis é a única cidade com saldo negativo, tendo registrado 962 demissões a mais do que admissões no período.

O crescimento em Volta Redonda

O setor que mais ampliou a quantidade de postos de trabalho em Volta Redonda foi o de Serviços, com 1.265 admissões a mais do que demissões, seguido bem de perto pela Indústria, que admitiu 1.210 pessoas a mais do que demitiu.

Nos últimos doze meses, o único setor econômico com saldo negativo na cidade é a Agropecuária, com sete demissões a mais do que admissões, mas esse segmento tem expressão relativamente pequena no mercado de trabalho do município, já que, pelas estimativas do Caged, emprega aproximadamente 75 pessoas, em um universo de mais de 65 mil postos de trabalho formais.

Em termos percentuais, o crescimento na quantidade de empregos chega a 4,70% em Volta Redonda.

A redução em Angra dos Reis

O setor que mais contribuiu para a redução do número de postos de trabalho em Angra dos Reis foi a Indústria, que fechou 835 empregos nos últimos doze meses. Esse setor, contudo, é um dos que costumam ser responsáveis pela abertura de vagas em outros segmentos, como Comércio e Serviços.

Na cidade da Costa Verde, apenas os segmentos de Construção Civil e de Serviços Industriais de Utilidade Pública apresentaram mais admissões do que demissões. A quantidade dos saldos positivos somada, no entanto, é de 98, bem abaixo da soma de saldos negativos, que chega a 1.060.

A ‘lógica’ do emprego

A grande maioria das cidades tem o que se costuma chamar de “vocação” econômica: são atividades que atraem recursos de fora do município e geram uma quantidade significativa de empregos. Setores como Indústria, Mineração ou Agropecuária, dependendo do município, costumam exercer esse papel.

Já setores como Comércio e Serviços – que também geram muitos postos de trabalho – geralmente têm uma grande quantidade de trabalhadores cuja atividade principal consiste em atender a demanda gerada pelos salários pagos aos empregados do setor que representa a “vocação” da cidade.

Em Volta Redonda, o fato de os empregos industriais estarem em alta explica o crescimento da demanda no comércio – que teve empreendimentos importantes inaugurados no período. A cidade também vem registrando alta significativa no setor de Serviços, não apenas por se tratar de empregos destinados a tender demandas de trabalhadores da indústria, mas também porque muitas empresas terceirizadas do setor industrial estão registradas nesse setor.

Já em Angra dos Reis, uma avaliação simplificada indica que os setores de comércio e de serviços já se haviam se adaptado à redução de demanda pelos trabalhadores da indústria, tendo feito, nos últimos doze meses, cortes menos intensos na quantidade de empregos.

 

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