Comércio ambulante de alimentos é garantia de renda para desempregados

by Diário do Vale

Barra Mansa – O ex-vendedor de auto peças Leandro Clemente Portela Júnior, de 23 anos, ficou desempregado em uma sexta-feira do mês de setembro, do ano passado, após sete anos de serviços prestados em uma mesma empresa. Na segunda-feira seguinte, após ter perdido o emprego, ele já estava nas ruas vendendo saladas de fruta que, conforme garante, hoje é o que mantém sua renda mensal. Ele faz parte das estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que recentemente confirmou que os números de empreendedores no ramo de comércio ambulantes de alimentos cresceu 450% nos últimos três anos, no estado do Rio.
De acordo com Leandro, ele assumiu o carrinho de saladas de fruta e fondue, que era do irmão, e começou as vendas com 25 unidades do produto. Hoje, após seis meses, as vendas mais que dobraram e, em média, por dia, são quase 60 potinhos de salada distribuídos pelas ruas da cidade.
“Nesse período consegui fazer uma boa clientela pelas ruas da cidade. Durante um período do dia eu costumo ficar em um local fixo e, depois, sigo fazendo entregas nos prédios, lojas e outros pontos comerciais. Comida é realmente um negócio que dá certo e, cada dia, ganho um cliente novo. Hoje posso afirmar que toda a minha renda vem das saladas de fruta”, comentou o ambulante, que já confeccionou cartões de visitas como forma de orientar seus clientes sobre onde encontrá-lo e, até mesmo, para encomendar ou fazer o pedido das saladas e do fondue.
A autônoma Caroline Andrade, de 32 anos, também encontrou na venda de comida uma saída para garantir a sua renda. E a aposta dela foi justamente em um tipo de produto que a procura é garantida, principalmente entre as mulheres: doces, sobremesas e chocolates. Na onda da gourmetização, ela investiu em brigadeiros de diversos sabores, bombons recheados e os geladinhos que fazem muito sucesso entre as crianças.
“Já tinham me falado que venda de coisas para comer era venda garantida, mas eu sempre duvidei até começar a vender os doces. Tem finais de semana que as pessoas me ligam de última hora querendo um pudim ou uma torta de limão para a sobremesa de domingo e, por isso, tenho sempre que ter alguma coisa de pronta entrega. Fiquei desempregada por seis meses, antes de começar a vender os doces, e nunca imaginei que consegueria ter uma renda somente com isso, como acontece hoje”, ressalta a doceira.

Rápido: Leandro foi para as ruas vender salada de fruta uma semana depois que foi demitido (Foto: Roze Martins)

Rápido: Leandro foi para as ruas vender salada de fruta uma semana depois que foi demitido (Foto: Roze Martins)

Vivendo de pão e bolos

A comerciária Cátia Fernandes, de 33 anos, ficou desempregada no início de 2017 e não pensou duas vezes antes de decidir investir na venda de alimentos. Para não acumular dívidas ela quitou suas contas em aberto com parte do dinheiro que recebeu, pelo tempo em que trabalhou com a carteira assinada, e comprou diversos produtos e artigos culinários para iniciar a produção de pães e bolos caseiros. Inicialmente, a ideia era vender bolos tradicionais e simples como de banana, chocolate, laranja, limão, cenoura e abacaxi, além dos pães.
Mas, com o sucesso das vendas e a oportunidade que teve de aprender um novo produto por meio de curiosos, que foi o bolo de pote, ela também inclui esse tipo de sobremesa na sua lista. “Foi a melhor coisa que fiz na vida. É cansativo e sacrificante em dias de calor ter que encarar o forno quente, mas eu sou muito grata por conseguir me manter e fechar o mês com um salário melhor do que recebia no comércio, apenas produzindo meus bolos e pães”, se orgulha a ambulante, que começou vendendo os produtos no próprio bairro e, hoje, já conquistou clientes no Centro da cidade.
Já pensando em expandir o negócio, com a proximidade das estações mais frias do ano, Cátia adianta que pretende fazer das massas caseiras seu carro chefe para o período. Nhoques, massas para lasanha, espaguetes e canelones serão a aposta de novidades para os clientes.
“Vender comida na rua, de porta em porta, no comércio ou qualquer ligar tem a vantagem do pagamento ser à vista e em dinheiro, o que te dá um retorno bem rápido. E, o melhor, mesmo com o dinheiro curto, as pessoas não abem mão de comer o que gostam. Por isso, te espaço pra fodo mundo”, finalizou.

 

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2 comments

Smilodon Tacinus - O Emir Cicutiano 17 de março de 2018, 17:37h - 17:37

O que antes se chamava de informalidade, hoje chamam de “empreendedorismo”. A única diferença entre eles é que, no segundo caso, o governo achaca com seu aparato, via regulamentação da atividade… Este é o país do eufemismo, capitaneado pela Globo e replicado, infelizmente, pelo jornal mais lido do interior do estado…

Rolando 18 de março de 2018, 01:26h - 01:26

Ainda bem que as pessoas estão aprendendo a responder por si só. Deixando de serem parasitas do estado

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