Comércio mantém redução no emprego

by Diário do Vale
Expectativa: Cardoso se vale da experiência na direção de empresas para calcular que economia só volta a decolar em 2016  (Foto: Arquivo)

Expectativa: Cardoso se vale da experiência na direção de empresas para calcular que economia só volta a decolar em 2016
(Foto: Arquivo)

Volta Redonda – O empresário Antônio Costa Cardoso, um dos comerciantes mais tradicionais de Volta Redonda, afirmou ontem em entrevista ao DIÁRIO DO VALE que o cenário este ano é pouco animador. A expectativa do empresário se reflete no comportamento do emprego no setor, que registra reduções no efetivo da mão de obra.
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, dos 16.920 empregados que havia no comércio de Volta Redonda em primeiro de janeiro de 2015, 908 foram demitidos e as empresas do setor admitiram 613 pessoas, o que gerou uma redução de 295 postos de trabalho nas 3.976 empresas desse segmento.

Momento é de cautela, diz Cardoso

Segundo Antônio Cardoso, a tendência das vendas é ficar abaixo das registradas no ano passado, quando considerados os índices de inflação. Por isso, os empresários devem se preocupar em manter suas empresas saudáveis, evitando a todo custo o endividamento e aguardando a recuperação da economia, que, segundo Cardoso, deve começar apenas em meados de 2016.
Aumentos no volume financeiro de vendas em comparação com 2014 devem ser vistos com cautela, segundo ele.
— Quem comemora resultados nominais acima dos obtidos em 2014 corre o sério risco de estar enganando a si mesmo. A inflação está na casa dos 8% anuais, portanto qualquer crescimento menor do que isso é uma perda, em termos reais — afirma Cardoso.
Ele lembra que os primeiros meses do ano costumam ser mais fracos em termos de vendas para a maioria dos segmentos do comércio, mas complementa que a queda de movimento nestes quatro primeiros meses tem outros componentes, além dos sazonais, como as despesas com matrículas, IPTU, IPVA e material escolar.
— Está faltando dinheiro em circulação. As medidas que o governo tomou para recompor suas reservas e combater a inflação reduziram a liquidez e a população, de maneira geral, está mais cautelosa com suas compras, o que, evidentemente, faz com que o movimento no comércio se reduza — afirma.
Com faturamento menor, as empresas lucram menos e precisam adiar investimentos. Cardoso afirma que, neste cenário, é preciso recorrer às reservas financeiras e evitar o endividamento.
— A grande maioria das empresas mais sólidas conta com reservas financeiras. Esse dinheiro deve ser usado, se necessário, para manter o negócio girando. Não é o momento de fazer dívidas, já que os juros estão em alta. Quem se valer de crédito para capital de giro, agora, corre um grande risco de entrar numa ciranda financeira. O objetivo do empresário deve ser se manter no mercado, porque esse momento negativo da economia vai passar e o país vai retomar o crescimento, mas só quem estiver com a empresa saudável vai conseguir aproveitar na totalidade esse momento propício — aconselha.

O comércio no Brasil

O movimento de clientes nas lojas de todo o país cresceu 0,5% em abril. Este avanço foi menor do que o registrado na virada de fevereiro para março, quando teve alta de 2,7%, segundo mostra o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Em relação a abril do ano passado, o movimento de consumidores aumentou 3% e, no acumulado deste ano, foi constatada alta de 1,2%. As informações são da Agência Brasil e se enquadram, segundo Cardoso, no crescimento nominal, que, descontada a inflação, revela ser um encolhimento.
Dos seis setores pesquisados, três apresentaram pequena elevação e os demais tiveram queda. Houve aumento de 0,5% nas lojas de móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática; de 0,4,% em combustíveis e lubrificantes e de 1% em material de construção.
A retração em abril atingiu o setor de veículos, motos e peças com recuo de 3,5%, seguido da área de tecidos, vestuário, calçados e acessórios, com redução de 0,8% e dos supermercados, hipermercados e demais estabelecimentos que comercializam alimentos e bebidas com queda de 1,1%.
Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, há um baixo dinamismo como consequência “da inflação mais alta, do aumento das taxas de juros para combatê-la, da elevação dos níveis de desemprego e do baixo grau de confiança dos consumidores”. Eles também apontam o aumento da inadimplência, que obriga os consumidores a cortar gastos e priorizar a quitação ou renegociação de dívidas em atraso.
O indicador é calculado desde janeiro de 2000 e tem como base a coleta de informações obtidas por amostragem em 6 mil empresas comerciais.

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1 comment

ÊTA POVINHO 12 de maio de 2015, 20:38h - 20:38

Sempre há inadimplência em situação de desemprego, pois não cessa gastos com os itens de consumo de primeira necessidade. No entanto, há o descontrole da inadimplência quando há dívidas contraidas, o que afeta toda o funcionamento da economia.

Em meados de 2012 vi aqui mesmo no DV muitos empresários, alguns na onda do EX-prefeito fazendo investimentos, como por o exemplo o mega projeto Park Sul, entre outros. Foram na onda da Dilma que estava forçando a queda da SELIC para ganhar as prefeituras nas eleições e mostrar ao mundo a sua eficiência (com direito a mulher do ano em revistas internacionais), tudo isso em plena crise FINANCEIRA mundial. (começada pelos americanos em 2008 com os Sub-Prime, diga-se de passagem).

Só ela, o PT/PMDB e os seus simpatizantes não viram ou não quiseram ver a crise, e abaixou a SELIC num momento que devia ELEVAR ÀS NUVENS para evitar o POVINHO se endividar. Agora estão todos endividados para moverem a economia, né?

Meu amigo comprou um carrão importado para pagar em longuíssimo 90 meses. Ele agora está preocupado em perder o emprego e já pôs o carrão importado à venda. Se ele vai conseguir vender é outra história. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu alertei ele e aqui tbm na época a burrada da Dilma.

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