Consumidores dão uma ‘freada’ nos gastos após o Carnaval

by Diário do Vale

Sul Fluminense – Uma pesquisa feita pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) aponta que 60% dos consumidores deverão cortar gastos neste mês: justamente em março, quando foi celebrado o Dia do Consumidor (15). A pesquisa em âmbito nacional tem reflexo no Sul Fluminense, onde pessoas consultadas pelo DIÁRIO DO VALE confirmaram a intenção de conter gastos.

De acordo com a economista Valéria Vargas do Nascimento, além de ser um reflexo da crise econômica, a contenção de gastos nesse período do ano também está relacionada ao fato de que muitas famílias ainda possuem dívidas com as festas de Natal e Ano Novo. A isso, somam-se as despesas com Carnaval e volta às aulas.

– Tem pessoas que parcelam as compras de Natal em várias prestações. Aí, chega a hora de comprar o material escolar e muitos pais também parcelam o valor dos produtos no cartão de crédito. Logo vem o Carnaval e muitas famílias viajam. Somente agora, em março, é que se dão conta das inúmeras dívidas que acumularem e precisam quitar – dssei ela, que prosseguiu:

“Isso é o que mais ou menos explica uma possível queda no consumo, neste mês, até porque muitos querem estar ‘desafogados’ para voltar a consumir. Em abril, quando teremos a Semana Santa e o feriado prolongado de Tiradentes o consumo deve subir – avalia a economista.

A técnica em saúde bucal, Alexandra Cruz da Silva Dias, de 37 anos, faz parte da lista de consumidores que neste mês de março está com a “corda no pescoço”. Segundo ela, que acumula crediários e boletos de compras feitas no Natal, embora seja ruim não poder aproveitar as inúmeras liquidações que já tomam conta de vitrines de lojas de roupas e calçados, o mais importante é evitar a inadimplência.

– Eu gastei muito no final do ano e ainda passei dez dias no litoral, na semana do Carnaval. Sei que algumas contas irão extrapolar meu orçamento e, por isso, pretendo evitar gastos nos próximos dias para que consiga quitar tudo e manter meu nome limpo. É uma tentação ir ao Centro da cidade, ver várias promoções e não poder comprar nada. Mas temos que ter consciência e evitar que as dívidas se tornem uma bola de neve. Consumir é bom, mas é preciso ter cautela – contou.

Efeito cascata

A manicure Renata Serrão, de 36 anos, também terá que reduzir seus gastos neste mês. Ela, que é autônoma, ressaltou que o número de clientes em seu negócio caiu depois da semana do Carnaval. Ela aponta dois fatores: muitas de suas clientes fixas emendaram o feriado da folia e outras optaram por não fazer as unhas, justamente por também estarem cortando despesas.

– Eu dependo delas para garantir a minha renda. No entanto, como muitas também estão no vermelho, elas acabam dando um jeitinho em casa mesmo. Com isso, eu é que perco. Já sabendo que é sempre assim, depois das festas de final de ano e Carnaval, eu procuro dar uma segurada e também cortar gastos para que não fique endividada – ressaltou a manicure.

Para não cair em tentação, diante das liquidações de verão, Renata afirma que evita sair com cartões de crédito e não parar em frente às vitrines com grandes promoções. De acordo com ela, além de contribuir para que não compre sem necessidade, esse tipo de comportamento também não a deixa com a consciência pesada.

– O negócio é não parar para ver as promoções, porque mesmo não precisando os preços acabam sendo tentadores e nos fazem comprar algo que, as vezes, nem estamos precisando. Muitas lojas oferecem parcelamentos no cartão em até seis vezes e, para não cair nessas armadilhas, deixo os cartões em casa nesse período de liquidações – brinca a manicure.

A comerciária Sandra de Paula, de 45 anos, tem mais de 20 anos de trabalho em lojas de roupas e calçados em Barra Mansa. Ela assume que, mesmo sendo quase impossível resistir às grandes ofertas de liquidações de troca de estação, neste ano ela será obrigada e evitar as compras.

– Eu gosto muito de comprar roupas e sapatos e, por trabalhar no comércio, estou sempre por dentro das melhores promoções. Mas esse ano não vou me deixar levar pela impulsividade, porque as coisas estão muito difíceis e o risco de desemprego muito grande – contou.

 

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

 

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1 comment

Supere-se 20 de março de 2017, 16:23h - 16:23

Temos que aprender a fazer dinheiro…é assim q os orientais falam…precisamos mudar de crença… eu sou autônoma, com 55 anos e invisto muito em estudos…passei o carnaval estudando e na terça feira de carnaval,
uma cliente me ligou, querendo fazer um programa de um trabalho que estou iniciando e me pagou a vista um trabalho de 3 meses…eu estou encantada…ela me pagou 900reais pelo trabalho…onde só vou usar meus conhecimentos…sem gastar material algum…Então, por que falar isso tudo…pq quero deixar algo q possa ajudar a quem quiser se melhorar…estamos caminhando para uma nova economia e como estamos na ponte…há muita necessidade de aprendizado… tem muita gente fazendo muito dinheiro honestamente…a cada dia há novas profissões surgindo…saiam da zona de conforto…o momento é esse…se mexer, se preparar, se renovar. Vamos usar a internet para crescermos e nos melhorarmos a cada dia. Se vc se dedicar a um assunto 1 hora por dia em 5 anos estará especialista…rs…Deixem as redes sociais um pouco de lado e busquem conhecimento…habilidade e repetição.

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