Cartões de lojas podem ser ‘ciladas’ para consumidores

by Diário do Vale
De olho: Alerta de economistas e do Procon é para consumidores ficarem alertas quanto aos juros e tarifas (Fotos Públicas)

De olho: Alerta de economistas e do Procon é para consumidores ficarem alertas quanto aos juros e tarifas (Fotos Públicas)

Sul Fluminense – Cada vez mais presentes na vida dos consumidores, os cartões de lojas que, na verdade, são uma alternativa ao cartão de crédito  de grandes bandeiras, se não for usado com cautela pode provocar prejuízos no bolso de quem não abre mão de fazer uma comprinha. Um estudo recente feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 44,5% dos brasileiros possuem cartões de loja, devido a uma principal motivação: fazer mais compras, seja em de lojas de departamento, supermercados, lojas de eletrodomésticos, entre outras.

O alerta de economistas e do Procon, em tempos de crise, é para que os consumidores se atentem aos juros e tarifas, geralmente cobrados por essa alternativa de pagamento. De acordo com o estudo, 30% dos usuários não se preocupam com as tarifas. Conforme explica o coordenador do Procon de Barra Mansa, Bruno Volpe Maciel, grande parte dos cartões é vinculads a bancos ou financeiras, cujo juros chegam a mil por cento ao ano.

– Falo isso com certeza porque já tivemos exemplos no Procon. O que nós observamos é que as pessoas acabam pegando cartões de várias lojas pela vantagem e facilidade de compras, já que muitos acabam servindo como cartão de crédito também.  Com isso, acumulam débitos com anuidades, sem necessidade, sendo que poderiam ter um cartão só. É um excelente instrumento, mas que exige cautela para não gerar dívidas – enfatizou o coordenador.

Para os casos em que a loja emite um cartão para o cliente, uma vez que não foi solicitado pelo mesmo, Maciel explica que não há obrigatoriedade no pagamento de anuidades ou mensalidades, o que é determinado, inclusive, pelo Ministério Público. Nesse tipo de caso, pode haver o risco de multa para o estabelecimento, que não pode gerar encargos para o consumidor, uma vez que na concepção do Código de Defesa do Consumidor esse cartão é uma amostra grátis para o cliente.

– Já para a situação na qual o consumidor for abordado na loja, e aceite o cartão com a proposta de que não terá que pagar essas taxas, é de extrema importância que ele peça uma via do contrato. Muitas empresas oferecem cartões afirmando não existir mensalidades, anuidades, mas a partir do momento que a pessoa compra é que ela vai perceber essas tarifas nas faturas – alertou o coordenador, ao informar que, com relação aos juros, os cartões oferecidos por supermercados costumam ser os verdadeiros vilões.

Risco para o consumidor

A economista Jaqueline de Souza ressalta que toda a facilidade de conseguir crédito por meio dos cartões próprios, das lojas, deve ser vista como um risco de endividamento pelo consumidor. Segundo ela, o novo cartão pode ajudar na aquisição de novos produtos, no entanto, caso haja histórico de descontrole por parte do consumidor, ele deve ser rejeitado.

– A chance de uma pessoa que não tem controle ver seu nome negativado por conta de ter vários cartões de lojas é muito grande. Porque as pessoas vão comprando, parcelando e acabam se esquecendo que terão que pagar as faturas quando elas chegarem. Ter o controle do número de parcelas e pagá-las de forma integral é a melhor forma de evitar acúmulo de dívidas. Isso serve para cartões de loja e cartões de crédito – salientou a economista.

A auxiliar de saúde bucal Alessandra da Cruz Dias, de 36 anos, afirma que faz parte do grupo de consumidores que não abre mão de ter cartões próprios, de lojas, mas que está lutando para eliminar alguns deles. Isso porque, segundo ela, no início do ano acabou perdendo o controle e ficando com o nome incluso no SPC e Serasa por não ter dado conta de pagar todas as faturas feitas durante as festas de final de ano.

– A verdade é que quando você tem vários cartões acaba se empolgando demais, achando que pode sair comprando e parcelando as contas. Mas, é muito importante ter controle das parcelas e saber se, realmente, elas vão caber dentro do orçamento. No final do ano eu comprei vários presentes com os meus cartões e não consegui pagar todos. Um deles foi acumulando juros e só fui conseguir quitar a dívida no mês passado – ressaltou a auxiliar.

O levantamento feito pela CND também mostrou que os cartões de lojas são utilizados, principalmente, para compras de roupas (75,0%), calçados (64,0%) e eletrodomésticos (34,3%), sendo que 17,6% fazem compras parceladas através destes meios ao menos uma vez por mês. Questionados sobre as principais vantagens das três modalidades, a maior parte dos consumidores cita a possibilidade de parcelar suas compras (28,5%) e a segurança de não precisar andar com dinheiro ou cheque (15,3%).

 

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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