Sinduscon descarta riscos ao ‘Minha Casa, Minha Vida’

Mauro Campos: ‘Construção Civil é a melhor forma de reaquecer a economia’
(Foto: Arquivo)

Volta Redonda- O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul Fluminense, Mauro Campos, disse ao DIÁRIO DO VALE que a mudança no governo federal não traz riscos à continuidade do programa “Minha Casa, Minha Vida”, pelo menos no segmento destinado às famílias com renda entre três e dez salários mínimos por mês. Mauro acredita que poderá haver mudanças nos subsídios, a parte do preço do imóvel que o governo pagava pelo comprador, mas isso traria, no caso de Volta Redonda, um acréscimo pequeno – de menos de 5% – nas prestações mensais.
— Os imóveis do Minha Casa, Minha Vida vão continuar sendo vendidos sem entrada, com seguro para o caso de desemprego e com taxas de juros menores que as de mercado. Isso permite que os interessados em imóveis desse programa continuem a fechar negócio com tranquilidade — disse, reforçando que a redução nos subsídios, embora esteja em estudo, ainda não foi definida.
Mauro, que faz parte da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), afirmou que a continuidade do programa já foi sinalizada pela nova secretária nacional da Habitação, Maria Henriqueta Arantes Alves.
— A Maria Henriqueta também faz parte da CBIC. É uma profissional do mais alto nível e vai, com certeza, dar uma contribuição importante para descobrir soluções para os problemas recentes. Ela vai ajudar a mostrar, dentro do governo, que incentivar a construção civil é um dos caminhos mais seguros e mais eficazes para garantir uma retomada mais rápida do crescimento econômico — avaliou Mauro.
A redução do subsídio, contudo, vai representar um problema para os imóveis da chamada “faixa 1”, destinada a famílias com renda de até três salários mínimos e que tinham prestações muito inferiores às dos vendidos para famílias com renda entre três e dez salários mínimos.
— A má gestão de recursos públicos no governo anterior quebrou o país. Com isso, o governo começou a usar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para “bancar” subsídios. Isso, no médio prazo, ameaça toda a saúde financeira do sistema habitacional. O governo atualmente está estudando o caso. A redução nos subsídios seria temporária, até que as contas se reequilibrem — disse o empresário.

Lançamento

Mauro Campos afirmou que uma demonstração de que o programa “Minha Casa, Minha Vida” vai prosseguir no novo governo é o fato de estar sendo lançado na cidade um empreendimento – o Residencial Mirante – que conta com características como elevadores e piscina, pouco comuns nos condomínios lançados anteriormente.
— Esse empreendimento já está em construção, tem financiamento garantido e ainda tem a vantagem extra de ser o primeiro condomínio sustentável em Volta Redonda, usando painéis fotovoltaicos para captar energia para a iluminação das partes comuns e fazendo reaproveitamento de água da chuva — disse.

Presidente da Caixa afirma que acelerará investimentos

Na quarta-feira (01), o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse que quer retomar obras do Programa Minha Casa, Minha Vida que estão paralisadas por falta de recursos. Occhi tomou posse nesta quarta-feira como presidente do banco, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Segundo ele, na próxima semana, haverá uma reunião da Caixa com os ministérios do Planejamento e das Cidades para tratar do programa e de outras obras que estão paradas por falta de recursos.
No dia 17 de maio, o Ministério das Cidades revogou uma portaria que autorizava a ampliação do programa habitacional. A medida, que habilitava a contratação de unidades na modalidade entidades, tinha sido publicada um dia antes da votação no Senado do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O ministério disse que a revogação da portaria era uma medida de cautela, pois as autorizações foram assinadas e publicadas nos últimos dias do governo anterior e sem os recursos necessários para o atendimento.