Estudo mostra cenário negativo para o setor de transporte urbano

by Diário do Vale

Brasília – Estudo feito pelo Instituto FSB Pesquisa e que serão divulgados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostram dados nada animadores para o setor de transporte. E mais: aponta uma série de dificuldades que vêm se agravando nos últimos três anos (de 2014 a 2016) em virtude da crise econômica. A pesquisa foi divulgada anteontem pelo Valor Econômico no seminário “Transporte público urbano: desafios e oportunidades”, organizado pelo jornal, em Brasília.

Um dos problemas, segundo o estudo, é que a maioria das empresas de ônibus do país tenta sobreviver em meio a uma série de fatores negativos: demanda em queda, perda de mão de obra e endividamento e índice de encerramento de atividades em curva decrescente.

O levantamento mostra ainda que a demanda do setor caiu 16,5%, despencando de 382,4 milhões de passageiros transportados para 319,3 milhões de 2014 a 2016. A pesquisa usou como universo amostral 225 empresas em 115 municípios brasileiros, com uma frota total de 32.349 ônibus.

O problema ocasionou a demissão de sete mil trabalhadores. Detalhe: em 2014 o setor contratava 140,6 mil trabalhadores, e terminou 2016 com um efetivo de 133,5 mil funcionários. No mesmo período foram fechadas 56 empresas de ônibus, por falência ou perda de contratos públicos.

Segundo o presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, “quase 68% das companhias avaliadas têm hoje algum tipo de dívida, a maioria de origem tributária ou previdenciária – três em cada dez não contribuíram regularmente com a Previdência Social”.

Ainda segundo a reportagem do jornal Valor Econômico, o presidente da NTU atribui esses problemas, em geral, à pobre formulação de políticas públicas há mais de 20 anos. “As dívidas, em média, superam 30% do faturamento anual das empresas. É uma situação preocupante, que expõe uma crise que compromete o serviço oferecido aos usuários do sistema de transporte público urbano [ônibus]. Nos últimos 20 anos o setor tem perdido demanda, produtividade e sofre com a ausência de políticas públicas para socorrê-lo. O endividamento é reflexo dessa situação que pode tomar proporções ainda maiores. Enquanto os custos do transporte público forem pagos somente pela tarifa, a situação só tende a se agravar”.

Como saída para a crise, o presidente da NTU defende a constituição de um fundo para sustentar a demanda de passageiros e de infra-estrutura. A solução, que vem sendo defendida por cidades brasileiras através da FNP – Frente Nacional de Prefeitos, é a criação de uma Cide municipal, cobrada direto na bomba do posto de gasolina, que daria liquidez ao fundo e ajudaria nos investimentos.

Otávio conclui: “só com a tarifa atual não é possível melhorar a operação, mal dá para manter, por isso que a população reclama de serviços ruins”. E acrescenta: “quase 25% das empresas avaliadas na pesquisa declararam que não tiveram reajustes tarifários em 2016. Essa insegurança contratual prejudica muito a operação”, conclui.

 

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3 comments

luiz claudio a siqueira 4 de junho de 2017, 21:06h - 21:06

olha gente aqui em Resende está uma vergonha, para começar existe apenas uma empresa de ônibus, é eles fazem o q querem, atrasam, não passam nos horários, sem contar q tive informações de pessoas q utilizam o transporte publico, q semana passada, um motorista da são miguel, não parou em nenhum ponto no trajeto de Eng Passos a Resende, o motorista falou q não parou porque quer ser mandado embora, o prefeito não fiscaliza, porque não anda de ônibus, mas pra que né, ele não precisa mais de voto.

aldo 3 de junho de 2017, 19:07h - 19:07

exesso de gratuidades

agafjgjjkWantuil fortes Silvério 3 de junho de 2017, 00:22h - 00:22

Também um estado que praticamente obriga o cidadão andar de ônibus . Cadê o trem ?

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